7º parte do Capítulo XVII

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Boa noite!! 😊😉

Já viram a nova capa?? Não está linda? Esta capa é para marcar a segunda parte desta história.

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Agradeço desde já à capista Christyenne A.C. pelo excelente trabalho.

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Não conseguia adormecer. Ora rebolava a cabeça no travesseiro para a esquerda, ora rebolava para a direita. "Fala-me um pouco de ti, Filipe". O pedido dela assombrava-me os pensamentos. Bolas! E agora? Só tinha duas hipóteses: mentir ou contar a verdade.

Só queria revelar a minha identidade depois de vencer a Bruxa. Nessa altura, ela já saberia que era uma princesa e era minha prometida. Seria perfeito! E se lhe contasse uma pequena mentira? Hum... Era melhor, não. Quando ela soubesse a verdade poderia não me perdoar. Já lhe menti uma vez ao confirmar as suas suspeitas de que era um nobre.

Deus, o que devo fazer? Estava tão inquieto que decidi levantar-me. Fui até lareira e espevitei as brasas. Sentei-me numa cadeira e estiquei os pés para o calor e fiquei a olhar para o lume na esperança que ele me adormecesse e me livrasse desta preocupação.

Capítulo XVIII

Quando os primeiros raios de sol pintaram o céu, a minha madrinha trouxe o corvo embruxado aos meus aposentos. Aguardava pelo monte de penas, em frente ao espelho, sentado numa poltrona, de perna cruzada, bem vestido com um gibão de veludo preto e uma camisa branca. Eu sabia que a conversa ia ser longa e provavelmente difícil, mas estava preparado para o pior se fosse preciso. Eu tinha que vencer a Bruxa, custasse o custasse. 

- Bom dia, meu querido! - cumprimentou-me a minha madrinha. -  Dormiste bem? - veio até mim e depositou um beijo na minha testa.

- Bom dia, madrinha! Dormi muito bem - menti.

Eu e o corvo entreolhamo-nos como inimigos. Nunca desviei olhar, nem por um instante, enfrentei a sua ira naqueles olhos de pássaro maligno.

A minha madrinha fez aparecer magicamente um poleiro que ficava entre mim e o espelho e pousou lá o corvo. O reflexo dele, de imediato, se transformou na bonita fada de cabelos loiros. Fitei-a no espelho. Aparentava um ar cansado e tinha papos nos olhos. A maldita não deve ter pregado olho toda a noite para tomar uma decisão. Ironicamente, também eu tinha enfrentado um dilema noite adentro.

- Comporta-te como deve ser na presença de Vossa Graça - sussurrou-lhe a minha madrinha, num tom de aviso.

Aguardei que ela me cumprimentasse como diz a lei, mas mais uma vez ela demonstrou que era uma fora da lei e manteve-se hirta, a olhar-me de soslaio. Estava curiosíssimo em saber o por quê de uma bruxa ter asas. Definitivamente, ela são podia ser uma bruxa.

Lancei-lhe um olhar frio e cara de poucos amigos, porque não ia admitir que ela me afrontasse no meu próprio reino, no meu próprio castelo. O seu tempo de glória tinha acabado! A minha madrinha foi obrigada a belisca-la para que ela me respeitasse. A maldita a contragosto pegou no vestido, baixou-se para fazer uma vénia com um sorriso trocista e cumprimentou-me com um notório desagrado:

 - Vossa Graça.

Vamos ver por quanto tempo manténs esse sorriso de bruxa, pensei.

- Espero sinceramente que a noite se tenha revelado uma boa conselheira, Arabel. Qual é a tua decisão: vais-me contar a tua história e a da Malévola ou queres morrer? - perguntei eu, directamente.

- Eu não lhe pertenço para que possa julgar-me. Eu não pertenço a este reino. Devolva-me ao meu reino.

- E a que reino pertences? 

- Liberte-me, porque eu sei voar até ao meu reino sozinha.

- Se eu soubesse a que reino pertences poderia pedir um resgate, negociar a tua liberdade... Não sei se já percebeste, mas és minha refém. Nunca mais voltarás a ver a luz do dia senão tomares a decisão certa. Irás é ver a luz do inferno - sorri-lhe com gosto, porque desejava que ela sentisse na pele aquilo que eu um dia senti.

 - Quando o meu soberano souber que me roubou, irá persegui-lo e mata-lo e reduzirá o seu reino a pó. Nessa altura, serei eu que estarei a rir para si!

Desgraçada! Ela não queria trair a Bruxa e preferia morrer do que denuncia-la. Fugia das minha perguntas contrapondo que eu não tinha direitos sobre ela.

- Duvido que a bruxa da tua dona te possa salvar. E eu é que te vou matar, maldita! - levantei-me, tirei o meu punhal do talim e aproximei-me do corvo. - Julgas que podes enfrentar qualquer rei ou príncipe, porque trabalhas para uma bruxa? Julgas-te muito corajosa, não é? 

Nem lhe dei oportunidade de responder, coloquei o meu punhal no pescoço do corvo e segurei-lhe a cabeça para que não pudesse fugir da lâmina afiada. No espelho, via com os olhos esbugalhados de surpresa e medo, mas não soltou um único pio ou grito de fraqueza.

- É a última vez que te peço a tua decisão. E se ela não me agradar podes despedir-te do mundo para sempre. Qual é tua decisão?

- Se o seu desejo é matar uma inocente que assim seja. Infelizmente, há reis que nasceram para ser tiranos.

- Como também há fadas que nasceram para ser tiranas. Estamos equilibrados - disse eu, em tom de gozo. 

- Irei assombra-lo todas as noites da sua vida. Transformar-me-ei num fantasma e aterrorizarei todos os visitantes deste reino para que seja conhecido como um reino amaldiçoa - ameaçou ela, sem ter medo do punhal que lhe podia tirar a vida a qualquer momento. 

A maldita era corajosa! Não temia o punhal. Infelizmente, seria obrigadoa fazer aquilo que nunca fiz nem nunca pensei fazer: tortura-la para saber averdade. Não podia mostrar fraqueza. A minha felicidade ao lado de Aurora valeria tudo. Libertei o seu pescoço do punhal, voltei a guarda-lo no meu cinto bordado a ouro e disse:

- Pensaste que ia sujar as minhas mãos? Tenho quem faça isso por mim - encarei-a de frente, cara a cara no espelho. 

A fada manteve-se firme, engolindo em seco. Fugiu do meu olhar, mas não baixou a cabeça.

- Madrinha, faz o que tem que ser feito. A Arabel escolheu que deseja ser despenada para mandar as penas de recordação à bruxa da sua dona, a seguir desfaz o feitiço de transformação e quero que as suas asas sejam cortadas em praça pública. Irei transformar-te numa bruxa. 

Continuou a mostrar-se forte, não deixou que as suas pernas vacilassem e continuou hirta e de cabeça erguida. Seria ela assim tão forte e corajosa como queria demonstrar?

- Desfazer o feitiço levará algum tempo, Vossa Graça - manifestou-se a minha madrinha.

- Quanto tempo? - perguntei.

- Aproximadamente duas horas.

- Hum... Então, eu volto daqui a duas horas.

Nem um pio nem uma palavra a fada embruxada soltava. Mantinha-se quieta e queria demonstrar dignidade. Despedi-me com ironia:

- Parece que o último a rir para ti vou ser eu - dei-lhe um sorriso de troça,virei-lhe as costas e sai do quarto.

Continua...

*******************

O que me tem a dizer da decisão e da atitude de Arabel. Ela parece ser rija e fiel à Bruxa. Confesso que este capítulo não sei se ficou bem como eu queria. Acontece às vezes...

O Príncipe terá mesmo que a torturar para saber a verdade? Acham que ela merece ficar sem as asas?

beijinhoooooooooooos😘









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