42 - As Últimas Instruções

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As coisas mais importantes da vida não se aprendem, encontram-se

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As coisas mais importantes da vida não se aprendem, encontram-se.

- Oscar Wilde

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Lynn

Preciso saber de mais alguma coisa, caramba? - Não houve nenhuma falha em minha voz dessa vez, eu estava cansada de todos aqueles segredos.

- Isso é tudo - Kian mantinha os olhos abaixados. Vê-lo tão exposto e triste me feria mais do que tudo. Mas eu não podia fazer muito por ele. Não naquele momento.

É como imaginar voltar sete mil anos no tempo. Apesar de que não querer uma guerra, aparentemente todos estão vivos para retomar uma batalha sangrenta praticamente inevitável.

Mas enquanto os imortais se enchem de mais poder e parecem não se importam com nada além deles mesmos, o que acontece com os rebeldes que só querem um lugar justo e seguro pra viver?

Minha mente estava com eles, em todos os inocentes que poderiam morrer por consequência desse ódio que começou há tantos anos.

Eles não tinham culpa nenhum, e mesmo assim iriam sofrer.

Muitos preferem lutar pela liberdade, Lynn, preferem sangrar sendo livres do que viver a vida injusta que Hazor disponibiliza para eles.

Eu sei - sussurrei de volta para Kian.

Fazia muito tempo que não o escutava em minha mente, quase havia esquecido daquele laço que possuíamos. Mas não era o momento para pensar nisso.

- E se nos dividirmos? -sugeri - Se escolhermos o caminho errado vamos passar por alguma armadilha de qualquer forma, e depois voltamos pra passar por outra das armações de Hazor. Mas se nos dividirmos, alguém vai achar o caminho certo, não é? Acabamos com isso mais rápido.

- Lynn, isso pode nos levar a morte. - Kian estava prostrado diante de mim com uma postura tensa, era a primeira vez que eu realmente o via com medo.

- E temos outra escolha, Soldado? - Questionou Vizeu.

Carl pegou a tocha da mão de Vizeu e começou a ascender os candelabros dispostos nas extremidades da área em que estávamos, iluminando todo o lugar e nos dando uma boa visão dos túneis a frente.

A passagem foi construída e moldada sob ferro. Os únicos que produziam esse material eram as pessoas que moravam nas Vilas. Hazor usou as mãos dos que ele chamava de "impuros" para erguer seu esconderijo e montar suas armadilhas.

Tantos de meus amigos haviam sofrido produzindo todo esse ferro, apenas para que um falso rei triunfasse.

- E agora? - perguntou Carl - como vamos nos separar?

Depois das Chamas - Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora