A noite flutua
e as rosas dormem mimosas
aos beijos da lua.- Humberto del Maestro
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Lynn
Existe uma sensação inebriante quando se está no mar. Quando o navio entrelaça a água e nos guia para o horizonte, caímos na incerteza de para onde aquilo vai nos levar e se vamos chegar a nosso destino, apesar das ameaças de tempestade e perda de rota. A sensação, na verdade, é inquietante e quase viciante.
Beijar Kian era como estar nesse oceano. Eu não sabia onde aquilo iria me levar, e talvez eu já estivesse perdida há muito tempo, mas eu não me importava. Me perder nele parecia uma ideia certa e tentadora.
Enquanto seus lábios exploravam os meus com delicadeza e com uma paciência quase angustiante, eu sentia a ponta dos seus dedos correndo por minha cintura, fagulhas despontavam dentro de mim, como se meu corpo reagisse imediatamente ao toque, como se implorasse por mais.
E eu também não conseguia evitar querer sentir mais dele. Deixei meus dedos se desenrolarem daqueles cabelos inquietos, corri as mãos por sua nuca e continuei explorando a rigidez dos músculos de seu ombro, as curvas dos braços, ainda que sujeita a sensação de sua camisa, e enfim seguindo até seu peito, parando sob o coração, que estava tão acelerado quanto o meu.
A primeira vez que estive com um homem, a sensação do desejo foi o que me motivou a conhecer mais sobre a intimidade entre duas pessoas. Mas não houve nada além de atração física e curiosidade.
O que eu sentia naquele momento era muito mais do que um desejo passageiro, era a promessa de algo maior que eu ainda não reconhecia, mas estava louca para descobrir. Foi isso que me fez colar ainda mais meu corpo com o dele e provocá-lo quando mordi seu lábio inferior e senti um som baixo saindo de sua garganta.
O Kian paciente que há pouco me tocava como se eu fosse algo precioso e fino demais, transformou-se em alguém totalmente diferente. Os beijos que antes eram calmos se tornaram furiosos e desesperados. Era como se não tivéssemos perto o suficiente mesmo estando com cada parte nossa colada um no outro.
Talvez essa necessidade motivou Kian a me puxar para cima e entrelaçar minhas pernas em seu quadril enquanto nos levava de volta para a caverna que, agora percebi, não devíamos ter deixado.
Senti que ele me colocou no chão com delicadeza quando resolveu desprender nossos lábios. Os olhos dourados que passei a admirar mais do que deveria me encaravam com ternura e paixão, tive que prender o ar para tentar manter minha estabilidade. Agradeci mentalmente por já estar no chão, pois aquele olhar com certeza deixaria minhas pernas bambas.
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Depois das Chamas - Livro 1
FantasySete mil anos atrás, uma grande guerra devastou Keevard e destruiu o trono do Primeiro Rei, o poderoso Darius. Seus três filhos mais velhos, Hazor, Tigur e Vizeu foram os grandes responsáveis por sua queda. Já seu filho mais novo, Griffin, lutou até...