Capítulo 28

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Narrado por Zahara

É tudo tão frio e vazio. Um arrepio percorre meu corpo. A porta atrás de nós se fechou, nos deixando na completa escuridão. De repente me sinto tão sonolenta, muito cansada e pesada. Até que quando fecho meus olhos, não os abro por um tempo.

Quando acordo estou num lugar totalmente diferente

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Quando acordo estou num lugar totalmente diferente. Estou numa floresta e há muitas flores espalhadas. Eu me aproximo de um arbusto de rosas espinhentas. É então que algo me vem na mente. Essas são as rosas que me feriram quando eu era jovem. E essa floresta... eu a reconheço. Lágrimas surgem em meus olhos. Casa, eu estou de volta em casa! Lar do qual não piso há 11 anos desde aquele dia. Eu caminho pela floresta, indo em direção ao castelo onde passei minha infância.

Mas quando chego lá...

Todos estão mortos. Há uma chacina de corpos pelo chão, sangue por toda parte. Olho ao redor, aterrorizada. Então vejo meus pais. Ambos estão ajoelhados um ao lado do outro, uma pessoa diante deles. É um homem alto e há um capuz sobre sua cabeça.

— Mãe, pai! — Chamo desesperadamente por eles, por estarem vivos.

O homem diante deles enfia suas mãos em seus peitos, arrancando seus corações em um ato único, brutal e cruel. Eu grito, desamparada por presenciar tal cena de terror. E quando o homem se vira para me olhar, ele tira seu capuz.

Azrael.

Azrael está ali, ele quem matou meus pais lhe arrancando seus corações. E seu olhar... é perverso e cruel. Ele sorri para mim, com os corações dos meus pais em suas mãos sangrentas.

Não. Azrael não estava lá naquele dia. Ele estava preso em um castelo abandonado. Nem eu estava quando meus pais fora mortos, eu já havia escapado antes. Isso é impossível. Isso é um sonho, não pode ser. É um pesadelo. Terrível e doloroso.

Tento me forçar a acordar. Dou tapas e beliscões em mim mesma, sem sucesso. 

Olhando para o corpo dos meus pais mortos no chão, vejo o anel de minha mãe em seu dedo.

O anel. É como se eu estivesse procurando por ele ou algo assim, porque tenho o desejo de pegá-lo para mim quando o vejo. Não entendo. Que tipo de pesadelo é esse?

O cenário muda.

Narrado por Azrael

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Narrado por Azrael

Tendo acordar Zahara, que caiu no chão frio e agora está adormecida. Chamo seu nome, a balanço e dou tapas mas ela não desperta.

— Zahara acorde!— Ordeno mas nada acontece.

Há uma expressão de dor e tristeza em seu rosto, como se estivesse tendo um pesadelo terrível. Tento entrar em sua mente para acordá-la mas sou impedido por uma barreira invisível colocada ali. Olho ao redor. A porta que entramos não está mais ali. Tudo está escuro e silencioso. Mas certamente essa é a sala certa, essa era a que procuramos. Minhas sombras nunca se enganam.

Mãos são colocadas em minha cabeça e antes que eu faça qualquer coisa, sou forçado a adormecer também.

Mãos são colocadas em minha cabeça e antes que eu faça qualquer coisa, sou forçado a adormecer também

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Quando acordo, estou acorrentado em uma parede. Alguém corta meu peito com algo afiado, me fazendo gritar de dor. A criatura diante de mim certamente é um demônio. Um dos raros feiticeiros de meu mundo. Talvez o único que veio para cá.

— Onde ela está? — Pergunto olhando ao redor na sala escura. — Onde está Zahara? — Ordeno, muito, muito irritado como essa situação.

— Ali está a mulher, ou melhor, elfa, que você procura. — O feiticeiro diz e sai da minha frente para que eu possa vê-la. Ela está jogada no chão há cerca de 7 metros de mim, ainda adormecida

— O que fez com ela? — Pergunto puxando minhas mãos, tentando me soltar das correntes.

— Ela está revivendo os piores dias de sua vidinha miserável, e em todos os cenários você está lá. Nesse exato instante Zahara está vendo você, Azrael, matando os pais dela de forma brutal. — O feiticeiro diz, me deixando ainda mais furioso. — Ela não pode acordar, caso esteja se perguntando. Ela ainda é muito fraca pra isso. —

— Acorde-a imediatamente antes que eu corte sua garganta e quebre seus ossos. — Ameaço e o feiticeiro ri.

— Ela só despertará quando estiver diante de Vossa Majestade, pronta para cumprir seu objetivo. Aquele que você sabe muito bem qual é. — Eu mostro os dentes em forma de ameaça. — Azrael, você sempre foi o mais selvagem entre nós. O mais sedento por sangue e prazeres. Você seria uma boa vantagem se estivesse escolhido nosso lado. — É minha vez de rir.

— E por que exatamente eu faria isso? Vocês violentaram e mataram minha irmã, a usaram como sacrifício e quando chegaram nesse mundo dizimaram um reino inteiro, e sabendo que eu viria em busca de vingança colocaram a culpa em mim, me aprisionando por seis séculos. Vocês não parecem me querer em seu lado. — Cuspo as palavras diante dele.

Ouço um grito, estridente e assustado. Zahara está se contorcendo de dor no chão.

— Zahara! — Tento chama-la mas a princesa não acorda de forma alguma. — Tire-a desse pesadelo! — Mando.

— Deixe a elfa com seus sonhos. Sua atenção deve ser em mim agora. — O feiticeiro diz e faz outro corte em meu peito. — Diferente dela, você não tem utilidade alguma. Mesmo assim o rei tem planos para você. Mas e se você morrer acidentalmente? O rei não ficaria chateado com isso. — O feiticeiro crava uma faca em minha garganta, me impedindo de falar ou gritar de dor.

Lendas de vingança e liberdade - O reino massacradoWhere stories live. Discover now