17 - Combata Poder com Poder

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  Esses marujos são todos remanescentes das profundezas dos fogos dos infernos

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  Esses marujos são todos remanescentes das profundezas dos fogos dos infernos.

- Jack Sparrow 

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Lynn

Kian estava com seu sorriso debochado no rosto, como se sempre tivesse uma carta na manga. Ele era um jogador, disfarçado para corromper um reino, possuía peças de combate, defesa e algumas surpresas sob o tabuleiro. Percebi que Kian tinha uma mente estratégica e organizada, ele sempre tinha um plano.

Mas o que me surpreendeu era o fato dele conseguir um navio pirata dentro de Ermont. Aquilo era arriscado e perigoso, mas todos dentro daquele navio agiam como se suas vidas corressem normalmente sob o céu limpo que abrira naquele dia.

Eu estava no convés apoiada em uma grade de ferro maciço. Dimitri comandava seus homem para que o navio saísse do porto. Havíamos acabado de deixar a cabine do capitão e ninguém havia me explicado como conseguimos a façanha de praticamente ficarmos invisíveis.

O Octavius era um navio extremamente luxuoso e forte. Ele estava lotado de homens com uniformes pomposos com a insígnia de Ermont. Os que não se vestiam assim eram os rebeldes que deixaram a floresta, disfarçados com roupas sofisticadas, inclusive a minha.

Olhei para cima, onde o capitão dava ordens da ponte de comando, segurando um enorme leme de madeira, ele gritava para que abaixassem as velas, soltassem as cordas e que todos se preparassem para o tranco da partida. Kian estava ao seu lado, dando risada de alguma coisa que Dimitri havia dito. Mesmo de longe, seus olhos dourados brilhavam ainda mais com a exposição ao sol, seus cabelos balançavam suavemente com a brisa que o mar ajudava a trazer.

Enquanto me distraía observando meu guardião de longe, o navio deu sua partida e senti um empurrão involuntário do tranco que ele deu. Meus joelhos bateram forte no chão, e todos em volta olhavam para a tola que não se segurou mesmo com as ordens do capitão para que o fizessem. Senti meu rosto corar enquanto me levantava.

Eu só não sabia que levantar seria pior que cair, pois eu não conseguia deixar meus pés parados, meu corpo balançava conforme o mar levava o navio para o oceano. Senti meus pés vacilarem novamente, e quando achei que iria voltar a sentir o chão, um braço agarrou minha cintura e me manteve no lugar, por pouco.

Era um rapaz de olhos tão azuis como o oceano que despontava sob a madeira do Octavius. Eu com certeza acharia lindo as cores daqueles olhos, se não me lembrassem tanto a família na qual eu adoraria destruir.

- Obrigada - falei, me desvencilhando do rapaz.

- Disponha, madame. - disse ele, com um sorriso doce. Não era como os sorrisos ferozes de Kian - Se quer um conselho de um pirata, Milady, seria melhor que tirasse esses saltos. Não é uma boa ferramenta para se manter equilibrada em alto mar, ainda mais se nunca esteve em um navio.

Depois das Chamas - Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora