07 - Infinita União

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"Ouça! Houve junção, é um corpo somente que arde, move, esquenta e vive, é eterno até que chegue a explosão revolucionando dois em um só então

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"Ouça! Houve junção, é um corpo somente que arde, move, esquenta e vive, é eterno até que chegue a explosão revolucionando dois em um só então. Agora não somos dois. Dentro há uma infinita união."

- Wana Karen de Moraes

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Lynn

Eu estava sentada observando o sol descer atrás do oceano. Olhei para o céu e respirei fundo sentindo todo o cheiro do mar e da areia molhada. Minha cabeça e meu corpo doíam devido aos acontecimentos da noite anterior.

Depois que aceitei ser a nova portadora, Meredith transferiu toda a magia de seu corpo para o meu, foi a coisa mais dolorosa que senti na vida. Kian teve que me segurar para que eu não caísse e tampou minha boca para que os gritos não fossem ecoados pelas paredes esburacadas do meu quarto.

Quando a magia se assentou em mim, meus ossos ardiam e latejavam, minha cabeça parecia uma bomba prestes a explodir e eu não conseguia me manter em pé. Meredith disse que eu sentiria dor e teria alucinações durante a noite, mas isso diminuiria conforme as horas fossem passando.

Os dois rapidamente foram embora, me deixando sozinha enquanto eu pensava e repensava porque eu havia aceitado aquilo.

Meu pai, provavelmente notando minha ausência repentina no bar, foi ver o que havia acontecido e eu disse que não estava disposta e sentia muitas dores musculares. Ele compreendeu e tocou a noite com a ajuda de Carl.

Passei a madrugada delirando e tentando me acostumar com o calor e frio repentinos que sentia hora sim, hora não. Vez ou outra ouvia e via coisas. Vi meu pai chorando com sangue nas mãos, ouvia o grito de um rapaz, como se tivesse perdido a coisa mais importante do mundo. E vi o próprio Kian segurando minha nuca pedindo para que eu respirasse.

Não sei exatamente a hora em que realmente apaguei, mas acordei com dores mais leves e com raiva de mim mesma por aceitar aquilo.

Era a segunda noite em que eu não iria ajudar meu pai com o trabalho, não tinha a mínima condição para isso, então fui descansar escutando o som do mar. Sempre foi a melhor forma de me acalmar.

- Para alguém que está sentindo dor, você até que andou bastante - pulei para trás devido o susto.

Kian havia aparecido do nada e sentado do meu lado como se eu houvesse chamado ele seja lá de onde ele estivesse vindo.

- Você chamou - ele disse, fazendo com que eu me levantasse desesperada.

- Não, não, não. Eu tenho certeza que não disse isso em voz alta.

Ele me olhava com diversão, como se tudo o que me assustasse fosse engraçado. Isso me fazia querer socá-lo.

- Ah você não conseguia, tenho certeza que não sabe desferir um golpe com precisão.

Depois das Chamas - Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora