Lendas de vingança e liberdade - O reino massacrado

Capítulo 7

Narrador observador

Azrael em seus 900 anos de vida, nunca havia assistido a um pôr do sol antes.

Em seu mundo há apenas sombras e escuridão. Há lugar apenas para a maldade, e não para a luz. Por mais que aquela Elfa nunca cale a boca e o encha com milhares de perguntas todos os dias ela tem seu valor. A determinação daquele ser frágil e solitário o fascina.

Por mais que as chances de voltar para sua terra sejam mínimas, mesmo com ele, ela persiste em suas ideias. Zahara baseia sua vontade de continuar lutando em algo que sequer tem. Liberdade e um lar. Essa força de vontade o faz lembrar alguém que já se foi há muito tempo. E assim como tudo que já teve, foi tirada dele. Sua irmã, o único ser que Azrael chegou o mais perto de amar.

Ele também tem perguntas. Seu motivo para lutar. Por que ao contrário do que a princesa pensa, Azrael não está a ajudando apenas por que fez um juramento a ela. Ele teve 600 anos para pensar e planejar sua vingança enquanto estava acorrentado naquele castelo esquecido. Por mais que essa jovem criatura Feérica o tenha liberto de sua maldição injusta, ele não está totalmente livre. Não enquanto não vingar a morte de Mora e arrancar a cabeça de todos que deveriam terem sido amaldiçoados em seu lugar.

Zahara e Azrael no final das contas são mais parecidos do que admitem. Ambos foram arrancados de seu lar. Ambos tiveram pessoas importantes mortas pelas mãos de um rei tirano. E ambos vão conquistar sua vingança e sua liberdade juntos.

Não há nada que possa impedir a ira da tempestade que cairá sobre os culpados de ambos os lados.

Zahara é a prova que a revolta e o sofrimento não fazem uma pessoa má, e Azrael, a prova que o amor não é apenas para as pessoas boas.