Então apenas retirou um vestido vermelho extremamente curto do cabide e me estendeu, considerando o assunto encerrado.
- Que tal esse?
Ergui as sobrancelhas, soltando um risinho.
- Eu não vou usar isso.
- É, imaginei que não. - Ela devolveu o vestido para o cabide. - Talvez eu deva comprar algumas burcas, agora que você sempre precisa de roupa minha pra ir a alguma festa.
Sorri, me pondo a ajudá-la a encontrar algo que eu poderia considerar usar.
- Você se lembra do que me emprestou para o aniversário dele? Pode ser um no mesmo estilo.
Ela fez uma careta.
- Aquele era o único que eu tinha. Você sabe, presente da mamãe. E esse?
Ela me estendeu um preto de alcinha, tão justo que eu não me surpreenderia se revelasse até o contorno dos meus órgãos internos.
Inclinei a cabeça, olhando-a entediada.
- Diana.
Ela revirou os olhos, guardando a peça de volta em seu lugar.
- Você não acha que podemos economizar tempo, desmontando minhas roupas pra costurar um vestido pra você?
Eu ri, mas antes que pudesse responder ela inalou fortemente o ar, como se de repente tivesse encontrado a solução. Quando se voltou pra mim, seus olhos estavam arregalados.
- O vestido prateado!
Franzi a testa.
- O quê?
- Seu vestido! Aquele escondido no fundo do seu closet que você nunca usou, lembra?
- Esqueça. - Neguei com a cabeça. - Ele está na casa do meu pai.
- Minha querida, eu não ligo a mínima. Nós precisamos dele hoje.
- Diana, eu não vou...
- Preste atenção, Angeline Claire. - Ela emitiu implacável. - Isso não é apenas uma festa da empresa ou um encontro com um cara qualquer. Você tem uma missão a cumprir essa noite e aquele vestido é seu uniforme. Então ou você vai pegá-lo comigo... ou eu vou sozinha. Você decide.
Pisquei, chocada como o humor das pessoas a minha volta podiam ser instáveis.
- Certo, me espere aqui então. - Ela resmungou quando o terceiro segundo se passou em silêncio.
- Não, espere. - Segurei seu braço e fechei a cara, irritada. - Só me deixe avisá-lo que estamos indo.
Ela assentiu, então peguei meu celular sobre sua penteadeira e procurei por Pai na lista telefônica. Ele atendeu no quarto toque.
- Anjinho?
Respirei fundo. Não que eu já não estivesse acostumada a conversar com ele por telefone, mas geralmente - e com geralmente eu quero dizer sempre, desde que eu saí de sua casa -, quem se dispõe a ligar é ele. Então eu sou capaz de imaginar o choque quando ele viu meu nome na tela do seu telefone.
- Oi, pai. Está em casa?
- Anh... sim. Você está bem?
- Estou bem, só... quero saber se minhas coisas ainda estão aí ou... se você doou ou vendeu pra alguém, sei lá.
- É claro que não, Angeline. Está tudo do jeito que você deixou.
Assenti e apertei os lábios, mesmo ciente de que ele não via meus gestos.
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Um plano para nós (PAUSADO)
RomanceApós ter sua família irrevogavelmente desestabilizada por um infeliz acontecimento que resultou na separação de seus pais, Angeline se vê decidida a abandonar sua mordomia para viver com sua mãe em um casebre nos fundos da mansão de um dos magnatas...
Capítulo 46
Começar do início