8º parte do Capítulo XVII

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 Olá, a todos! Este capítulo é DEDICADO a todos os meus leitores fiéis ao Príncipe!!! Deixem um ❤ aqui ou nos comentários para o vosso nome aparecer como um desses leitores, isto porque tenho receio de me esquecer de nomear alguém.

Continuo a fazer uma espécie de mapa para ordenar as minhas ideias, mas já decidi alguns rumos e ao fim do capítulo conto-vos mais. 

Aqui está o novo capítulo! Um pouco grande, não consegui diminuir. Não sei se é bom ou mau. Há quem goste de ler muito e há quem goste de ler pouco. Boa leitura!

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Irritado era como me sentia por causa daquela maldita fada em forma de corvo que mostrava uma lealdade incondicional à Bruxa. Mas ela iria falar, a bem ou mal! Para me libertar deste sentimento fui para o jardim a lançar setas aos alvos, que para além de ser um desporto, seria bom praticar a minha pontaria, porque em tempos perigosos precisamos estar preparados para proteger os nossos e a nossa própria vida.

Passado muito tempo - talvez as duas horas -, um criado veio chamar-me com urgência a pedido da minha madrinha. Não hesitei e entreguei-lhe de imediato o arco e as flechas e corri para os meus aposentos. Entrei de rompante, ansioso por novidades e fui surpreendido por um cenário que não esperava: deitada no chão, Arabel chorava piedosamente e pedia entre soluços  que a voltassem a transformar num corvo.

- O que é que está acontecer, madrinha? - perguntei eu, confuso.

Ela veio ao meu encontro e pela primeira vez reparei que em vez de uma varinha tinha duas. Uma delas devia pertencer à mascote da Bruxa que deixou o seu disfarce de pássaro maligno para voltar a ser uma fada, o que lhe dava o poder de praticar magia. Estremeci só de pensar o que aquela criatura poderia fazer se recuperasse a varinha.

- Desde que desfiz o feitiço que ela está assim. Só chora e aparentemente nem tem forças para se levantar. Até parece que ela está a sofrer, Vossa Graça.

 - Voltar à sua forma natural traz sofrimento?

 - Não. Não sei o que se passa com ela, mas não está bem.

O choro de Arabel era incessante. Com tantas lágrimas ia-se formar um rio no meu quarto!

- Por... favor... - pediu ela, entre soluços, levando uma mão ao peito como estivesse a sentir uma dor no coração. - Não... vou... aguentar... - Contorcia-se no chão, amarrotando o fino tecido do vestido, com o rosto banhado de lágrimas, o olhos avermelhados e a expressão do rosto carregada de angústia e aflição. Estaria ela assim tão mal?

- Não será um truque de bruxa? - perguntei em tom baixo para que só a minha madrinha me ouvisse. - Não será tudo uma encenação?

- Julgo que não. Ela nem lutou para recuperar a sua varinha. Assim que desfiz o feitiço, ela caiu ao chão atordoada, como é normal, e a varinha estava pertíssimo dela. À distância de um braço.

- Que estranho! Arrepio-me de medo só de pensar que ela pode voltar a ter uma varinha para praticar bruxarias. Essa varinha não pode jamais voltar para às mão dela. 

- Não te preocupes que eu vou guarda-la num sí­tio seguro.

- Não seria mais seguro destruí-la? É só parti-la - contrapus, com vontade de eu próprio fazê-lo para acabar com aquela criatura que deixaria de ser uma fada e uma bruxa. Que lugar ocuparia ela neste mundo? Seria uma vingança ainda mais perfeita do que transforma-la em bruxa, porque assim nunca teria poderes mágicos. Sorri com triunfo.

A minha madrinha olhou duas vezes para mim com um olhar de espanto e gaguejou até conseguir falar o que pensava:

- Não... Não podes... Não deves...

O AMOR NÃO DORMEWhere stories live. Discover now