3ª parte do Capítulo XXI

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Olá! 

Boa leitura!

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- Fugiu, porque não quer casar com o rei de Leão. Ninguém a consegue encontrar e o seu pai, o Príncipe Henrique, está desesperado - contou Fabiola, empolgada.

Sentia-me confuso, porque não percebia o motivo de tanto entusiasmo pela Princesa Maria. Quanto ao rei de Leão se as minhas recordações não me falhavam já era um rei velho e com muito problemas com o reino vizinho e andavam constantemente em guerra. Fiz um gesto com a mão para que elas continuassem a explicar-me qual seria a boa notícia.

- O Príncipe Henrique, meu afilhado, escreveu-me a pedir ajuda, porque precisa de ajuda para encontrar a sua filha. É um caso de extrema urgência, porque a Princesa Maria está prometida ao rei de Leão e tem que estar presente no dia de selar o seu compromisso. Este compromisso significa paz para ambos os reinos. Mas, julgo que não o vou ajudar... - contou Dulce, calmamente.

- Não? - perguntei, atónito. Nem parecia uma atitude de uma fada, mas sim de uma bruxa.

Ela acenou negativamente com a cabeça.

- O Príncipe não está a perceber?

Assenti negativamente. Não estava realmente a perceber que boa notícia poderia vir da fuga da Princesa Maria.

- A Princesa Maria é prima direita da Aurora e pode substitui-la na perfeição até ao dia da maldição. Ela sabe comportar-se como uma princesa. O problema das plebeias, meu Príncipe, é que são demasiado rudes. A Rosa foi educada para se comportar como uma princesa, apesar de não o saber.

- Ah! - exclamei eu. Agora, percebia o motivo de felicidade as fadas de Olisipo! Fiquei pensativo, por alguns instantes. - Mas... O rei Dinis não irá reconhecer a sobrinha?

- Não, meu Príncipe. Ele só a conheceu em bebé no dia do seu batizado. O Príncipe Henrique desde que se casou tornou-se o general do sogro, só tem tempo para traçar planos militares, chefiar o exército e manter a família em segurança. O acordo desde casamento servia para selar a paz entre os reinos, mas a Princesa Maria que tem a idade da Aurora sonha casar com um príncipe jovem e bonito e não com um rei velho.

- Valha-me Deus! Pobrezita! Deve-se sentir tão só e perdida - comentou a minha madrinha.

Enchi-me de piedade pela desafortunada sorte da Princesa Maria. Ser obrigada a casar sem amor era terrível! A vida de uma princesa e de um príncipe não era fácil no que se relacionava ao amor.

- E qual é o vosso plano? - perguntei.

- Encontrar a Princesa Maria e substitui-la até à maldição. Após a maldição teremos que ajuda-la...hã...,  mas terá que voltar para junto do pai. Ouvimos boatos de que o velho rei está muito contente por desposar uma jovem princesa.

Fiz uma careta. Mas que é que o velho rei tinha na cabeça? Como é que ele poderia fazer uma princesa jovem feliz? Mas a realidade era dura e as princesas nasciam para os príncipes ou reis e serviam para unir reinos e dar herdeiros.

- Se ela ajudar a salvar a vida de Aurora temos por obrigação de ajuda-la a ser feliz - disse eu, seriamente.

- Estou de acordo. Mas sabe que ela não nasceu num reino em tempo de paz, mas sim de guerra. Mas depois veremos essa situação quando chegar a altura.

- Sabes se elas são parecidas fisicamente? - fui directo ao assunto.

- O Príncipe Henrique mandou-me um medalhão com o seu retrato. Veja o Príncipe com os seus próprios olhos - disse Dulce, retirando-o do bolso do vestido e em contacto com a luz do sol a prata reluziu. Enfeitiçou-o para que ele voasse até às minhas mãos.

O AMOR NÃO DORMEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora