6ª parte - Capítulo XI

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Olá, olá!! Hoje temos 2 CAPÍTULOS!!! 😉🎆🎆🎆

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- Valha-me Deus! – exclamou o meu pai surpreendidíssimo.

O rei Dinis emudeceu.

- Estás feliz, Malévola? – quis saber Fabiola.

Antes de responder, a Bruxa desafiou o rei Dinis com um sorriso provocante e um olhar vitorioso.

- Muitíssimo! Imagino que todos vós estejam bastante infelizes. Tenho imensa pena! – representa um olhar triste e passado uns minutos solta gargalhadas típicas de uma bruxa, enquanto acaricia o corvo.

- Volta para o teu reino, volta para o teu rei – ordenou Lucy.

- É o que eu mais desejo! Voltar para os braços do meu marido que me ama e enche os meus dias de felicidade. O ambiente aqui está... desagradável. Odeio estar em reinos infelizes! Ah! Ah! Ah!

Dulce vai ter com o seu rei e aconselhou-o em voz baixa:

- Ignora-a, Dinis! Não digas, nem faças nada que te venhas a arrepender. Estás com a cabeça quente, precisas de te acalmar. Não é hora para seres orgulhoso, deixa-me ser eu a tratar deste assunto.

Ele assentiu.

A fada colocou-se à frente do seu soberano para o esconder e proteger dos sorrisos e olhares provocadores dela.

- Que situação caricata! – exclamou a Bruxa, entre risos. - O que seria dos reis sem as fadas? Somos seres superiores, possuímos magia e temos que acatar e ter obediência a homens infantis, egoístas, mimados e fracos. Repara nesta situação, Dulce... O rei, o grande rei, está a colocar-te no lugar dele, porque não tem coragem para resolver os seus problemas.

- Malévola...

- Rainha – interrompeu a Bruxa, em alto e bom som.

Dulce soltou um suspiro, fechou os olhos para se acalmar, mas em meros instantes voltou a abri-los e disse:

- Rainha Malévola, não distorça a situação. Não há nada para resolver. A maldição concretizou-se, agora todos sabem o por quê dela existir e as consequências que provém dela. E o rei será sempre rei. Ele nasceu para sê-lo, ao contrário de si que nasceu para ser uma fada e já não o é há bastantes anos.

- Eu sou uma fada. Uma fada rainha!

- Permita-me que a corrija, Rainha: é uma bruxa.

- Como é que te atreves a falar assim comigo? Eu sou da realeza! Não te perdoou nem mais uma ofensa, Dulce – apontou-lhe o bastão com um ar ameaçador.

- Não sejas ridícula, Malévola! Deixaste de ser uma fada quando te desvinculaste de Olisipo. Nasceste em Olisipo e esse é o teu berço. Nunca nenhuma fada pode mudar o seu reino de origem para que não seja tentada por outros reis que tenham intenções de rouba-la dos seus soberanos. É lei absoluta, como deves saber. Se não regressaste a Olisipo, como é que te proclamas uma fada?

- O meu marido, o rei Sebastião de Aranis, proclamou-me uma fada de Aranis, a fada protectora. O rei é o rei. E como deves saber o rei aprova e desaprova leis.

- Hum... - Dulce calou-se e observou-a. - O que é feito daquela menina doce que eu ajudei a criar? Tenho tanta pena por te ter perdido...

- Cala-te, cala-te! Eu não quero ouvir, nem saber das tuas lamentações.

Será que a pergunta da Dulce a incomodou? Será que tocou como uma chama pequena no seu coração de gelo?

- Chegou a hora de regressar para Aranis, um reino feliz e próspero – disse a Bruxa, com vaidade.

- Não voltes a Aragão, sem teres a minha autorização. Aqui sou eu o rei, sou eu que tenho a última palavra! – avisou o meu pai, ferozmente.

Ela dá-lhe um sorriso rasgado como não se sentisse minimamente ameaçada ou ofendida e acrescenta:

- Vossa Graça, até uma próxima, se houver. Príncipe Filipe, espero ainda voltar a vê-lo mais algumas vezes, espero sinceramente que ainda viva uns bons anos.

Maldita! Ela quer me provocar, mas não vai conseguir.

Mas o meu pai não está habituado às manhas dela e sente-se ofendido. Nem tempo tenho para o deter. Ele levantou-se do trono tão rápido como um trovão e declarou:

- Eu não permito que fales assim com o meu filho! Não voltas a aproximar-te dele, não voltas a tocar-lhe nem num fio de cabelo, porque tu não sabes daquilo que eu sou capaz. Não te consideres invencível por teres uma coroa na cabeça.

A Bruxa não consegue esconder o sorriso. Ela é absolutamente provocadora.

- Pai, ela tem prazer em levar as pessoas ao limite. Não lhe dês essa importância – disse eu, num tom baixinho só para que ele me ouvisse.

- Muitas infelicidades! – desejou a Bruxa, entre risos.

Ela rodou sobre os calcanhares provocando ondulações no luxuoso vestido. Relâmpagos voltaram a soar e provocaram-me arrepios. Será que ela também tinha poderes para controlar o tempo? De cabeça erguida com o seu fiel lacaio de penas no ombro, a cauda enormíssima a rastejar e sem o som do bastão a bater no chão, finalmente, a Bruxa abandonava o meu castelo. Mas, quando ela atravessou a porta olhou para trás, para nós, com um sorriso estranho nos lábios.

Continua...

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Não esqueçam de deixar uma estrelinha se gostaram.

O que é que acharam da visita da Malévola? Já algum tempo que não nos visitava. Quais serão as suas intenções?

Próximo capítulo, já disponível! 😉




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