Sete mil anos atrás, uma grande guerra devastou Keevard e destruiu o trono do Primeiro Rei, o poderoso Darius. Seus três filhos mais velhos, Hazor, Tigur e Vizeu foram os grandes responsáveis por sua queda.
Já seu filho mais novo, Griffin, lutou até...
- Não era o que você queria, Eidolom? O coração de um semi humano.
Eu me olhava diante do pequeno espelho novamente, a mesma aparência, os mesmos cabelos, o mesmo corpo forte, e agora com a alma de uma aberração. Um monstro escorria poder pelas minhas veias.
O livro negro, agora largado em minha cabeceira, vazio, não continha linhas, estava fosco e sem vida. Pois o poder dele agora estava dentro de mim e o controle da magia também.
Você é perfeita.
Eidolom sussurrava em minha cabeça. Estava tão vivo quanto eu, e queríamos a mesma coisa. Poder, destruição, e a morte de meu pai.
Seríamos governantes e eternos, controlando cada coisa viva que se estendesse por nossos olhos, diante do meu reino, das minhas terras.
Não se esqueça, precisamos também da garota. Lynn é parte disso.
- Uma peça pequena que vamos esmagar, assim como todos que se meterem em meu caminho. - disse a ele.
Não a subestime, está tão poderosa quanto você.
Convoquei o fogo e ele veio facilmente diante de meus olhos, uma pequena esfera alaranjada bem no centro de minhas mãos, forte e viva.
- Vamos ver de quem é a chama mais poderosa.
Já sabe o que fazer com seu pai quando ele descobrir?
- Ele morre - era simples, a vida dele agora era controlada por mim, porque ele tinha um acordo de proteção com a magia negra. E eu era a magia negra.
A risada de Eidolom foi a única coisa que ouvi antes de caminhar para fora de meu quarto a caminho do convés. Uma brisa suave tocava meus cabelos, fazendo-os esforçar enquanto a lua cheia nos iluminava em seu ponto mais alto.
Meu pai estava com Tigur perto da proa, os dois pareciam tramar juntos, assim como fizeram a vida inteira.
Os homens de Hazor se mexiam enquanto faziam aquela geringonça andar. Olhei para o mar e vi incontáveis navios nos seguindo, todos eles com as bandeiras estiradas a caminho da guerra, o último ato antes de acabar o que meu pai não soube terminar há milhares de anos.
