❙ A Profecia Perdida ❙ Draco Malfoy ❙ Livro 1

「capítulo 01」

Harry olhava para todas aquelas pessoas sentadas a sua frente sem conseguir respirar. Onde estava com a cabeça quando aceitou a ideia de Hermione em dar aulas clandestinas de Defesa Contra as Artes das Trevas? Nem conseguia falar com eles, como os ensinaria assim?

A amiga o encarou para que ele dissesse algo, mas nada saída de sua boca, ele estava em meio a uma crise de pânico. Seus olhos corriam de um estudante a outro. Alunos de outras casas, de outros anos e rostos menos conhecidos da própria Grifinória o observava com atenção, como se ele fosse algum tipo de mestre a ser seguido. A voz de Hermione estava distante, ela tinha tomado à frente de tudo e começava a explicar sua ideia para todos os presentes.

Continuou a olhar fixamente para as pessoas ali e se deu conta do real motivo de estarem ali. Voldemort havia retornado e com isso o futuro era incerto. Os tempos de guerra estavam retornando e todos ali eram possíveis alvos, quem sabe possíveis peças de uma revolução.

Precisavam se defender, e com Umbridge e sua política "anti-feitiços" nas aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas, aprender algo novo seria impossível. Lembrando-se disso, ele respirou fundo e finalmente se levantou.

— Espero que vocês entendam que tudo é diferente no mundo real. - O moreno disse sério — No mundo real, saber quando usar um determinado feitiço pode ser essencial para sua sobrevivência... Ou de alguém importante pra você.

Harry encarou os colegas sentados no mais completo silêncio e percebeu que todos haviam parado de piscar. Era como se finalmente tivessem entendido o real motivo de se reunirem ali. Respirou fundo ao pensar que de nada adiantaria deixá-los nervosos ou com medo, precisava manter a calma.

— Ah, não pensem muito nisso no momento. – Ele disse, tentando deixar o clima mais leve — O mais importante agora é estarmos prontos para os NOM's, certo? – Perguntou enquanto olhava para Rony e Hermione, buscando apoio.

— Isso mesmo, Harry. - Hermione afirmou sorrindo levemente — Nossa prioridade são os NOM's.

— Você pretende nos ensinar feitiços de cura também, Harry? - A voz de uma morena sentada ao fundo se fez presente.

Harry acompanhou a voz e se deparou com uma menina que ele sabia ser do quinto ano da Grifinória, mas por alguma razão seu nome havia lhe escapado no momento. Imediatamente se perdeu nos olhos cor de mel da morena, que o encaravam com intensidade.

— Feitiços de cura não são muito o meu forte... - Ele fez uma pausa, forçandosua memória para lembrar do nome dela, que veio como um sussurro em seusouvidos — Sarah.

— Não acha que é algo importante? - Ela o questionou mais uma vez — Você mesmo disse que esses feitiços podem salvar nossa vida ou de alguém mais próximo.

Harry engoliu em seco tentando encontrar uma forma de responder a morena, mas nada vinha a sua mente. Viu que Rony e Hermione não quiseram se meter no assunto, o que fez com que Harry agradecesse com um pensamento carregado de ironia. Voltou seu olhar para Sarah, que continuava o encarando com uma postura firme, precisava de uma boa resposta.

— Eu concordo com você, mas como disse, meu conhecimento em feitiços de cura é bem escasso. - Ele disse sinceramente - Mas a Hermione pode nos ajudar com esse assunto, não é? - Perguntou olhando para a amiga que assentiu em resposta.

— E como faremos para nos reunir sem que Umbridge descubra? - Indagou uma menina loira, que Harry reconheceu como sendo Lucy Castella, da Corvinal.

— Já resolvemos isso. - Rony se pronunciou pela primeira vez — A Sala Precisa será nosso lugar de encontro.

Enquanto ouvia Hermione explicar sobre as moedas encantadas, Harry se sentou novamente e reconheceu o que sentia como orgulho. Eles estavam quebrando inúmeras regras, mas se aquilo era preciso para se prepararem para o pior, era isso que fariam. E ele daria o seu máximo para que não houvesse mais mortes como a de Cedrico Diggory nas mãos de Voldemort e seus seguidores.

O rapaz ainda podia sentir o olhar de Sarah sobre ele, retribuindo a ação algumas vezes. Sabia que ela não estava errada, era necessário muito mais que simplesmente atacar para vencer uma batalha. Por um instante se sentiu despreparado, mas tentou afastar o pensamento de sua mente, não podia transparecer nervosismo naquele momento.

— Precisamos de um nome. - Neville comentou, animado com tudo o que acontecia.

— Seremos a Armada de Dumbledore. - Harry disse, sério e objetivo.

Harry viu Hermione pegar um pergaminho e pedir que todos que quisessem se juntar a Armada assinassem seu nome ali. Logo uma fila se formou e os nomes no pergaminho foram crescendo aos poucos. Aquilo estava realmente acontecendo, eles estavam fazendo algo que podia ajudar nos dias difíceis que viriam.

Ele observava com atenção cada um que assinava o nome naquele pequeno pedaço de papel. A fila já chegava ao final quando Sarah, a menina que havia questionado sobre as reuniões, e um rapaz que a acompanhava, foram assinar o pergaminho. Assim que ela assinou seu nome, quebrou o silêncio.

— Espero que não tenha se incomodado com minha insistência. - Sarah disse, calmamente.

— Não me incomodei. – Harry respondeu no mesmo tom de voz — Você tem razão no que disse.

— Ele está de volta, não é? - Ela perguntou, levemente preocupada.

— Queria poder dizer o contrário, mas sim.

— Então você realmente lutou com ele sozinho? – O rapaz que acompanhava Sarah questionou, surpreso.

— Adam! - Sarah exclamou, dando uma cotovelada no amigo.

— Desculpe, só fiquei curioso. - O rapaz disse esfregando sua costela.

— Não tem o que se desculpar. - Harry disse — Depois das notícias que o Profeta espalhou sobre mim, sei que muitos acreditam que fiquei louco.

— Sabe, nem todos dentro do Profeta concordam com os absurdos ditos nos jornais. - Sarah comentou.

— O que quer dizer? - Harry perguntou sem entender.

— Meu pai trabalha no Profeta. - Ela explicou — Ele me disse que quando a edição saiu, foi uma loucura dentro da redação. Muitos ali dentro apoiam você, por mais que não pareça. - Concluiu sorrindo.

— Acredito em você. - Harry sorriu fracamente ao encarar a garota.

— Sarah... Você não tinha marcado de encontrar com a sua tia? - Adam perguntou enquanto olhava em seu relógio.

— Céus! - A morena exclamou passando a mão em seu longo cabelo castanho escuro —Ela vai me matar. - Resmungou - Nos vemos depois Harry, até mais. - Se despediu dele e dos demais se encaminhando para a porta do Cabeça de Javali deixando apenas o trio no local.

Harry acompanhava os dois com o olhar quando Hermione se aproximou calmamente tirando o moreno de seu transe momentâneo.

— Temos bastante gente na Armada.

— Espero que eu consiga dar conta...

— Claro que vai. - A morena o animou colocando uma das mãos em seu ombro - Quem melhor para ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas do que Harry Potter?

Ele encarou a amiga com um sorriso tenso. No fundo ainda achava tudo aquilo uma loucura, mas ao ver a quantidade de pessoas que acreditavam nele, sentiu, por um segundo, que conseguiria se sair bem naquela situação.