34 - Toda a Tua Noite

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A noite flutuae as rosas dormem mimosasaos beijos da lua

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A noite flutua
e as rosas dormem mimosas
aos beijos da lua.

- Humberto del Maestro

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Lynn

  Existe uma sensação inebriante quando se está no mar. Quando o navio entrelaça a água e nos guia para o horizonte, caímos na incerteza de para onde aquilo vai nos levar e se vamos chegar a nosso destino, apesar das ameaças de tempestade e perda de rota. A sensação, na verdade, é inquietante e quase viciante.

Beijar Kian era como estar nesse oceano. Eu não sabia onde aquilo iria me levar, e talvez eu já estivesse perdida há muito tempo, mas eu não me importava. Me perder nele parecia uma ideia certa e tentadora.

Enquanto seus lábios exploravam os meus com delicadeza e com uma paciência quase angustiante, eu sentia a ponta dos seus dedos correndo por minha cintura, fagulhas despontavam dentro de mim, como se meu corpo reagisse imediatamente ao toque, como se implorasse por mais.

E eu também não conseguia evitar querer sentir mais dele. Deixei meus dedos se desenrolarem daqueles cabelos inquietos, corri as mãos por sua nuca e continuei explorando a rigidez dos músculos de seu ombro, as curvas dos braços, ainda que sujeita a sensação de sua camisa, e enfim seguindo até seu peito, parando sob o coração, que estava tão acelerado quanto o meu.

A primeira vez que estive com um homem, a sensação do desejo foi o que me motivou a conhecer mais sobre a intimidade entre duas pessoas. Mas não houve nada além de atração física e curiosidade.

O que eu sentia naquele momento era muito mais do que um desejo passageiro, era a promessa de algo maior que eu ainda não reconhecia, mas estava louca para descobrir. Foi isso que me fez colar ainda mais meu corpo com o dele e provocá-lo quando mordi seu lábio inferior e senti um som baixo saindo de sua garganta.

O Kian paciente que há pouco me tocava como se eu fosse algo precioso e fino demais, transformou-se em alguém totalmente diferente. Os beijos que antes eram calmos se tornaram furiosos e desesperados. Era como se não tivéssemos perto o suficiente mesmo estando com cada parte nossa colada um no outro.

Talvez essa necessidade motivou Kian a me puxar para cima e entrelaçar minhas pernas em seu quadril enquanto nos levava de volta para a caverna que, agora percebi, não devíamos ter deixado.

Senti que ele me colocou no chão com delicadeza quando resolveu desprender nossos lábios. Os olhos dourados que passei a admirar mais do que deveria me encaravam com ternura e paixão, tive que prender o ar para tentar manter minha estabilidade. Agradeci mentalmente por já estar no chão, pois aquele olhar com certeza deixaria minhas pernas bambas.

Depois das Chamas - Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora