Capítulo 35

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Narrado por Zahara

Dois dias depois...

Está escuro, apenas a lua cheia iluminando nossa noite. Eu e Azrael estamos passando pela rua escura e vazia de um vilarejo muito estranho. Não há nenhum lampião aceso e até mesmo as tavernas estão vazias e a maioria fechada.

— O que houve nesse lugar? — Azrael pergunta.

— Não sei, mas vamos descobrir.— Digo e desço do meu cavalo para entrar numa taverna que parece estar aberta.

Há uma mulher atrás do balcão arrumando alguns copos na bancada. Quando me vê ela fica surpresa. Eu vou até ela.

— Porque esse vilarejo está apagado? — Pergunto pra ela.

— Você é uma forasteira, não é? — Ela pergunta baixinho. Eu faço que sim. — Olha, eu tenho um quarto la em cima se você quiser passar a noite. Se quiser viver, sugiro que não saia para fora mais. — Eu fico tensa.

— Por que é perigoso lá fora? — Pergunto pensando em Azrael que não entrou comigo na taverna.

— Há uma criatura que toda lua cheia aterroriza nosso vilarejo há muitas gerações. Tem aparência de lobo mas é do tamanho de um urso pardo. Ele mata quem quer que esteja para fora essa noite e se irrita com fogo, por isso tudo está apagado. — Ela explica olhando pela janela.

— Obrigada pelo aviso. — Agradeço e volto para fora.

Azrael está arrumando a sela do seu cavalo quando eu saio. Tensa, vou até ele e ele desvia sua atenção para mim.

— Vamos caçar. — Anuncio.

— O que exatamente vamos caçar a essa hora da noite? — Azrael não parece nada animado.

— Um lobo. - Ele parece confuso. Sua cara é a expressão perfeita de "Por que raios vamos caçar a porra de um lobo?". — Do tamanho de um urso. — Falo por fim e agora sua expressão é de "Por que raios vamos caçar a porra de um lobo do tamanho de um urso?"

— Um lobisomem? — Ele se diverte com a imagem de um lobisomem correndo por ai.

— Tipo isso. Vamos matar essa coisa. Hoje. — Digo e me certifico que minhas facas e adagas estão onde eu sempre as deixo pelo meu corpo. — A garçonete me disse que toda lua cheia ele vem para o vilarejo e faz uma carnificina com quem sai pra fora e odeia fogo, por isso tudo está apagado. Vamos livrar esse mal da vida dessas pessoas. — Explico melhor.

— E porquê faremos isso? — Azrael indaga.

— Nós podemos matar essa criatura, por isso. — Falo e ele revira os olhos.

— Posso muito bem matar você também, nem por isso saio por aí tentando fazer isso. — É minha vez de revirar os olhos. Suspiro.

— Faremos isso porque é a coisa certa! — ouço um uivo. — E de brinde você pode devorar o coração do monstro. Não me disse certa vez que seu poder vêm daquilo que mata? Essa criatura me parece muito poderosa. — Falo.

— Você tem um ponto interessante, confesso. — Ele agita suas sombras. — Vamos caçar, então. — Eu sorrio.

Essa foi definitivamente uma das piores decisões que já tomei

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Essa foi definitivamente uma das piores decisões que já tomei.

Nesse exato instante estou correndo entre as árvores como uma gazela fugindo de um leopardo. Só que o leopardo é um lobo de um metro e oitenta muito assustador que nem minhas flechas foram capaz de derrubar.

Deve estar se perguntando onde está Azrael. Bem, eu também estou me perguntando exatamente isso.

Eu achei que seria uma excelente ideia nós nos dividirmos para procurar por esse lobo monstruoso. Mas aparentemente eu sou uma refeição mais divertida que Azrael. Eu achei que minhas flechas fossem capaz de derrubá-lo, e não achei que ele realmente fosse tão grande assim.

— Azrael, seu demônio de quinta categoria inútil! — Grito, na esperança que eu tenha ferido seu ego e ele venha se defender da minha acusação.

Mas ele não aparece. Provavelmente está do outro lado do vilarejo procurando esse lobo maldito enquanto ele está bem aqui atrás de mim pronto para me devorar. Ele é veloz e está há cerca de 30 metros atrás de mim.

Olho para trás pra ver se ele ainda está a uma distancia relevante e tropeço numa raiz gigante de uma árvore. Solto um grito diante da dor latejante na minha perna esquerda, que posso sentir meus ossos fora do lugar. Droga! Vejo o lobo chegar cada vez mais perto, ansioso para me ter entre seus dentes.

Só tenho uma chance de sobreviver, e isso vai ter que dar certo.

O vejo se aproximar cada vez mais de mim, que estou caída no chão com uma perna quebrada. Ele está há 15 metros. Agora 10. 5 e eu começo a me desesperar ainda mais. 

O lobo pula em mim, pronto para me matar.

Lendas de vingança e liberdade - O reino massacradoWhere stories live. Discover now