Sete mil anos atrás, uma grande guerra devastou Keevard e destruiu o trono do Primeiro Rei, o poderoso Darius. Seus três filhos mais velhos, Hazor, Tigur e Vizeu foram os grandes responsáveis por sua queda.
Já seu filho mais novo, Griffin, lutou até...
A tripulação do Octavius se apressava em descer do convés e se abrigar no casco do navio. Kian ainda gritava para que eles se protegessem e cobrissem os ouvidos até ser seguro sair do esconderijo improvisado.
Arth, Lou, Calel, Dimitri, Kian e eu ficamos no convés, tentando ter uma ideia para sairmos daquela armadilha.
- Elas estão puxando o navio para a queda - Kian mantinha o olhar fixo nas sereias - a correnteza é forte demais para conseguirmos parar o navio. Vamos cair.
- Como é possível isso acontecer? Não saímos da rota, Kian - eu estava nervosa demais e minha mão começava a tremer.
- Por que acha que Ghalan é amaldiçoada, Lynn? - interveio Calel, desamarrando uma das velas para tentar controlá-la e tentar diminuir a velocidade do navio. Kian e Dimitri se moveram para fazer a mesma coisa - Estamos em Além do Mar, qualquer criatura neste ponto irá tentar nos matar.
- Achei que as únicas criaturas vivas eram as feras de Misac. E que eu saiba elas não são assassinas. - Comecei a me mover para ajudá-los com as cordas, assim como Arth e Lou.
- Essas criaturas guardam Ghalan, são como guardiões. Depois do que essa terra sofreu, a magia aqui, ao invés de sumir, como aconteceu aos outros reinos, mudou completamente. Criou um tipo de auto-defesa e mata qualquer um que tente se aproximar - Kian já estava ofegante enquanto descia uma das corda e a vela se abria contra o vento, dando um tranco no navio.
- Então por quê viemos se não temos chance?
- Temos uma - Kian amarrou a corda para a vela se manter firme e seguiu em minha direção - temos você.
Eu não entendia como eu poderia derrotar sereias furiosas e famintas que fariam de tudo para matar a todos nós.
- Você espera que eu as mate? - questionei, um pouco apavorada.
- Não, vai pedir para que elas nos dêem passagem - Kian pegou meu braço de uma forma gentil e me guiou até a proa, onde o navio se aproximava cada vez mais da queda - Hora de despertar sua magia da água, Lynn.
Eu não estava acreditando no que ele falava. Era loucura, quase um suicídio. Mas se eu não fizesse nada, nós morreríamos, então, se existia uma mínima chance de continuarmos respirando, eu lutaria por isso.
- O que eu faço?
- Vai precisar ser rápida, Lynn. Para controlar a magia da água é preciso sentir a leveza e a pureza de cada gota do oceano.
