4ª parte - Capítulo VI

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Olá, olá! 😉

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...

- Meu menino – disse ela, transformando-se em adulta e correu para me abraçar. – Não consigo acreditar que cresceste tanto!

Cresci e envelheci, pensei. Não sabia o que dizer, não encontrava as palavras certas. Agarrei-me a ela com toda força que tinha para matar as saudades que senti nestes anos todos. O abraço foi bem longo. Como era reconfortante ter um carinho maternal, afinal a Violeta ajudou-me a criar! Queria cumprir o meu juramento de não chorar, mas mais uma vez fui atraiçoado pelos sentimentos e pequenas gotas de água saltaram para banhar as minhas faces. Quando nos separamos, vi que ela estava tão emocionada quanto eu.

- Perdi tanto de ti – disse Violeta, enxugando as lágrimas do meu rosto com os seus dedos. – Meu menino...

- Teu velho, queres tu dizer.

O olhar dela entristeceu.

- Desculpa não ter conseguido ajudar-te, Filipe. Tentei várias vezes...

- Eu sei, madrinha – interrompia-a, porque tinha a certeza que ela fez tudo o que estava ao seu alcance para me ajudar.

- Planeamos inúmeras vezes o seu resgate, Príncipe. Mas falhamos sempre – manifestou-se Dulce.

- A Malevóla transformou aquele castelo abandonado numa fortaleza – disse Fabiola, com um tom de revolta.

- Príncipe, quer chá, bolinhos? – perguntou Lucy, com o intuito de mudar de assunto. Achei a atitude dela muito conveniente, porque não valia a pena insistir em falar do que já lá vai. - É só pedir o que desejar.

- Agradeço, Lucy, mas não me apetece nada. O que mais desejo é conversar convosco. Tenho muitas perguntas sem resposta.

- Imaginamos que sim, Príncipe.

Puxei uma cadeira para me sentar e convidei-as a fazer o mesmo. Elas aceitaram e rodeamos a mesa. O ambiente estava misterioso para mim, porque elas sabiam o segredo que eu pretendia desvendar.

- Então, Filipe, qual é a tua primeira pergunta? – perguntou Violeta.

Olhei para as fadas de Olisipo e percebi pela suas expressões faciais que já suponham o que eu queria esclarecer.

- A Rosa. Ou deveria dizer a Aurora!?

- É uma longa história, meu Príncipe – disse Dulce.

- Mas eu tenho o resto da tarde e a noite toda para ouvir – atalhei.

- Filipe, hoje, foi um dia muito emotivo para ti. Deverias descansar – aconselhou Violeta.

- Eu já descansei tempo suficiente! Eu preciso saber o que aconteceu exactamente no passado e eu tenho esse direito.

- Claro que sim!

- Então, porquê é que a Aurora se fez passar por uma plebeia com o nome de Rosa?

- Tudo começou no dia do seu baptizado... - contou Fabiola, com o olhar distante como estivesse a mergulhar no passado.

- E o que é que aconteceu no baptizado? – perguntei, ansioso.

- Aos oito meses, Aurora foi baptizada e amaldiçoada. Uma bruxa apareceu na festa com o intuito de presentear a princesa e lançou-lhe uma maldição terrível: No seu 16º aniversário, a princesa picar-se-ia numa roca de fiar e cairia num sono que parecesse a morte por 80 anos.

- Ah! – soltei de aflição. – Mas quem é que se atreveu a fazer uma maldade dessas? – perguntei, com raiva.

Eu odeio bruxas. Se me tivesse tornado rei, um dos meus objectivos seria acabar com elas. Como é que alguém se atrevia a amaldiçoar uma bebé, um ser tão frágil e inocente!? Porquê é que as fadas simplesmente olhavam para mim e não me davam um nome? Depois, as minhas recordações inundaram-me e a voz da Bruxa relembrou-me: "Lancei uma maldição a Olisipo e a Aragão para que todos fiquem a dormir por 80 anos. Só um beijo do verdadeiro amor à princesa Aurora poderá quebrar o feitiço".

- Mas... Essa maldição é muito semelhante à que foi lançada pela Malévola. É a mesma maldição?

Elas abanaram a cabeça afirmativamente, ao mesmo tempo.

Suspirei de alívio. Pensava que na festa falavam de uma segunda maldição lançada à Aurora. Eu é que não sabia como tudo tinha começado.

- A Bruxa menti-me! E depois do baptizado o que é que aconteceu? – perguntei.

- Depois, fizemos tudo para travar a maldição. O rei Dinis mandou destruir todas as rocas de fiar e decretamos uma lei que proibia a entrada de rocas em Olisipo. Mas pensávamos que estas duas medidas não eram suficiente e aconselhamos o rei e a rainha que o melhor era esconder a identidade da princesa até completar os 16 anos. Ela seria criada e educada por nós como suas tias e umas plebeias que viviam da sua arte de costureiras – contou Lucy.

Estava enganado ao pensar que Aurora estava confusa, quando acordou da maldição e chamou as fadas de tias. Ela conhecia-as como suas tias e não como madrinhas.

- Mas a maldição atingiu dois reinos, não foi só a Aurora – constatei, confuso.

- Eu diria que a maldição sobre Aurora e o rapto do Príncipe provocou o adormecimento de dois reinos – explicou Fabiola.

- Ela lançou a maldição apenas à Aurora, mas nós tentamos revertê-la – esclareceu Dulce. – Aurora estaria amaldiçoada por 80 anos, como a Malévola profetizou, mas poderia despertar pelo beijo do verdadeiro amor. Foi o único feitiço que conseguimos acrescentar à maldição. Como Aurora estava prometida tínhamos toda a fé que se apaixonasse por si, Príncipe Filipe.

- Porquê é que a Bruxa lançou essa maldição? – perguntei.

- O que é que ela lhe contou, Príncipe? – perguntou Fabiola.

- A Bruxa contou-me que lançou esta maldição para se vingar de um príncipe que prometeu ama-la e depois casou com uma princesa. É verdade?

Continua...

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beijinhos 💋💋💋

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