Capítulo II

858 98 64
                                    

Boa noite!!

Queria agradecer aos meus primeiros leitores, que só posso conhecer ao menos se votarem (se não não consigo identificar) e assim retribuir a gentileza. Vocês me fizeram muito feliz, principalmente ao ler os comentários. Obrigada! =)

E hoje, dedico o capítulo aos meus primeiros leitores que consigo identificar: @CeriseWood2009 , @SayuHiga , @EvaGuedes 

Vejam quem aí vem, a Malévola!! Ui!!!

***************************************************************************************************


Despertei do sono com o ranger das grades velhas e ferrugentas a abrir. Deveria ser o Anão que me vinha trazer as refeições todos os dias. Não sabia que horas eram. Seria hora de almoço ou de jantar? Sentia-me perdido. Olhei para a janela gradeada e vi o céu limpo e o sol brilhante.

- Levanta-te, prisioneiro, para receberes a Rainha Malévola.

Por momentos, fiquei sem reacção. Aquela maldita vinha-me ver!? A última vez que me veio ver tinha 60 anos. O meu sangue começou a ferver de raiva. Eu queria matar aquela Bruxa! Mas eu nem forças tinha para estrangular um pássaro. Iria recebe-la em pé e aguentaria o que fosse preciso para não lhe dar o prazer de me ver completamente acabado.

Com algum esforço, levantei-me e coloquei-me de frente para a porta. Ai, as minhas pernas já não querem suportar o peso do meu corpo. Endireitei-me o máximo que consegui para esconder as minhas costas curvadas, mas era impossível.

- Passe, minha Rainha!

Minha Rainha? Mas desde quando é que ela era Rainha? De certeza que já devia ter feito alguma tirania para tomar o trono a algum rei. Já não a via nem sabia nada dela, há vinte anos.

Reconheci o som do bastão dela a bater nas lajes do chão e o meu coração estremeceu como de um menino assustado. A maldição está a terminar e ela deve me vir libertar. Porquê é que sinto medo? Não é medo dela, mas sim do que acontecerá daqui para a frente. Todos iriam acordar no meu reino e no da minha prometida esposa sem as marcas do tempo passar. E eu estava marcado! Que iria fazer? Em todos estes anos, pensei muito e cheguei à conclusão que o melhor seria viver humildemente o pouco que me restava de vida, nunca revelar a minha identidade e ver o meu amor de longe. Vê-la, mesmo de longe, iria reconfortar o meu coração.

A Bruxa entrou. O tempo também não a tinha marcado. Estava igual à última vez que a vira. Ela não é feia, como dizem que as bruxas o são. Revivi a sua aparência: tem o rosto oval, uns grandes olhos azuis-esverdeados, um nariz estreito, os lábios carnudos, um longo cabelo castanho escuro e vestia um comprido vestido negro. Mas parecia-me diferente. O que seria? Ah, é o vestido! É de um tecido fino e diria que era dos melhores. Tinha-se requintado nestes anos que não a vi, só que a cor da indumentária não mudava. Se calhar, o preto era a sua cor preferida. E os lábios estavam pintados de vermelho. Que novidade!

Olhou-me de alto a baixo e começou a rir às gargalhadas. Era impossível não reparar na felicidade que dançava nos seus olhos.

- Ora, ora, ora... - disse Malévola. Deu três passos para dentro da masmorra, cobriu ao seu redor as feias lajes com o seu elegante vestido preto e não desviou o seu olhar do meu nem por um instante. O seu sorriso era cruel. – Tu és o Príncipe?

Não respondi. Sei muito bem o que ela me queria fazer sentir. Não restava nada do que eu era. Não passava de uma sombra. Mas não deixava de ser eu. Eu era um Príncipe. Eu nasci Príncipe! E todos os príncipes envelhecem.

O AMOR NÃO DORMEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora