7ª parte - Capítulo VI

223 43 10
                                    


Olá, Olá!
O capitulo 6 chegou ao fim, hoje. Eu sei, ele foi ENORME! Mas colocar uma conversa de 80 anos em dia, não é fácil... Contudo, acho que foi essencial.

SERÁ QUE A VIOLETA VAI AJUDAR O PRÍNCIPE? A VOSSA RESPOSTA ESTÁ JÁ AQUI! CORRAM...😉

**************************************************************************

- Ninguém vai saber que desobedeceste a essa lei – contrapus. – Além disso, não é uma desobediência... Sou eu, o Príncipe de Aragão, que te estou ordenando para levares as fadas de Olisipo para te ajudarem na leitura dos diários das nossas fadas.

- Ah, então não é um pedido? – perguntou ela, com um sorriso discreto.

- Não. Não é um pedido. É uma ordem – respondi, pausadamente.

- Nesse caso... Meu Príncipe, trarei notícias o mais breve possível – levantou-se e fez uma vénia.

As fadas de Olispo aplaudiram de contentamento e eu rasguei um enorme sorriso no rosto.

- Nada nos deixaria mais felizes do que conseguir ajuda-lo, Príncipe! – exclamou Fabiola.

- Já é tarde! Tenho que regressar a Aragão – anunciou a minha madrinha.

- Os meu pobres pais... - lembrei-me numa profunda tristeza. – O que lhes vais dizer sobre o meu desaparecimento?

- Penso que não sofreriam tanto, se contar que fugiste com a Rosa. Se te der por desaparecido, irão vasculhar todos os cantos dentro e fora do reino e a angústia e o sofrimento aumentarão de dia para dia.

- Tens razão, madrinha. Parece-me a mentira mais credível.

- Fica bem, meu querido – disse a minha madrinha, dando-me um beijo na testa. – Cuida de ti.

- Não te preocupes, Violeta! Nós cuidamos do Príncipe – atalhou Lucy, piscando-lhe um olho.

Falavam de mim como se fosse uma criança. Se calhar até era... As minhas pernas estavam frágeis como as de um bebé que começa aprender a andar.

Entre risos, a minha madrinha transformou-se em miniatura e queixou-se:

- Tenho que preparar os ouvidos para o teu pai, Filipe.

Pobre madrinha! Imagino o meu pai furibundo, quando ela lhe contar que fugi com a Rosa. Iria gritar: "Onde é que já se viu um príncipe fugir com uma plebeia? Um príncipe herdeiro fugir dos seus compromissos, deixar o trono de Aragão sem descendentes... Uma vergonha! Onde é que tu estavas Violeta? Ajudaste-o, Violeta?".

Levei a mão à testa e fiquei cabisbaixo. Era uma tristeza, era revoltante que ao fim de 80 anos a maldição continuava a espalhar sofrimento. Ela marcaria para sempre o meu destino e o destino de Aragão. Com o meu desaparecimento, precisava-se de um novo herdeiro ao trono. Quem governaria no meu lugar? A minha madrinha era responsável pela prosperidade do reino e a cabeça dela nessa altura estaria a prémio. Nem queria pensar nisto, não queria. Desapareçam pensamentos das trevas!

Era crepúsculo, pois o sol escondia-se no horizonte, mas ainda se via a sua luminosidade. Que lindo!

- Uma boa noite – desejou a minha madrinha, saindo pela janela com um leve bater de asas.

- Coragem, madrinha – gritei-lhe.

- Não te preocupes comigo, Filipe. Vai ficar tudo bem.

Depressa deixei de a ver no horizonte, devido à minha falta de visão

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Depressa deixei de a ver no horizonte, devido à minha falta de visão.

- O meu pai vai odiar-me – murmurei.

- Não diga isso, Príncipe – recriminou-me Dulce. – O seu pai vai ama-lo para sempre.

- Deus queria que tenhas razão...

- Já viram as horas? – perguntou Lucy, sempre com aquele sentido de oportunidade para mudar o rumo da conversa. – São horas de jantar. Temos que preparar um banquete!

- Lucy, não é preciso – disse eu.

- Claro que é preciso. Temos um convidado especial!

Ela agitou a varinha e um brilho especial tomou conta da mesa e não tardou a aparecer frutas em tigelas resplandecentes de prata, uma travessa com porco assado e aves selvagens e cálices de prata com vinho.

- Não tenho fome – informei.

- Não aceitamos um não – atalhou Lucy.

- Tem que se alimentar, Príncipe. Não se esqueça de que tem uma luta pela frente e precisa de estar forte – disse Dulce, meigamente.

- Uma sopinha, Príncipe? – perguntou Fabiola, com aquele tom de voz que se dá as crianças.

Oh, não. Será que elas iam tratar-me como há 80 anos atrás? Ao mesmo tempo, a situação provocou-me o riso.

- Pode ser – respondi.

- É bom ouvi-lo rir – disse Lucy.

Era raro rir. Rir significava felicidade e há muitos anos que ela me abandonara.

- Espero que esteja do seu gosto! – exclamou Fabiola, enquanto fez surgir uma tigela de prata cheia de sopa à minha frente.

- Tenho a certeza que sim. Obrigado!

As três olhavam para mim com os olhos arregalados, porque estavam ansiosas pela minha opinião sobre a sopa. Como já tinha previsto, iriam-me tratar como uma criança. Mas não como uma criança qualquer, um príncipe que se faz birra por causa da sopa vem logo a fada madrinha enfeitiçar a tigela com uma nova sopa.

- Por favor, serviam-se – pedi eu.

- Ah, sim!

- Claro!

- Iremos já servir-nos.

Peguei na colher de prata e levei a primeira colher à boca.

- E então? – perguntaram elas, em coro.

- Está maravilhosa!

- Eu sabia! – exclamou Fabiola.

Jantámos, conversando sobre o que se tinha passado na suposta festa do meu noivado depois de eu me vir embora. Ao terminar a sopa, comecei a sentir-me mole, com sono, muito sono... Bocejei. Oh, não!

- Vocês enfeitiçaram-me a sopa? – perguntei, entre vários bocejos.

- Nós? – perguntaram elas, indignadas.

- Seríamos incapazes de tal coisa – disse Fabiola.

- Eu... Eu...

Não resisti e deixei o sono apoderar-se de mim. Senti um bem-estar inundar-me e adormeci profundamente.

*************************************************************************

As fadas são umas malandras. Será que colocaram o Príncipe a dormir?

E o que é que as minhas leitoras prevêm para o próximo capítulo??

Não se esqueçam de deixar uma 🌟 para ajudar a história a crescer.

Até breve.❤ 

O AMOR NÃO DORMEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora