- Não chegue muito tarde, está bem?

Soltei minha mãe e balancei a cabeça, tentando me livrar do pensamento anterior.

- Não se preocupe comigo. - Pedi olhando em seus olhos. - Eu vou ficar bem.

Ela respirou profundamente e assentiu, mas a verdade é que eu estava tentando convencer isso a mim mesma. Em seguida, beijei sua testa.

- Eu te amo, mãe.

- Eu também te amo.

Sorri para ela e me encaminhei para a porta, mas antes de abrí-la, ela me chamou outra vez:

- Filha. - Me virei novamente e ela tentou disfarçar sua aflição com um sorriso. - Que Deus te acompanhe.

- Amém. - Lancei a ela um beijo no ar e finalmente me dirigi para fora.

Encontrei Thomas ocupando o assento de uma moto que esbanjava luxo, de alguma marca da qual eu não fazia ideia o nome. No entanto, embora a escuridão noturna tornasse menos nítido seus detalhes, eu sabia que ela era do tipo que atraía olhares por onde passava.

- É assim que você impressiona as mulheres? - Perguntei enquanto me aproximava dele, tentando parecer o mais natural possível. - Levando-as para dar um passeio de moto?

- Por quê? Consegui te impressionar?

Encolhi os ombros indiferente.

- Um pouquinho.

Thomas sorriu, fazendo questão de ignorar minha pergunta anterior.

- Venha aqui. - Pediu desabotoando habilmente o fecho de um capacete preto, sem sair de cima da moto.

Obedeci, e quando me aproximei o suficiente, ele colocou o capacete em minha cabeça cuidadosamente e o prendeu abaixo do meu queixo.

Não foi apenas pela moto que ele voltou, notei vagamente enquanto ele estava distraído com o fecho. Ele havia trocado o terno por uma jaqueta de couro escura e uma calça jeans. Thomas parecia tão casual, que era inacreditável que horas atrás ele era o executivo zangado demitindo um funcionário. Honestamente, nesse momento não sei qual das duas versões eu gosto mais.

Espere. O quê...? Controle seus pensamentos, Angie!

- Meu pai diz que as motos são os meios de transporte mais perigosos que existem. - Resmunguei tentando ignorar o frio na minha barriga quando seus dedos frios tocavam ligeiramente minha pele.

- Seu pai está errado. - Ele retrucou indiferente, afastando sua mão de mim. - Está com medo?

Sim, eu estava. Sendo bem sincera, estava apavorada. Mas o que eu sentia não tinha nada a ver com a moto ou com o perigo que ela escondia... tinha a ver com o maldito sentimento que, a cada pequeno minuto que se passava e a cada sorriso daquele jeito que ele me lançava, se tornava mais difícil ignorar.

- Eu protejo você. - Thomas alfinetou diante do meu silêncio.

Ótimo. Por que não tornar as coisas mais difíceis, não é mesmo?

Revirei os olhos e subi em sua garupa, torcendo pra ter sido rápida o suficiente pra ele não ter tido a chance de me ver corar.

- Então... onde vai me levar dessa vez? - Perguntei abraçando sua cintura e descansando minha bochecha em suas costas. Eu queria não ter que usar capacete hoje...

Eu quase podia sentir o sorriso em seus lábios.

- Tem certeza que deseja me conhecer melhor? - Perguntou olhando para o lado.

Um plano para nós (PAUSADO)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora