Capítulo 33

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Narrado por Zahara

Ouvi-lo dizer essas palavras me fez ter uma certeza. Depois de tanto tempo finalmente percebi que eu estava perdidamente, irrevogavelmente e completamente apaixonada por Azrael.

Passamos o dia todo rindo, dançando, comendo e bebendo. Nunca me senti tão contente e completa em toda minha vida. Ter Azrael aqui comigo, vendo ele demonstrar ser alguém amável fez meu coração se derreter ainda mais por ele.

Nesse exato instante estamos sentados diante de uma fogueira na clareira ao lado de Arthland onde está ocorrendo a ultima festividade do dia. Azrael está me envolvendo com seus braços enquanto me ouve falar.

— Me lembro quando eu era só uma garotinha. Esse era meu dia favorito no ano todo. Era quando a única coisa que importava era quais flores usar para fazer minha tiara. — Me lembro.

— Uma das poucas coisas que lembro de minha infância é quando eu e Mora invadíamos o curral dos dragões, atiçando as feras para que depois fugíssemos de suas chamas. — Azrael solta uma risada baixa. — No final eu sempre tinha que empurrá-la, pois ela não conseguia desviar do fogo. E acaba me queimando em seu lugar. — Eu rio.

— Eu me lembro que meu pai tinha um belo guerreiro em uma de suas tropas. Ele era alto e magro, tinha cabelos negros como a noite e uma cicatriz no rosto. Era tão amigável e gentil comigo que eu disse a ele que se nos casaríamos um dia. Ele me trazia flores todos os dias e me carregava em seus ombros pelo castelo. — Me sinto um pouco triste pela memória. — Seu nome era Agamenon. — Falo, relembrando os dias em que eu era uma garotinha apaixonada por um cara 100 anos mais velho que eu.

— O que houve com ele? — Azrael pergunta. Eu suspiro.

— A última vez que eu o vi foi quando ele me ajudou a fugir da floresta. Foi o último da minha raça que vi. As últimas palavras de Agamenon foram: "Retorne para mim princesa, estarei a sua espera quando libertar nosso povo." Então ele deu um tapa em minha égua e parti. — Me lembro como se fosse ontem.

— Acha que ele ainda está vivo? —

— Não sei.— Sussurro e encosto minha cabeça no peito de Azrael. — Realmente espero que esteja. — Digo.

— Ainda pretende se casar com seu soldado de estimação? — Azrael pergunta e eu sorrio.

— E se a resposta for sim? — Provoco.

— Então serei obrigado a me esforçar mais para conquista-la.— Dou risada.

— Acho que sempre tive um fraco por caras mais velhos que eu. — Confesso e é a vez de Azrael rir.

— O que seus pais diriam se soubesse que está dormindo com um demônio? — Ele pergunta. Mas sinto que há certo incomodo em sua voz.

— Certamente não ficariam nada felizes por eu estar apaixonada por um assassino. — O sinto ficar tenso. — Mas eles talvez deixariam passar pelo fato de que você está me ajudando e protegendo e permitiriam entrar na família. — Falo, dando um tapinha em sua perna.

— Sorte a minha. — Ele diz eu suspiro.

— A vida poderia ser apenas isso. Dias festivos e noites estreladas. Apenas danças e alegria. — Falo, olhando para o céu.

— O que faremos amanhã? — Azrael me pergunta.

— Iremos até Carceryn, a capital de Ilium onde Ydris e seus demônios se escondem. —

Lendas de vingança e liberdade - O reino massacradoWhere stories live. Discover now