- Dipupa, Tom. Foi sem quelê.
Tomei as partes do boneco de sua mão e conferi se daria para consertar. Não dava.
- Não quero mais brincar com você hoje.
- Mas eu num fiz zi propósito.
- Não quero saber. Eu só não quero mais brincar.
Ela ficou parada, em silêncio, me observando juntar os brinquedos, e quando a olhei, notei seus olhos brilhando com a formação das lágrimas. Desviei os olhos novamente tentando não me incomodar, e quando finalmente imaginei que ela iria sair para procurar Alexia e chorar, ela entrou na casinha do Homem-Aranha e fechou a porta.
Terminei de guardar os brinquedos pacientemente e arrumei a brinquedoteca, colocando tudo em seu lugar. Quando terminei, ela ainda estava dentro da casinha, tão quieta que se podia afirmar facilmente que não havia ninguém ali.
- Alice... - Chamei. - O que você está fazendo?
Ela não respondeu, então me aproximei da pequena portinha e bati devagar.
- Posso entrar?
- Não. - Sua voz ecoou lá dentro. - Você zisse que num quer mais bincar tumigo.
Revirei os olhos.
- Você quebrou meu boneco.
- Não foi zi popósito.
- Tá, mas eu fiquei chateado. Não foi de propósito também.
Ela ficou quieta.
- Olha, você não pode ficar com raiva de mim pra sempre. Está dentro da minha casinha, esqueceu?
Nem uma palavra em resposta. Suspirei.
- Eu posso entrar?
- Não. - Ela finalmente disse com firmeza.
- Por que não?
- Pôquê você não zisse a palava mázica.
Franzi a testa e pensei por um momento.
- Eu não sei qual é a palavra mágica.
De dentro da casinha, ouvi Alice suspirar.
- É dipupa, Tom. Agola é a sua vez de pedí dipupa.
Eu ri.
- Por que eu preciso te pedir desculpa? Eu nem fiz nada.
- Você bigou tumigo!
Eu pisquei, surpreso pelo modo como ela afirmou isso. Então, me dando por vencido, falei o que ela queria ouvir:
- Desculpa. Eu sei que você não fez de propósito.
Alice ficou em silêncio, provavelmente imaginando se meu pedido de desculpas era válido. Então completei:
- Não vou mais fazer isso.
Alguns segundos se passaram até que ela abrisse a pequena porta pra mim, então me olhou seriamente antes de estreitar os olhos.
- Pomete?
Sorri.
- Prometo. - E estendi minha mão direita para apertar a sua. - Amigos outra vez?
Ela olhou minha mão por um momento então, antes que eu pudesse pensar, cobriu os dois pequenos passos que nos separavam e me abraçou apertado.
JE LEEST
Um plano para nós (PAUSADO)
RomantiekApós ter sua família irrevogavelmente desestabilizada por um infeliz acontecimento que resultou na separação de seus pais, Angeline se vê decidida a abandonar sua mordomia para viver com sua mãe em um casebre nos fundos da mansão de um dos magnatas...
Capítulo 37 part. III
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