2ª parte do Capítulo XI

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Olá!!! 😉 Boa leitura!!! Não quero empatar-vos, pois devem estar super curiosos!!

Dedicado: a mim, porque hoje faço anos!!! 🎂

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Pensamentos inquietantes tomavam conta de mim como: neste momento, o Príncipe Ricardo estaria a preparar o seu regresso a Olisipo para visitar a Aurora, para lhe falar palavras de amor, para incentiva-la a ama-lo... Não podia perder mais tempo, precisava devolver a felicidade à minha Aurora e a tranquilidade ao meu coração.

- Pai...

Ele olhou, de imediato, para mim e dei-lhe um sorriso de contentamento por tudo estar bem, mas pedi-lhe com o olhar que se lembrasse do motivo principal daquela visita. E como eu esperava ele compreendeu-me.

- Dinis, o Filipe precisa conversar contigo. Vamos até ao meu salão particular, lá estaremos mais à vontade.

- Sim, claro. Eu quero ouvir tudo o que tiveres para me contar, Filipe.

Sorri-lhe. Por agora estava tudo a correr bem, mas o mais importante ainda estava para vir!

- Sebastião – chamou o meu pai o pajem.

- Vossa Graça, chamou? – disse o pajem que apareceu rapidamente.

- Não quero ser incomodado por ninguém, seja qual for o assunto, enquanto não terminar a reunião com o rei Dinis.

O pajem assentiu com a cabeça.

- Vamos? – perguntou o meu pai com um sorriso genuíno. Parecia-me confiante e queria transmiti-lo para me dar força.

- As fadas podem acompanhar-nos – declarei eu.

Tinha chegado o momento, talvez um dos momentos mais importantes da minha vida. Seria decisivo. Recuperar a minha condição de prometido de Aurora era mais importante do que ter recuperado a minha identidade. Caminhamos em conjunto rumo ao salão. Três homens, três amigos e quem sabe três familiares. Era tudo o que eu mais queria: ser o genro do rei de Olisipo! Sonhar era tão bom!

As quatro fadas voavam à nossa frente em miniaturas e enfeitiçaram a porta para se abrir e as cadeiras para darem pulos para trás para nos sentarmos. O meu pai sentou-se na cabeceira da grande mesa, porque era o senhor do castelo, o rei de Aragão, eu sentei-me à sua direita e o rei Dinis ficou à esquerda do meu pai. Agora sim, estava cara a cara com o pai de Aurora! A minha madrinha sentou-se no meu ombro esquerdo e senti-me mais confiante por a ter perto de mim. Ofereci-lhe o meu melhor sorriso de agradecimento. Enquanto, as fadas de Olisipo fizeram aparecer magicamente três minúsculas cadeiras em cima da mesa e sentaram-se. Estavamos todos prontos! Inspirei fundo e fui directo ao assunto:

- Rei Dinis, não imagina como lamento profundamente não ter oficializado o meu noivado com Aurora. Não fui a Olisipo, porque já me encontrava velho.

- Filipe, não precisas justificar-te mais. Está tudo bem entre nós e vai ficar também tudo bem contigo. Havemos de encontrar uma solução!

- O que é que significa precisamente estar tudo bem entre nós? Significa estar tudo bem como estava antes, incluindo eu ser o prometido de Aurora?

O rei Dinis arregalou os olhos de surpresa e gaguejou. Provavelmente, não conseguia encontrar as palavras certas. Ele precisava pensar. Esperei.

O silêncio reinava no salão. Observei as fadas de Olisipo que estavam com o olhar fixado no seu soberano. Era terrível aquela espera! Pela janela vidrada vi que o tempo estava completamente o oposto de algumas horas atrás. O nevoeiro estava a conquistar Aragão. Arrepiei-me. Fiquei com o pressentimento que algo de menos bom poderia estar para acontecer. Como é que o dia nasceu cheio de luz e estava a transformar-se num dia de escuridão? Será que iria acontecer o mesmo à minha vida? Tudo dependia do pai de Aurora. O que iria ele decidir? Rezava para que me desse um sim.

O AMOR NÃO DORMEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora