2ª parte - Capítulo XIII

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Olá, minhas queridas leitoras! BONÚS, porque vocês merecem! 😉

Será que esta coisa linda aqui em cima, que está para nascer, vai ser entregue à Margarida? Sim ou não? Querem adivinhar antes de ler?

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- Oooooh – soltaram os soldados, num murmuro de espanto.

Era horrível o que acabava de ouvir. Só uma bruxa poderia fazer tal proposta! Eu estava completamento certo ao pensar que não se podia confiar nestas criaturas. Não consegui dizer nem mais uma palavra. Vislumbrei o rosto do meu pai que estava boquiaberto e pálido como a parede branca. E não era para menos! A minha madrinha foi a única que conseguiu reagir de imediato e estava com cara de poucos amigos. Enfrentou-a:

- Como ousas pedir tal pagamento?

Margarida simplesmente ignorou-a e continuou a mirar-me, à espera de uma resposta. Esta era a segunda atitude de bruxa que reconhecia nela. Era uma afronta e uma falta de educação ignorar a fada, o braço direito do rei, uma criatura de bem, amada e respeitada por qualquer um e por qualquer reino. Violeta era tudo aquilo que ela não era! Observei-a, mais uma vez. Tudo nela era falso: o seu sorriso, o seu ar inocente e a sua aparência de rapariguinha. Quantos anos realmente ela teria? As fadas e as bruxas não envelheciam. Pobre de quem a julgava uma jovem inocente e dócil!

- Se quer voltar a ser um jovem príncipe terá que prometer que me entregará o seu primeiro filho varão quando a sua esposa o der à luz. Se a sua esposa der à luz uma menina primeiro não a quero. Quero um menino, o primeiro menino – esclareceu ela.

Era como se fosse um sonho misturado com um pesadelo. Imagino o dia em que terei um filho, um filho com a Aurora. Será lindo como a mãe! Com os cabelos louros, os olhos azuis e o rosto pequenino como se tratasse de um botão de rosa. Será um menino de ouro e de prata, porque será príncipe de dois reinos, Olispo e Aragão, herdeiro de dois tronos. Mas o mais importante de tudo é que ele será um pedaço de mim e um pedaço de Aurora, o triunfo do nosso amor. Como pode uma bruxa pedir-me um filho que nem sequer sei se vai existir? A Bruxa, a Malévola, tirou-me tanto... E agora esta bruxa que se diz chamar Margarida quer-me tirar algo que ainda nem tenho. Mas é para isto que estas criaturas vêm ao mundo? Para tirar seja o que for desde que provoque infelicidade, desgosto e sofrimento?

Sem eu querer imaginar tal cenário, vi um berço real a balançar sozinho como estivesse a embalar um bebé adormecido, mas na realidade estava vazio. A mãe, Aurora, cai ao chão de joelhos, o seu vestido preto cobre o chão e parece mais um vestido de luto, e agarra-se desesperadamente ao berço a chorar e a chamar pelo seu bebé desaparecido.

Uma fúria nasceu dentro de mim e o ódio que sinto pela Malévola estende-se agora para a Margarida.

- NUNCA! – declarei eu, zangado. – Como é que te atreves a pedir-me tal coisa, sua bruxa?

- Não o quero ofender, Príncipe, mas tudo tem um preço na vida – disse ela, calma e sorridente.

Nem se sentiu ofendida de a chamar de bruxa! A atitude dela enerva-me mais, era extramente provocadora. Parecia que nada a afectava. Tinha que me controlar, porque não queria demonstra-lhe que tinha capacidade para me levar ao limite. Continuei com a cabeça erguida, fingi que estava calmo como no instante em que a recebi e cerrei os punhos que repousavam nos braços do trono para conter a minha vontade de lhe gritar.

- Eu devia era mandar-te para a forca – ameacei-a, mas sem perder a compostura.

- Calma, Filipe. Deixa-me tratar deste assunto. Se ela souber mesmo o segredo da juventude, precisaremos dela – disse o meu pai tão baixo que só eu o poderia ouvir.

O AMOR NÃO DORMEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora