Encurralada

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- Matar? – perguntou Ingrid.
- Você não tem coragem! – disse Cruella aproximando-se.
- Não se aproxime! – disse Ingrid destravando a arma.
- Você não vai me matar... por que está fazendo isso? – perguntou Cruella.
- Morte é pouco pra você, Cruella! – disse Ingrid.
- O que te fez mudar  de ideia tão repentinamente? – perguntou Cruella.
- Circunstâncias da vida! – disse Ingrid.
- Você vai me entregar a Polícia? – perguntou Cruella.
- Talvez... – disse Ingrid.
- Mas você me entregando seria a mesma coisa de estar cavando a própria cova, você também irá cair! – disse Cruella.
- O que acontecerá comigo não importa! – disse Ingrid.
- Quem está te comprando? Está vendendo o negócio pra outra pessoa?  Quer mais  dinheiro? É isso? – perguntou Cruella.
- Algeme-se! – disse Ingrid jogando as algemas.
- Não faça isso, poderemos seguir felizes juntas. – disse Cruella.
- Nem mais uma palavra! – disse Ingrid.
- Não pensei que fôssemos terminar assim... – disse Cruella.
- Você enganou muita gente esses anos todos com aquele papinho de purificação, como alguém pode ser tão estúpido a ponto de cair nisso? – perguntou Ingrid.
- Desenvolvemos isso juntas, lembra? – perguntou Cruella.
- Lembro muito bem. Como podem acreditar naquele livro que você escreveu? Matar pessoas para se purificarem e guardar os órgãos para renascimento?  - perguntou Ingrid.
- Pessoas frágeis se apegam a qualquer crença e você usufruiu do dinheiro e nunca reclamou. – disse Cruella.
- Não reclamei, mas agora eu mudei de ideia! – disse Ingrid.
- Ganhou dinheiro a vida inteira as custas desses idiotas e eles nunca desconfiaram. – disse Ingrid.
- Você também. – disse Cruella.
Cruella abaixou-se para pegar as algemas e em um rápido movimento escondeu-se atrás da mesa, sacando uma arma escondida. Enviou uma mensagem para Graham e Úrsula.
- Cruella, não brinque comigo! – disse Ingrid escondendo-se também.
- Não brinque você, comigo! – disse Cruella.
- Saia daí! – disse Ingrid.
- Nunca pensei que fosse  me trair depois desses anos todos! – disse Cruella.
- Não confie em ninguém! – disse Ingrid.
- Já aprendi a lição, aliás deveria ter previsto! – disse Cruella.
- Saia daí! – repetiu Ingrid.
- Onde esteve esse tempo que  ficou fora? – perguntou Cruella.
- Em um lugar que você estará em breve! – disse Ingrid.
- O quê? Você esteve onde? Na prisão? – perguntou Cruella.
- Exatamente! Fui pega levando aquele dinheiro que você pediu pra levar pra fora do país! – disse Ingrid.
- Por que nunca me contou? – perguntou Cruella.
- Não podia! – disse Ingrid.
Ingrid deu passos silenciosos até o local que Cruella estava escondida e derrubou a sua arma. Cruella revidou com um soco em sua boca, fazendo a arma de Ingrid cair também. Cruella correu para pegar a sua arma, mas Ingrid a impediu com um empurrão. Segurou os braços de Cruella que lutava mas sem sucesso, Ingrid algemou-a em uma barra de ferro fixa na parede.
- Vou perguntar de novo, o que te fez mudar de ideia? – perguntou Cruella.
- Você fez a filha da Cora ser presa! – disse Ingrid.
- Filha da Cora? Você voltou a vê-la? – perguntou Cruella.
- Ela mora nesta cidade! – disse Ingrid.
- Você estava me traindo... – disse Cruella.
- Nem ao menos estávamos juntas! – disse Ingrid.
- Não houve um término oficial. – disse Cruella.
- Me poupe, Cruella! – disse Ingrid.
- Você me pagará por isso! – disse Cruella.
- Duvido! – disse Ingrid.
- Você me entregará e se entregará por Cora? Vale a pena? – perguntou Cruella.
- Não quero falar sobre esse assunto. – disse Ingrid.
- 1 milhão de dólares por minha liberdade. – ofereceu Cruella.
- Não... – disse Ingrid.
- 5 milhões... – disse Cruella.
- Tentador... mas não! – disse Ingrid.
Cruella tentava livrar-se das algemas, mas isso as apertavam ainda mais.
Emma foi até a delegacia falar com August.
- Emma... você saiu mesmo do FBI?  - perguntou Kristin.
- Quero defender a Regina, já peguei o caso. – disse Emma.
- Isso que é amor! – disse Killian rindo.
Emma deu de ombros.
- August, preciso que localize o endereço dessas pessoas. – pediu Emma.
- Claro, aguarde alguns minutos. – disse August.
- Não mandaram ninguém para substituir Regina? – perguntou Emma.
- Com essa bagunça que está, acho que esqueceram desse detalhe. – disse killian.
- O vice presidente Mike Pense já assumiu o poder, estão aguardando as coisas serem organizadas para mandarem um delegado substituto. – disse August.
- Espero que seja alguém legal. – disse Killian.
- Espero que Regina volte! – disse Kristin.
- É o que todos queremos.
August estava fazendo a busca do endereço dos donos de cartões de crédito que passaram no Sky bar no dia da morte do presidente. Homens e mulheres. Imprimiu duas páginas.
- Aqui está! – disse August.
- Obrigada. – disse Emma.
- Nós vamos com você fazer essa investigação. – disse Kristin.
- Vamos! – disse August.
- Eu fico cuidando da delegacia. – disse Killian.
- É bom ficar ai mesmo! – disse Emma a killian.
- Tá bom, valeu! – disse Killian.
Emma foi no endereço do primeiro homem da lista, bateu em sua porta e esperou ser atendida.
- Boa tarde, você é Paul Kell? – perguntou Emma.
- Sim, o que deseja? – perguntou Paul.
- Você esteve no sky bar no último dia 16? – perguntou Emma.
- Sim, por quê?  - perguntou Paul.
- Você viu um rapaz louro, magro, aparenta ter mais ou menos 20 anos, sentar-se ao lado dessa mulher, por volta das 18h? – perguntou Emma mostrando a foto de Regina.
- Vi, ele parecia estar conversando com ela amigavelmente. – disse Paul.
- Você viu ele fazendo algum movimento estranho? Mexer na bolsa dela? – perguntou Emma.
- Vi apenas oferecendo um comprimido. Não fiquei observando muito. – disse Paul.
- Se eu precisar, você aceitaria ser testemunha desse fato em um julgamento? – perguntou Emma.
- Não sei, moça. Isso é complicado! – disse Paul.
- Essa mulher foi acusada de matar o presidente e ela disse que esse rapaz trocou a arma dela que estava na bolsa, ela é delegada federal. – disse Emma.
- Eu vi por alto, mas não quero me meter nesse assunto! – disse Paul.
- É pela liberdade de uma mulher inocente, que sempre trabalhou pelo bem estra da sociedade. Se mudar de ideia, me ligue! – disse Emma entregando um cartão com seu número.
- Tudo bem! – respondeu Paul fechando a porta.
August foi até uma cliente, uma mulher que aparentemente tinha em torno de 40 anos de idade. Era Mika Dornels.
-  Senhora, sou do FBI, estamos fazendo uma investigação e preciso saber se um jovem louro, aparentemente com uns 20 anos, esteve no Sky bar dia 16? – perguntou August.
- Eu estava lá nesse dia, eu vi um jovem mexendo na bolsa de uma moça que estava ao lado dela, pegou um objeto e colocou de volta, eu estava longe e não vi direito. – disse Mika.
- Você poderia depor em um julgamento sobre o que viu? – perguntou August.
- Poderia sim. – disse Mika.
- Posso anotar o seu contato? – perguntou August.
- Claro! – disse a mulher anotando em um pedaço de papel.
- Obrigado! – disse August.
- Pode me ligar quando quiser também! – disse Mika piscando pra August que retribuiu com um sorriso simpático.
Agora foi a vez de Kristin que conversou com um casal, que também viram o jovem ao lado de Regina, eles também ofereceram-se para serem testemunhas.
Emma foi até o endereço de Peter, chamou e ninguém apareceu. A porta estava aberta e então ela arriscou-se a entrar. Vasculhou a casa, não  achou nada suspeito. Viu uma foto de um jovem que batia com a descrição que Regina havia dado. Em cima do sofá havia um bloco de notas que recém recebeu uma anotação que teve a pagina arrancada. Emma usou um lápis para riscar a folha até aparecer o que tinha sido escrito anteriormente. Havia um endereço que ela resolveu seguir. Sua intuição dizia que era importante.
Em Roanoke, que era uma prisão mista, tinha uma ala de detentas provisórias e outra ala de detentas condenadas. Regina  estava entediada, não conseguia acostumar-se ficar presa o dia todo, sem poder sair, sem poder fazer nada. Batia a cabeça devagar contra a parede, levantava e sentava, denunciando o quão grande era o seu tédio.
- Você está me deixando tonta! – disse Gretchen.
- Eu não me acostumei em ficar parada o dia todo sem fazer nada. – disse Regina.
- Nem eu, mas me conformei! – disse Gretchen.
- Como faz isso? – perguntou Regina.
- Pense que aqui é o seu endereço, que sempre viveu assim... – disse Gretchen.
- Isso é terrível! – disse Regina.
- Tem alguém lá fora? Um amor? Namorado, marido? – perguntou Gretchen.
- Tenho... uma namorada. – disse Regina entristecendo-se.
- Namorada? Você realmente é uma caixinha de surpresas... – disse Gretchen.
- Por que? – perguntou Regina.
-  Nunca imaginei que fosse lésbica, exceto pelas unhas... – disse Gretchen fazendo piadinha.
- Tem algum padrão para definir uma lésbica? – perguntou Regina.
- Na verdade não, mas há algumas características marcantes. – disse Gretchen.
- Por exemplo? – perguntou  Regina.
- Não sei definir, as unhas curtas é  um! – disse Gretchen rindo.
- Então todas as mulheres que estão com as unhas curtas são lésbicas? – perguntou Regina.
- Não necessariamente, mas é um requisito! – disse Gretchen.
- Interessante... – disse Regina.
- Cabelos curtos, tatuagens, jeito menos feminino... São requisitos. – disse Gretchen.
- Tatuagem? – disse Regina mostrando uma pena desenhada em seu pulso.
- Mais um requisito! – disse Gretchen.
- Isso é besteira, qualquer pode amar livremente sem ter que ser rotulado. – disse Regina.
- Tem razão... – disse Gretchen.
- E você?  - perguntou Regina.
- Se sou lésbica? Bissexual ... – disse Gretchen.
- Não, quero saber se tem alguém lá fora? – perguntou Regina.
- Emilly, minha filha! – disse Gretchen.
- Deve ser uma dor enorme deixar um filho para trás. – disse Regina.
- É... mas ela está com minha irmã e então fico mais tranquila. – disse Gretchen.
- A sua namorada que veio te visitar ontem? – perguntou Gretchen.
- Sim, hoje foram meus pais. - disse Regina.
- Seus familiares se preocupam com você... – disse Gretchen.
- Alguém te visita? – perguntou Regina.
- Ninguém, minha família me rejeitou por ter sido acusada por esses crimes. – disse Gretchen.
- Que terrível! – disse Regina.
- Nem tanto, já me conformei! – disse Gretchen.
- Acha que vai sair daqui? – perguntou Regina.
- Não sei... – disse Gretchen.
- Meninas, está na hora da refeição. – disse Cindy.
Seguiram para o refeitório, nessa hora eram todas juntas. A prisão não teve estrutura pra separar um refeitório pra cada ala.
Regina achou aquele ambiente horrível, a maioria daquelas mulheres não tinham um pingo educação, pareciam animais famintos, não estava familiarizada com um ambiente daqueles, cresceu  em um ambiente refinado, rodeada de pessoas educadas. Em sua rotina no FBI, apenas fazia o seu trabalho de prender os bandidos, mas não socializava com eles, agora ela estava entre eles.
Uma mulher, allta e forte, passou do lado de Regina lhe dando um empurrão com o ombro derramando um pouco de sua comida.
- Olhe por onde anda! – disse Regina irritada.
- Falou  comigo? – perguntou a mulher.
- Não se faça de sonsa! – disse Regina.
- Não a provoque! – sussurrou Gretchen para Regina.
- Não tenho medo. – respondeu Regina.
-  Ora, se não é a vagabunda que me mandou para cá. Como o mundo dá voltas... – disse a mulher.
- Desculpe, minha memória é seletiva. Quem é você? – perguntou Regina irritando mais ainda a mulher.
- Sua... – disse a mulher segurando na roupa de Regina.
- SUA O QUÊ? – gritou Regina  na cara da mulher.
- Parem com isso! – disse Gretchen tentando evitar algo mais sério.
- Não se meta! – disse a mulher.
Todas as detentas pararam para olhar a briga.
- Me solte! – pediu Regina.
- Está com medo de apanhar? – perguntou a mulher.
- Nunca tive e não é agora que vou começar a ter! – disse Regina.
A mulher esticou o braço para dar um soco na cara de Regina, mas ela desviou. O soco acertou na bandeja de outra detenta.
- Volte aqui sua policial vagabunda, se está aqui é porque é uma vagabunda! – disse a mulher.
- É melhor você sentar-se e comer quieta em seu lugar! – disse Regina.
A guarda que estava no plantão foi interferir na briga.
- Comam quietas ou levarei as duas para solitária! 
Regina sentou-se com Gretchen.
- Você é louca, provocou aquela mulher que é o dobro do seu tamanho. – disse Gretchen.
- Ela que começou! – disse Regina.
- Mas deveria ter ficado quieta! – disse Gretchen.
- Jamais! – disse Regina.
- Até poderia te ajudar na briga, mas não quero ir pra solitária. – disse Gretchen.
- Nem pode, você ainda não foi julgada. – disse Regina.
- Aqui não tem disso não, eles colocam sem dó nem piedade! – disse Gretchen.
- Não me importaria. – disse Regina.
- Você está muito estressada. Não sabe como é uma solitária, tem ratos, baratas, não tem luz, você não sabe se é dia ou noite, perde totalmente a noção do tempo. É angustiante! – disse Gretchen.
- Estou muito estressada mesmo. Estou neste lugar sem ter feito nada! – disse Regina.
- Imagino como se sente. – disse Gretchen.
- Emma não veio hoje! – disse Regina.
- Sua namorada? – perguntou Gretchen.
- Sim! – respondeu Regina.
- Ela deve ter tido algum imprevisto. – disse Gretchen.
- Isso é horrível, não saber o que se passa lá fora. – disse Regina.
- Você pode ligar pra ela. – disse Gretchen.
- Tinha me esquecido disso.  – disse Regina.
- Pode escrever uma carta também. – disse Gretchen.
- Estou  tão sem rumo aqui, que me esqueci dessas possibilidades. – disse Regina.
- Mas estou aqui pra te lembrar! – disse Gretchen.
- Você não parece uma pessoa ruim. – disse Regina.
- Talvez eu não seja ruim, só escolhi  caminhos  errados. – disse Gretchen.
- Todos estamos sujeitos a isso... – disse Regina.
Regina estava ansiosa para ver Emma, não aguentava mais a ansiedade de saber novidades do caso, e principalmente de ver aquele belo par de olhos verdes que ela tanto ama.
Emma seguiu  até o endereço que estava na casa de Peter, era uma empresa de telefonia, entrou no local e percebeu  que estava abandonado, olhou canto por canto e não viu nada. Talvez seria um ponto de encontro. Escutou uma movimentação e vinha alguém. Era Graham. Emma escondeu-se e deixou que ele passasse, o rapaz entrou por umas escadas subterrâneas que não estavam visíveis a quem olhasse rápido. Entrou logo atrás.
- Cruella, eu... – disse Graham pausando ao perceber que Cruella estava algemada.
- O que está acontecendo? – perguntou Graham.
- Parado! – disse Ingrid.
Jogou algemas para Graham também.
- Até quando você vai me manter aqui sem fazer nada? Está com medo de me entregar? – perguntou Cruella.
- Calada! – disse Ingrid.
- Eu sinto que no fundo ainda sente receio de fazer isso! – disse Cruella.
Emma chegou devagar e tentou observar a movimentação sem ser vista.
- Ingrid? O que está fazendo? – perguntou Graham.
- Fazendo o que é certo! – disse Ingrid.
Emma fez um barulho ao pisar em um caco de vidro que estava jogado no chão.
- Quem está aí? – perguntou Ingrid.

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