Armadilha

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Um homem bastante parecido com Killian estava parado do outro lado da rua observando Emma, ela tinha quase certeza de que era Killian, mas perguntavam-se como isso era possível? Será que estava ficando louca? Imaginando coisas? Será o demônio materializado na forma de Killian Jones para assustá-la? Aquilo não poderia ser real. Respirou fundo e tomou uma dose de coragem decidindo seguir aquela aparição. A medida que ela ia aproximando-se dele, ele dava um passo para trás, não parecia estar em seu estado normal, parecia perdido e transtornado, a aproximação de Emma o fazia recuar, sentia o medo dos olhos dela.
- Espere! – pediu Emma.
Killian correu e Emma pôde perceber que o cabelo dele estava raspado na região da nuca e que havia um corte cirúrgico.
- Killian. – chamou Emma.
Killian correu assustado e Emma tentou alcança-lo mas o perdeu de vista. Ela voltou para delegacia com uma expressão indecifrável.
- Emma? – chamou August.
- Está branca, parece que viu um fantasma. – disse Elsa.
- Quando o Killian morreu, vocês foram no enterro dele?  -perguntou Emma.
- Fomos, prestamos honra a ele. – disse August.
- Eu não consegui ir, mas o caixão dele ficou aberto?  - perguntou Emma.
- Não, por que está perguntando isso? – perguntou Kristin.
- Eu acabei de vê-lo... – disse Emma.
Kristin e August fizeram uma expressão de desentendidos.
- Eu sei que parece loucura, mas... – disse Emma.
- Emma, acho que você está afetada por ter sido o seu primeiro assassinato. – disse August.
- Não estou louca, eu o segui e ele correu de mim. – disse Emma.
- E em quê direção ele foi? – perguntou Kristin.
- Você está acreditando nisso? – perguntou August.
- E você não?  - perguntou Kristin.
- Eu não sei,  o perdi de vista. – disse Emma.
- É coisa da sua cabeça, Emma. – disse August.
- Eu não sou louca! – disse Emma.
- Não estou dizendo que é louca, mas Killian morreu! – disse August.
- E se não morreu? – perguntou Emma.
- Você atirou na cabeça dele! – disse August.
- Mas eu acertei o Chip. – disse Emma.
- Mas ele não sobreviveria, Zelena disse que se houvesse tentativa de retirada do chip ele morreria. – disse August.
- E se alguém da Genese’s souber o procedimento de retirada e reconstrução do chip? – perguntou Emma.
- Isso é impossível! Nós verificamos os batimentos dele, Ruby retirou o chip dele, como ele poderia ter ficado morto tanto tempo e depois sobrevivido? – perguntou August.
- Eu não sei, August, só sei que vi o Killian. – disse Emma irritando-se.
- Você deve ter delirado, você o matou e ainda sente culpa. – disse August.
- Mas eu nunca o vi antes, eu fiquei nervosa sim, mas eu não fiquei vendo coisas e não é agora que começarei a ver. – disse Emma.
- Você deve estar tendo alguma tensão nervosa, procure um médico. – disse August.
- Eu já disse que não sou louca! – disse Emma.
- Deixa ela, August. – disse Elsa.
- Eu acredito em você, talvez essas pessoas podem ter feito algo com o corpo dele. – disse Elsa.
- Finalmente alguém sensato neste lugar.- disse Emma.
- Se precisar de ajuda eu estarei aqui para ouvi-la. – disse Elsa.
- Obrigada, Elsa. – disse Emma.
- E cadê a sua carta? – perguntou Kristin.
- Aqui está .- disse Emma.
- Ainda não está completa, está faltando partes da coordenada. – disse August.
- O que faremos? – perguntou Elsa.
- Deve ser alguma pegadinha pra nos distrair. – disse August.
- Precisamos saber quem mais recebeu essas cartas. – disse Emma.
- Espera, podemos tentar descobrir o resto da coordenada com essas aqui. – disse Elsa.
- Como? – perguntou August.
- Vejam. – disse Elsa acessando um site de busca via satélite.
- Mas não temos a coordenada completa.  – disse August.
Elsa não deu ouvidos.
- Acho que está completa sim, é só olharmos pela ordem alfabética de nossos nomes. – disse Elsa.
- Mas isso é um call center? – perguntou August.
- É este lugar, mas refere-se a um subsolo. – disse Elsa.
- E se for uma armadilha? – perguntou Kristin.
- Tomaremos cuidado. – disse Emma.
- Ainda estou com um pé atrás sobre isso. – disse August.
- Nunca saberemos se não formos. – disse Emma.
- Quem vota em não ir? – perguntou August levantando a mão sozinho.
Elsa, Emma e Kristin entreolharam-se.
- Tá bom, vocês venceram. – disse August.
Regina roubou um cartão de acesso e foi para Genese’s fazer uma nova investigação, vestiu-se de médica e colocou uma touca e máscara cirúrgica.
Andou por uma ala cheia de próteses e chips a pronto entrega, já tinha donos definidos, tentou imprimir o relatório de compradores e colocou dentro da calça. Andou mais um pouco e chegou em uma ala que o cartão não tinha acesso, tentou passar o cartão várias vezes e não conseguiu entrar.
- Doutora, há algo errado com o seu acesso? – perguntou um médico militar.
- Acho que sim, não quer dar certo. – disse Regina.
- Deixa eu ver o seu cartão ? – pediu o médico.
Regina havia colocado no bolso, ao enfiar a mão para retirá-lo, exerceu uma certa força para entortar a ponta do cartão, retirou do bolso tapando a foto.
- Acho que me descuidei e acabei danificando o meu. – disse Regina.
- Espere um instante. – disse o doutor retirando o cartão de acesso do bolso e abrindo a porta.
- Pode me acompanhar? – perguntou Regina.
- Claro. – disse o médico.
Ao entrarem no local, Regina golpeou o médico fazendo-o desacordar, pegou o seu cartão de acesso e arrastou o corpo do homem até um local que não dava para visualizá-lo facilmente.
Parecia uma sala de arquivos sobre cobaias, desde a primeira até a última, das que deram certo e das que não deram. Haviam relatórios da evolução da pesquisa sobre implante de órgãos mecânicos. Demorou alguns minutos para  o aparelho sugadados dá sinal de 100%.
Certificou-se de que o médico ainda ficasse desacordado por algum tempo mais.
Andou por mais algumas salas, e encontrou com uma foto do Killian na tela do computador.
Projeto soltado K-1007
• Ferimento à bala na altura da nuca;
• Chip G retirado;
• Liberação da toxina venosa para redução de batimentos cardíacos;
• Soldado recolhido 5 horas após a falsa morte;
• Perca de 0,01% de massa encefálica não comprometendo a função motora;
• Projétil atingiu chip G preservando a vida do soldado;
• Implante de massa perdida feita em laboratório;
DIAGNÓSTICO:  Paciente recupera os movimentos mas tem perca de memória temporária.
Observações: paciente agressivo e tentativa de fuga constante.
Regina não podia acreditar no que estava lendo, Killian estava vivo. Precisava sair dali o mais rápido possível e procurar o túmulo do rapaz. Ao abrir a  porta de saída, Regina foi confundida com Lilith.
- Doutora Page, precisamos da senhora na sala A-37. – disse um assistente.
- Preciso resolver umas coisas e já estou indo. – disse Regina.
- É de extrema urgência, preciso que vá agora. – disse o assistente levando Regina.
- Deixe eu ir ao banheiro primeiro. – pediu Regina sendo arrastada.
- Não é possível. – disse o assistente.
Aurora estava realizando um transplante de fígado mecânico mas o paciente estava tendo paradas cardíacas.
Regina estava entrando em desespero por não saber o que fazer e ainda teria que salvar alguém. Não era médica e não poderia fazer nada. Ao entrar na sala, ficou paralisada alguns segundos.
- Doutora, precisamos de você. – disse Aurora.
Regina tinha o olhar apavorado e fingiu estar passando mal. Foi levada para uma outra sala para ser atendida. A verdadeira doutora Lily estava chegando na sala de cirurgia.
- Já está melhor? Você acabou de sair daqui passando mal? – perguntou Aurora.
- Eu? Agora que cheguei aqui. – disse Lily.
- Então temos uma impostora. – disse Aurora.
Lily avisou aos seguranças para pegarem a invasora.
Regina golpeou os enfermeiros que a estavam atendendo, percebeu que havia perdido o cartão de acesso do médico. Pegou de um dos enfermeiros e saiu da sala de atendimento. Os seguranças a estavam procurando, mas Regina conseguia esconder-se, encontrou uma saída de emergência, mas estava travada e o cartão de acesso que roubou estava danificado.
- Droga! – disse Regina.
Olhou em sua volta e percebeu um extintor, tentou quebrar a caixa de travamento eletrônico da porta batendo nela. A porta se abriu mas o alarme tocou, conseguiu escapar, entrou em seu carro cantando pneu.
- Não encontramos ninguém, doutora. – disse um dos seguranças.
- Alguém esteve nos bisbilhotando e eu vou querer saber quem foi. – disse Lily.
- As imagens de segurança não mostra o rosto, ela foi bastante cautelosa para não aparecer nas imagens. – disse o segurança.
- Encontre digitais. – pediu Lily.
- Nas imagens ela aparecia de luvas, não saberemos quem foi. – disse o segurança.
- Mas será possível! Temos um traidor, como ela teria acesso aqui? – perguntou Lily.
- Ela tinha um cartão. – disse o segurança .
- Descubra de quem foi o acesso. – disse Lily.
- Sim, senhora. – disse o segurança.
Regina retirou a roupa de médica e livrou-se delas queimando-as.
Emma ligou para Regina tentando dizer o que tinha visto.
- Emma? Tudo bem? – perguntou Regina.
- Eu sei que vai me chamar de louca, que estou imaginando coisas, mas eu vi o Killian. – disse Emma.
- Eu também vi. – disse Regina.
Emma sentiu um arrepio percorrer pelo seu corpo.
- O quê? Onde? – perguntou Emma.
- Eu não o vi exatamente, mas eu entrei na Genese’s e havia um arquivo falando que ele está vivo. – disse Regina.
- Onde você está? – perguntou Emma.
- Estou indo ao túmulo do Killian. – disse Regina.
- Eu vou com você! – disse Emma correndo para o carro.
Desligaram os telefones e encontraram-se no cemitério. Regina comprou uma pá para desenterrar o corpo de Killian. Emma desceu do carro e entrou no de Regina.
- Esperamos escurecer e desenterramos ele. – disse Regina.
- E se lá tiver um corpo? – perguntou Emma.
- E se não tiver? – perguntou Regina.
- Não sei o que pensar.  – disse Emma.
- Eu estou em choque tanto quanto você. – disse Regina.
- Não, não está! Eu o vi pessoalmente. – disse Emma.
Regina olhou nos olhos de Emma.
- Isso está mais estranho do que eu pensava. – disse Regina.
A noite chegou, foram até o túmulo de Killian e cavaram, cavaram até chegar no caixão.
- Pronta? – perguntou Regina.
- Sim. – disse Emma.
- No três. – disse Regina.
- 1, 2, 3! – contaram juntas abrindo o caixão.
- Não tem nada! – disse Emma.
- Somente pedras. – disse Regina.
- Não posso acreditar. – disse Emma.
- Como esses filhos da puta fizeram isso? – perguntou Regina.
- Nos enganaram. – disse Emma.
- Sabemos que Killian está realmente vivo. – disse Regina.
- Nunca me imaginei desenterrando um caixão. – disse Emma.
- Hey! O que estão fazendo ai? – perguntou o coveiro.
- E agora? – perguntou Emma a Regina.
- Fique calma. – disse Regina.
- Não vão me responder? – perguntou o homem aproximando-se.
Regina e Emma ficaram caladas.
- Céus! Estão desenterrando um caixão? Vou chamar a polícia, vocês devem ser aquelas vagabundas que mexem com magia negra. – disse o coveiro.
- Espere! – disse Regina.
- Não tem desculpa! – disse o coveiro.
- Estamos investigando a morte de um amigo, veja, não tem ninguém aqui. – disse Regina.
- E como vou saber se não roubaram o corpo? – perguntou o coveiro.
- Poderia desconfiar se aqui tivesse um corpo de um ator famoso, mas não tem! Era apenas um pé rapado. – disse Regina.
- Isso não encobre o fato de que estão cometendo um crime. – disse o coveiro.
- 1000 dólares e você nunca nos viu aqui. – disse Regina.
- 2 mil! – disse o coveiro.
- 800 e não se fala mais nisso. – disse Regina mostrando o dinheiro.
O coveiro brilhou os olhos ao ver as notas e aceitou o acordo. Emma riu da situação e  saíram sem problemas.
- Agora somos realmente foras da lei. – disse Regina.
- Não dá pra ser 100% santa o tempo todo. – disse Emma.
O dia marcado pela carta do olho de Hórus chegou, era sexta-feira, 15 horas, e todos estavam curiosos pelo dono da correspondência. Entraram no call center e foram interrogados por uma mulher.
- Não podem entrar assim aqui. – disse a mulher.
- É que nos chamaram aqui. – disse August.
- Quem? – perguntou a mulher.
- Não sabemos. – disse Kristin.
- Que tal Hórus? – perguntou Emma.
- Claro, podem descer aquelas escadas. – disse a mulher.
- Hórus era a senha.  – disse Elsa.
Adentraram ao local e foram rendidos.
- Parados! – disse Jefferson.
- Droga!  Eu disse que era uma armadilha. – disse August.
- Merda!  - disse Kristin.
Emma não esboçou nenhuma reação.
- Filha da mãe! – disse Elsa.
Jefferson deu um sorriso de lado.
- Precisamos esperar a ordem de Hórus para entrarem. – disse Jefferson.
- Eu não vou entrar ai! – disse August.
- Você não tem mais escolha. – disse Jefferson.
Recebeu um sinal no celular e obrigou a todos a entrarem. Era uma sala enorme, havia uma poltrona central virada, muitos computadores e muita tecnologia.
Jefferson permanecia com a arma apontada em direção aos agentes.
- Cadê Hórus? – perguntou Elsa admirando os computadores do local.
A cadeira central virou-se.
- Olá! – disse Hórus com um sorriso sarcástico no rosto.




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