Capítulo XVI

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Olá, olá!

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Olhei ao meu redor e descobri logo onde me encontrava. Os campos verdejantes enfeitados com algumas flores silvestres estendiam-se até ao rio, para lá das límpidas águas que serpenteavam calmamente vi o meu reino e o meu magnífico castelo. Eu estava perto da fronteira de Aragão e Olisipo. Atrás de mim erguia-se uma vasta floresta que sempre levantou dúvidas a qual dos reinos pertencia, mas como eram amigos e pensavam unir os reinos deixaram sempre esta questão para ser decidida num futuro próximo. Rodei os calcanhares para ver a floresta e murmurei:

- Aurora.

Numa casa simples, com uma horta, no meio daquele arvoredo, vivia a minha amada com as suas três tias que supostamente eram costureiras da rainha e trabalhavam arduamente para fazer lindos vestidos e depois iam leva-los ao castelo. Uma brilhante desculpa para elas continuarem a ajudar e a aconselhar o rei de Olisipo.

O que eu mais desejava era ir ao encontro da minha amada. Sonhava voltar a tê-la novamente nos braços e beija-la. Mas tinha que contrariar o meu coração e pensar com a cabeça. Precisava ser inteligente e prudente, porque se falhasse podia voltar a viver o meu terrível passado mais uma vez. Curiosamente, o reescrever do meu passado começava com uma decisão minha: iria para Aragão ou correria para os braços da minha amada? Naquele momento, nem sabia se já tinha conhecido a Aurora como Rosa. Era prioritário, descobrir a que dia e mês eu tinha regressado.

Caminhei até ao Vendaval e montei-o num simples salto. Sentia-me incrivelmente mais alto, mais forte e mais corajoso. Hesitei. Estava tão perto e ao mesmo tempo tão longe de Aurora. Voltaria, em breve!

- Vamos, Vendaval – puxei as rédeas para ele dar meia volta e cavalgar rumo a casa.

Já tinha experimentado a sensação de liberdade, mas senti-la com o meu corpo jovem era completamente diferente. Agora sim, era livre em todos os seus sentidos! O meu frágil corpo de noventa e oito anos aprisionava os meus movimentos e sonhos. Enquanto o vento me refrescava o rosto, pensei nos meus próximos passos. Cavalguei, cavalguei, cavalguei...

Quando cheguei ao castelo, atirei as rédeas ao cavalariço, desmontei e perguntei:

- Que dia é hoje?

- Sábado, Príncipe.

- Eu sei que é sábado – menti. – Estou é confuso no número e no mês.

Ele olhou para mim como duvidasse que eu fosse um jovem príncipe e como tal deveria ter uma boa memória. Não estava muito enganado, porque há pouco tempo atrás era velhíssimo. Sorri-lhe amavelmente e aguardei pela informação.

- É dia 15 de Março, Príncipe.

- Então, já se realizou a caçada para comemorar a entrada da Primavera! – exclamei eu, radiante.

- Sim. O Príncipe também foi à caçada – disse ele respeitosamente, mas no fundo deveria estar a perguntar-se se eu não estaria doido.

- Foi o melhor dia da minha vida – relembrei-me.

Foi no dia dez de Março, nesta caçada que se realizava todos os anos, que eu conheci a Aurora como Rosa. Ela roubou-me o coração só com um olhar e o meu coração deu-lhe logo o meu amor sem sequer me pedir permissão. Desde este dia, visitei-a todos os dias. Há cinco dias que nos conhecíamos! O meu contentamento é tal que até recompensei o cavalariço com uma moeda de ouro. Ele ficou tão feliz que até me beijou a mão enluvada em sinal de agradecimento.

O AMOR NÃO DORMEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora