3ª parte - Capítulo X

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Boa noite! 😉 O encontro tão esperado, espero eu!

Deixo a música que ouvi a escrever este capítulo. Afinal, este episódio tem a sua magia...

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A cada passo que avançava, o meu coração batia mais depressa e a minha respiração tornou-se mais acelerada o que fazia com que me cansasse mais. Não queria causar dor, nem sofrimento aos meus pais e só de imaginar tal situação ficava transtornado. Mas sentia-me confiante, ao mesmo tempo, porque tinha a minha madrinha ao meu lado e a magia dela que me podia ser muito útil.

Estava tão concentrado no meu receio que nem prestava atenção ao que me rodeava. Mas quando vi a grande porta do salão escancarada fiquei com a consciência que dentro de alguns minutos eu e os meus pais voltaríamos a estar frente a frente. Ao fim de oitenta anos, eu voltava para a minha casa e para os meus pais.

- Tens a certeza que é isto que queres, Filipe? - perguntou a minha madrinha, parando de andar e olhando-me nos olhos.

- Sim. Vai à minha frente. Estarei logo atrás de ti. Vai.

Ela abanou a cabeça em concordância e entrou no salão.

- Violeta! - exclamou uma voz forte e grossa.

Era o meu pai.

- Ainda bem que regressaste, Violeta! - disse a minha mãe, com a sua voz doce.

Não podia perder a coragem e sem pensar mais nas consequências que podia acarretar a revelação da maldição que pairou sobre Aragão e Olisipo, dei um passo em frente, segurando com força a bengala do príncipe esqueleto.

- Ampara-me. Não me deixes ficar mal - murmurei para a bengala como se ela fosse mágica.

Entrei no salão dos tronos. Nas majestosas cadeiras a que se chamavam tronos encontravam-se os meus pais. Dei um olhar rápido ao meu redor e estava tudo exactamente igual há oitenta anos atrás. O tempo ali também não tinha passado.

Eu caminhava atrás da minha madrinha não mantendo grande distância entre nós. As minhas pernas estavam trémulas devido ao nervosismo, mas tentava andar direito. E quando estávamos próximos o suficiente dos meus pais, a minha madrinha fez uma vénia e eu imitei-a. Não foi tão graciosa e ágil, mas fiz o melhor que consegui.

- Vossas Graças! - cumprimentou formalmente a minha madrinha.

Se em Olisipo o uso era tratar o rei por Vossa Majestade, em Aragão era por Vossa Graça.

- Esperávamos ansiosos pelo teu regresso. Trazes notícias do meu filho? - perguntou o meu pai, sem rodeios.

- Encontraste-o? - perguntou a minha mãe, com um sorriso cheio de esperança.

Minha pobre mãe!

Eles estavam tão concentrados na fada e ansiosos por saber o que ela tinha para contar que nem notaram a minha presença.

A minha madrinha mostrou-se hesitante em responder.

- Violeta? Encontraste o meu filho?

- Apresenta-me, Violeta - encorajei-a.

Tratei-a pelo nome próprio para não causar confusão.

- Quem é o senhor? - quis saber o meu pai, de imediato, mirando-me de alto a baixo.

- Vossas Graças, aqui tendes o vosso filho, o Príncipe Filipe de Aragão.

Dei dois passos à frente para ficar ao lado da minha madrinha.

O AMOR NÃO DORMEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora