Sete mil anos atrás, uma grande guerra devastou Keevard e destruiu o trono do Primeiro Rei, o poderoso Darius. Seus três filhos mais velhos, Hazor, Tigur e Vizeu foram os grandes responsáveis por sua queda.
Já seu filho mais novo, Griffin, lutou até...
Fui guiada pelo som dos metais se chocando. Pouco depois estava em uma arena enorme que ficava em uma área aberta do Castelo, onde a Legião Vermelha treinava e o exército se expandia.
Havia muito mais homens do que eu jamais havia presenciado, Hazor tinha finalmente conseguido os números excessivos para deixá-lo confortável em um possível ataque. Graças aos seus irmãos, que uniram seus exércitos.
Nunca na história de Keevard, Viseu e Tigur tinham se associado a Hazor. Depois que derrotaram o pai, eles se separaram e cada um foi governar seu reino. Os três se odiavam, e a população dos reinos também não mantinham contato umas com as outras, a não ser apenas comercial, porque foram ensinados a se detestar.
Mas os boatos do retorno de Griffin foram suficiente para esse muro cair. O medo da morte ainda era menor do que o medo de perder o poder.
Caminhei entre as fileiras de homens uniformizados e armados, treinando com as ordens dos generais de cada esquadrão. Mas todos respondiam a apenas um homem. Aaron.
Aaron era o Capitão da Legião Vermelha e chefe de todos os exércitos. Tigur e Viseu concordaram em deixá-lo no controle de suas tropas também. Mas eu o achava apenas mais um dos lacaios de meu pai, fazia exatamente tudo o que seu rei o ordenava, como um perfeito fantoche.
Pude vê-lo dando ordens para um batalhão, guiando-os para um melhor postura em combate do que o que eles já mostravam. Alguns dos homens não aceitavam sua liderança por achá-lo muito jovem, mas esse era um problema que eles tinham que engolir, ninguém o substituia.
Ao me aproximar, o esquadrão no qual ele guiava notou minha presença e começaram todos a se curvar, mostrando o devido respeito a filha de seu rei e futura rainha de Ermont.
Logo, os milhares que estavam naquele imenso espaço dobraram seus joelhos e reverenciavam a mim, exceto Aaron, que virou-se em minha direção e fez uma leve reverência, que considerei como um bom sinal, apesar de seu orgulho não deixá-lo curva-se. Aaron só fazia isso para quem fosse seu rei.
- Princesa Kira - disse ele, num tom suave.
- Capitão - respondi, levantando minha mão para que ele beijasse, mas Aaron apenas apertou e largou-a, como se eu fosse uma pessoa que não merecesse seu toque. Enrubesci de fúria.
