Capítulo XV

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Olá, olá! 😉

Vamos para o passado? Eu também vou!

Hoje, vamos começar a descobrir como tudo se passou? Preparados? Boa viagem!

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A bruxa soprou o pó para mim... Meu Deus, estava prestes a ser amaldiçoado! Mas eu era forte e ia ultrapassar os meus medos! Vi como ela agitava a varinha em círculos, enquanto prenunciava com convicção umas palavras que eu não entendia. E subitamente algo mudou: o tempo! Através das vidraças assisti ao sol a ser escondido por nuvens cinzentas que apareceram de surpresa, a leve brisa transformou-se em vento e embalava os ramos e as folhas das árvores. E de repente como se fosse um grito de guerra soou um trovão. Assustei-me como uma criança. O meu coração batia tão depressa que parecia que ia saltar do peito. Não podia morrer! Os nervos atraiçoavam-me! Mas o pior estava para acontecer... Sem estar à espera o chão tremeu e abriu-se um enorme buraco que engoliu uma boa parte da pequena fortuna que paguei à Morgana. Não consegui manter o equilíbrio, porque as minhas pernas eram fracas demais e cai de costas soltando um grito. Foi como um milagre ter o trono atrás de mim para me amparar.

- Filipe, estás bem? – perguntou a minha madrinha, enquanto se dirigia até mim. Mas foi impedida por uma forte ventania que entrou no salão sem pedir autorização e abriu as portas de par em par e apagou de imediato as velas. - Não te levantes, Filipe – avisou-me, ao mesmo tempo que tentava manter o equilíbrio com um grande esforço.

- Mesmo que quisesse não seria capaz – atalhei.

O vento afastava-me da cara os cabelos e arrastava-me contra as costas do trono. Vários relâmpagos iluminaram o salão e Aragão. Ser amaldiçoado era assustador!

- O Príncipe Filipe de Aragão vai voltar oitenta anos atrás no tempo para tentar mudar a história da sua vida. Se não conseguir fazer aquilo a que se propõe entregará a sua vida quando regressar ao dia de hoje. Esta é uma maldição que ninguém poderá desfazer e jamais poderão arrancar o Príncipe do seu passado sem que ele o volte a viver. E que o tempo volte atrás! – declarou a Morgana, em alto e bom som, agitando a sua varinha para o céu.

A magia saltou da sua varinha como um raio e voou para o céu ao encontro do trovão e o grito da maldição foi horripilante. Foi impossível não me arrepiar e instintivamente tapei os ouvidos com as mãos. E então tudo aconteceu: as nuvens acinzentadas que dominavam o céu de Aragão uniram-se, transformaram-se num remoinho, varreram o telhado e desceram até ao buraco preenchendo-o.

- É agora, Príncipe! Tem que saltar, Príncipe! – exclamou a bruxa, rodeada de uma luz azul mágica por estar a profetizar uma maldição.

- Não consigo levantar-me. O vento é demasiado forte! – queixei-me.

- Violeta, tens que ajuda-lo. O Príncipe tem que saltar agora!

Vi a minha madrinha tirar a varinha do cinto do seu vestido e pensei de imediato que mais uma vez ia ser enfeitiçado. Mas estava enganado, porque ela lançou um feitiço ao vento. Assim que deixei de sentir a força do vento sobre mim, levantei-me e caminhei em direcção ao remoinho do tempo. Olhei para ele e as nuvens cinzentas estavam agora com várias cores como quisessem fundir um arco íris e rodavam, rodavam... Comecei a sentir-me tonto e desviei logo o olhar para a Morgana.

- Boa sorte, Príncipe Filipe! – desejou a bruxa, com um sorriso gentil. – Salte!

- Filipe... - chamou a minha madrinha, com a voz a vacilar. Estava emocionada. – Nunca te esqueças que tens o dom da valentia. Desejo-te toda a sorte do mundo – brilhos saíram da sua varinha. - Adeus!

O AMOR NÃO DORMEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora