Olho de Hórus

1.3K 108 31
                                    

- Mamãe, por que me bateu? – perguntou Regina indignada.
- Você ainda me pergunta?  - perguntou Cora.
- Claro. Não sei o que se passa na sua cabeça. – disse Regina.
- Sou eu que não sei o que se passa nessa sua cabeça. – disse Cora.
- Eu sei o que estou fazendo. – disse Regina.
- Você é exonerada e depois se mete com aquela empresa Genese’s? Me expulsa daqui como se eu fosse um lixo e ainda me diz que sabe o que está fazendo? – perguntou Cora.
- Eu sei o que estou fazendo, digo e repito! – disse Regina.
- Regina, se está achando que brinca comigo, está muito enganada! Eu não a eduquei pra envolver-se com marginais. Agora quem fica nesta cadeira aqui sou eu. – disse Cora.
- Mas... – tentou dizer Regina.
- Mas nada! Quando eu vi aquela reportagem de que você estava no evento da Genese’s eu quis enfiar a minha cara no chão, você não faça isso comigo, garota! – disse Cora.
- Garota? – perguntou Regina.
- GA-RO-TA! Tá surda ? – perguntou Cora.
- Pronto! Uma mulher com quase quarenta anos tendo que ouvir sermão da mãe. – disse Regina cruzando os braços.
- Mesmo que se tivesse 60. – disse Cora.
- Eu preciso estar aqui. – disse Regina.
- E por que precisa? Pra ficar negociando com aquele pessoal? Eu não vou permitir! – disse Cora
- Mamãe, confie em mim! – disse Regina.
- Não  está sendo fácil confiar em você. – disse Cora
- Apenas confie, você verá o resultado em breve. – disse Regina.
- Que resultado? Você morta igual ao seu pai? – perguntou Cora.
- Não. Eu não posso dizer agora. – disse Regina.
- Eu nunca vou entender. – disse Cora.
Regina aproximou-se de Cora e a abraçou.
- Me perdoe pelo que fiz, me despedaçou te magoar mas foi necessário. Eu estou fazendo algo pelo bem de todos e por isso peço que confie em mim. – disse Regina sussurrando.
Cora olhou nos olhos de Regina e assentiu com a cabeça.
- Ok.
- Quando eu puder, explicarei melhor. – disse Regina.
- Tudo bem. Fique ai por enquanto, vou descer e tomar um café. – disse Cora.
Gretchen foi fazer mais uma visita inesperada a Regina.
- Gretchen? Espero que esteja aqui para falar sobre os lucros. – disse Regina.
- Claro, você receberá a sua parte, mas eu vim até aqui para falar de outra coisa. – disse Gretchen.
- Que coisa?  - perguntou Regina não gostando nada da expressão estampada no rosto Gretchen.
Gretchen aproximou-se da cadeira de Regina e sacou um canivete e colocou no pescoço de Regina imobilizando-a.
- O que significa isso? – perguntou Regina.
- Você acha que eu sou idiota? Emma Swan aparece no meu evento e do nada você some e aparece uma  pilha de corpos dos meus homens?  - perguntou Gretchen.
- Eu não sei do que está falando. – disse Regina.
- Sabe, sabe sim! – disse Gretchen pressionando o objeto cortante ainda mais em Regina.
- Eu estive ao seu lado o tempo todo. – disse Regina.
- É? Você sumiu misteriosamente e voltou com a blusa manchada de sangue e me disse que estava no banheiro.  – disse Gretchen.
- Eu não tenho medo das suas ameaças, eu não tenho nada a ver com a pilha de corpos que você diz que apareceu. Nem ao menos sabia que Emma esteve lá. – disse Regina.
- Regina, eu não sou idiota, se eu confirmar um deslize seu, faço um sorriso na sua linda e bela cara de orelha a orelha. – disse Gretchen deslizando o canivete formando um desenho de sorriso no rosto de Regina.
Regina arqueou uma sobrancelha.
- Não haverá. – disse Regina.
- Ótimo. – disse Gretchen.
Regina limpou o sangue do pequeno corte provocado pela pressão que Gretchen exerceu em sua garganta.
- Não se esqueça de que tudo que vai, volta! – disse Regina.
- Está me ameaçando? – perguntou Gretchen.
- Entenda o que quiser. – disse Regina.
- Não me queira como inimiga. – disse Gretchen.
- Eu digo o mesmo, senhorita Morgan.- disse Regina.
Gretchen a encarou por alguns segundos e retirou-se.
Lily tinha uma assistente que era muito interessada e aprendia rápido.
- Muito bem... – disse Lily.
- E este dispositivo? – perguntou Aurora.
- Coloque no núcleo. – disse Lily.
- Assim? – perguntou Aurora.
- Exatamente. – disse Lily.
Pegou algumas próteses que Aurora havia desenvolvido e analisou cada detalhe.
- Estão perfeitas. – disse Lily.
Aurora sorriu orgulhosa.
- Acho que pode até me substituir. – disse Lily.
- Eu não conseguiria fazer um implante como a senhora. – disse Aurora.
- Será? O próximo vou deixar por sua conta, ficarei por perto apenas se houver alguma emergência. – disse Lily.
- Mas... – disse Aurora sendo interrompida.
- Sem mas. Trocaremos de papéis, você será a doutora e eu a assistente. – disse Lily.
- Obrigada por me dar uma chance. – disse Aurora.
- Vejo um futuro em você. – disse Lily.
Gretchen estava desconfiando de Regina, mas tinha Jefferson ao seu lado. Emma poderia ficar tranquila em relação a isso, poderia voltar a trabalhar normalmente.
- Gold? – disse Regina ao telefone.
- Regina... – disse Gold.
- Eu tenho um plano. – disse Regina.
- Outro? – perguntou Gold.
- Sim, preciso da sua ajuda. – disse Regina.
- Me conte. – disse Gold.
- Pessoalmente. – disse Regina.
- Te espero em uma hora. – disse Gold.
- Ok. – disse Regina.
Emma aguardava pela volta de Regina, estava entediada por ficar sozinha em casa o dia todo. Nada na TV agradava, foleou três livros e jogou no canto.
- Acho que preciso de livros novos. – disse Emma.
Emma resolveu abrir o Google e olhar algo inusitado, o kama sutra lesbico.
- Uau! Tem algumas posições que jamais imaginei, vou testar todas com a Regina. – disse Emma em voz alta comendo chocolates.
Regina chegou na  porta do quarto e percebeu que Emma estava bastante concentrada no que estava lendo, chegou de fininho e a abraçou por trás.
- Te assustei? – perguntou Regina.
- Boa tentativa, mas eu senti o seu perfume. – disse Emma.
- O que está vendo? – perguntou Regina.
- O Kama sutra lesbico. – disse Emma.
- Então quer dizer que já até passou a carência? – perguntou Regina.
- Não, eu só estava entediada... – disse Emma.
Regina abraçou Emma com mais força.
- E foi procurar o Kama sutra, deixa eu ver. – pediu Regina.
- Quero fazer todas com você... – disse Emma.
- Faremos todas sim, quando acabar todas, começaremos de trás para frente... – disse Regina.
- E quando acabar, faremos em ordem aleatória. – disse Emma.
- Tomou os seus remédios? – perguntou Regina.
- Tomei, não tinha nem como esquecer, você programou o meu celular para fazer um lembrete. – disse Emma.
- Ótimo. – disse Regina com o queixo encostado na cabeça de Emma.
Emma virou-se para olhar Regina.
- O que foi isso no seu pescoço? – perguntou Emma tocando no ferimento de Regina.
- A louca da Gretchen que foi me ameaçar e pressionou um canivete no meu pescoço. – disse Regina.
- Ela é louca? Vou acabar com ela. – disse Emma.
- Não faça nada, tenho planos para derrubá-la e derrubar todos que estão por trás da Genese’s. – disse Regina.
- Você não passou nada ai? – perguntou Emma sem tirar os olhos do ferimento de Regina.
- Não, é um corte pequeno e sem importância. – disse Regina.
- Cortes pequenos e sem importância também podem causar infecções. – disse Emma levantando-se para pegar curativos.
- Emma, não precisa. – disse Regina.
- É claro que precisa. – disse Emma.
Regina sentou -se na cama, Emma limpou o corte e colocou um curativo.
- Em quanto tempo você acha que consegue correr bem com essa perna? – perguntou Regina.
Emma testou os movimentos da perna que foi baleada e fez bico.
- Em menos de 1 dia, por quê?– perguntou Emma.
- Vamos treinar pesado. – disse Regina.
- Sério? Estou ansiosa para isso. – disse Emma.
- Eu pego pesado, estou falando sério. – disse Regina.
- Estou louca para te ver em ação. – disse Emma puxando Regina pela cintura.
- Estou percebendo que essa não é a única ação em que você quer me ver, senhorita Swan. – disse Regina.
- Tenho certeza de que você deseja realizar outras ações... e a propósito, sou a senhora Swan Mills. – disse Emma.
- Claro, senhorita Swan Mills. – disse Regina.
- Você adora me chamar de senhorita... – disse Emma.
- Sim, senhorita. – disse Regina.
- Agora vai ficar só com essas respostas objetivas, senhora Swan Mills? – perguntou Emma.
- Não, senhorita Swan Mills. – respondeu Regina.
- Vai se fuder, Regina! – irritou-se Emma.
Regina gargalhou.
- Agora a senhorita ficou brava? – perguntou Regina com um sorriso sapeca estampado no rosto.
- Não. – respondeu Emma.
- Tem certeza, senhorita? – perguntou Regina.
- Sim. – respondeu Emma.
- Agora é a senhora que está com respostas objetivas? – perguntou Regina.
- Tudo que vai volta, exceto os mortos. – disse Emma.
- Graças a Deus que os mortos não voltam. Já imaginou, alguém que morreu puxando o seu pé a noite? – perguntou Regina.
- Ai Regina, que conversa macabra! – disse Emma.
- Você tem medo? – perguntou Regina.
- Não, mas fico com receio... – disse Emma.
- Tem medo sim, não acredito que você é tão medrosa. – disse Regina.
- Não tenho medo!! Te desafio a fazer uma maratona de filmes de terror esta noite! – disse Emma.
- Sério? – perguntou Regina.
- Estou achando que é você que tem medo. – disse Emma.
- Claro que não, só não esperava por isso. – disse Regina.
- Vá tomar um banho e eu farei algumas pipocas para nós. – disse Emma.
- Antes me dê um beijo. – pediu Regina.
- Então você quer um beijo? Não vou te dar... – disse Emma.
- Então é greve de beijos?  - perguntou Regina.
- Não vou te dar um beijo apenas e sim vários! – disse Emma.
- Agora eu gostei da resposta. – disse Regina.
Emma pressionou o corpo de Regina contra a parede e a beijou.
- Tem certeza que quer que eu tome banho agora? – perguntou Regina.
- Tenho... – disse Emma.
- Pois não parece. – disse Regina beijando Emma novamente.
- Tenho porque eu vou com você! – disse Emma.
- Está toda engraçadinha hoje! – disse Regina.
- Pena que estou naqueles dias... – disse Emma.
Regina puxou Emma para outro beijo.
- Não te impede de tomar um banho comigo. – disse Regina empurrando Emma para o chuveiro.
- Não faz isso comigo... – disse Emma.
- Vou me conter... – disse Regina beijando Emma novamente.
- Assim que você se contém? – perguntou Emma.
- Foi o último eu prometo. – disse Regina.
- Cólica e tesão ao mesmo tempo, o que fazer? – perguntou Emma.
- Eu cuido de você. – disse Regina.
Ao saírem do banho Regina pediu para que Emma fosse deitar e fez as pipocas.
- Escolheu o filme? – perguntou Regina.
- Sim, sobrenatural. – disse Emma.
- Nem dá medo. – disse Regina.
- Falou a corajosa! – disse Emma.
Regina deitou-se ao lado de Emma.
- Olha! Essa Lorraine parece a mamãe. – disse Regina.
- É mesmo! Sua mãe é atriz? – perguntou Emma.
- Se for ela nunca me contou. – disse Regina gargalhando.
- AIII CARALHO, QUE SUSTO! – gritou Emma.
- PORRA, EMMA! Eu assustei foi com seu grito. O quê aconteceu? Estava olhando pra você. – disse Regina.
- Esse demônio que apareceu ai!  - disse Emma.
- Volta ai que eu quero ver. – disse Regina.
- Não vou voltar não, vou sonhar com isso. – disse Emma.
- Fecha os olhos que eu volto. – disse Regina tomando o controle da mão de Emma.
Emma escondeu o rosto no braço de Regina.
- Ah! Nem deu medo, exagerada. – disse Regina.
- Sabe o quê que é?  - perguntou Emma tentando se justificar.
- Hã? – perguntou Regina.
- É porque você perdeu o calor do momento e eu te falei o que era, por isso não se assustou. – disse Emma.
Regina gargalhou.
- Mas que desculpa esfarrapada, Emma Swan Mills. – disse Regina.
- Esfarrapada né, quero ver quando você se assustar, eu vou rir da sua cara. – disse Emma.
- Duvido que eu me assuste, mas tudo bem. – disse Regina.
Concentraram-se no filme e Emma percebeu que Regina não sentia um pingo de medo e resolveu assustá-la.
- BUUU! – gritou Emma pegando na cintura de Regina.
- PORRA! – gritou Regina derrubando metade das pipocas.
- Regina, você está desperdiçando comida. – disse Emma.
- A culpa é sua. – disse Regina.
- Você não disse que não tinha medo? – perguntou Emma.
- Uma coisa é não ter medo, outra coisa é alguém chegar gritando e te apertando quando menos espera. – disse Regina.
- Ficou brava? – perguntou Emma.
- Não. – disse Regina cruzando os braços.
- Ficou sim. – disse Emma abraçando Regina.
- Rum... – murmurou Regina.
Emma jogou uma pipoca no pescoço de Regina.
- Então é assim? – perguntou Regina enchendo a mão  de pipoca.
- Não faz isso, Regina! – pediu Emma protegendo o rosto.
- Você começou a guerra. – disse Regina jogando as pipocas no rosto de Emma.
Iniciaram uma guerra de pipocas e deixaram o quarto todo sujo.
- Olha a situação disso! Parece criança. – disse Emma.
- Olha só quem fala. – disse Regina.
- Nem parece que tem 40 anos. – disse Emma.
- 40 anos inteirados com a sua língua. – disse Regina.
- Parece a minha vó falando. – disse Emma.
- Você tirou o dia para me zoar. – disse Regina.
- É involuntário. – disse Emma.
- Tem pipoca até nos meus peitos. – disse Regina.
- Deixa eu tirar. – disse Emma pegando a pipoca que estava nos seios de Regina com a boca.
- Sua cólica passou, dona?  - perguntou Regina.
- Acho que sim. – disse Emma.
- Dá pra perceber. – disse Regina.
- Agora quem vai arrumar essa bagunça? – perguntou Emma.
- Você é claro. – disse Regina.
- Eu por quê?  Você que começou. – disse Emma
- Olha lá, está perdendo o filme. – disse Regina.
- Não muda de assunto. – disse Emma.
- Depois a gente resolve isso. – disse Regina.
- Quando as baratas andarem em você eu vou rir da sua cara. – disse Emma.
- Nenhuma  barata vai andar em você agora. – disse Regina.
- Vai. – disse Emma jogando uma almofada na cara de Regina.
- Você está impossível hoje! – disse Regina tentando livrar-se dos ataques de Emma.
Regina Segurou Emma e a beijou.
- Melhorou? – perguntou Regina.
- Talvez. – disse Emma.
- Vamos arrumar essa bagunça. – disse Regina.
72 horas passaram-se. August recebeu uma carta com um desenho do olho de Hórus.
- OESI... – leu August em voz alta na delegacia.
- OESI? – perguntou Kristin.
- Sim... – disse August.
- Espera... eu recebi uma dessas. – disse Elsa.
- O que tem ai? – perguntou Kristin.
- Uma coordenada e uma data. – disse August.
- Mas a coordenada não está completa. – disse Elsa.
- Espera... eu recebi uma carta dessas mas não li. – disse Kristin mexendo na bolsa.
- É a mesma data e horário. – disse August verificando as cartas de Elsa e Kristin.
- Vocês vão? – perguntou Elsa.
August,  Kristin e Elsa aproximaram as cartas.
- Parece ser importante. – disse August.
- Parece que as coordenadas se completam. – disse Elsa.
- Sim. – disse August.
- Eu também recebi. – disse Emma.
- Que estranho! – disse Kristin.
- É melhor checarmos. – disse Emma.
- Tem razão.  – disse Elsa.
- Eu a deixei no meu carro, vou pegar. – disse Emma.
Emma correu para pegar a carta, ao fechar a porta do carro viu o reflexo de uma pessoa atrás dela e sentiu um arrepio muito forte.
- Não é possível.... – disse Emma.
Piscou os olhos e tentou olhar novamente através do vidro do carro.
- Só posso estar louca. – disse Emma virando o rosto para procurar o dono do reflexo.
- Killian? – Emma sentiu o seu corpo gelar.










FixaçãoWhere stories live. Discover now