Sentimento de culpa

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Henry voltou para casa ainda magoado mas com a cabeça fria, sempre foi um homem pacífico e nunca gostou de brigar.
- Henry, que bom que voltou. – disse Cora.
- O que tem a me dizer? – perguntou Henry.
- Henry, antes de te dizer qualquer coisa sobre  o que viu hoje, preciso te contar algo do meu passado... está disposto a ouvir? – perguntou Cora.
- Por favor, não me esconda nada. – disse Henry.
- Antes de nos casarmos eu amava alguém... – disse Cora.
- Achei que tinha casado comigo por amor... – disse Henry.
- Espera... vou chegar nesse assunto, por favor não me interrompa. – pediu Cora.
- Tudo bem... – disse Henry.
- Eu era muito nova e apaixonada por Ingrid... – disse  Cora.
- Vocês se conhecem a tanto tempo assim? Me trai esse tempo todo? – perguntou Henry.
- Não... Não... me escute, eu a conhecia antes de nos casarmos, nós tivemos um relacionamento, mas meus pais queriam que me casasse com você...  – disse Cora.
- Casou-se comigo obrigada? – perguntou Henry.
- Espera, deixe-me terminar. – disse Cora.
- Meus pais estavam falidos e queriam que me casasse com você para não passarem fome. – continuou.
- Casou-se comigo por dinheiro... – disse  Henry entristecido.
- Sim... mas você me conquistou e eu passei a amá-lo. – disse Cora.
- E Ingrid? – perguntou Henry.
- Poucos dias antes de nos casarmos, eu ia fugir com Ingrid, mas ela me deixou plantada duas vezes... – disse Cora.
- Ia fugir com ela... – disse Henry.
- Sim, mas as coisas acontecem como devem ser, imagina se nós não tivéssemos nos casado, não teríamos nossas filhas lindas... – disse Cora.
- Ainda não entendi por que ela estava aqui... – disse Henry.
- Depois que nos casamos eu a vi um dia depois de nossa lua de mel e nunca mais voltei a vê-la. – disse Cora.
- Você me traiu em nossa lua de mel? – perguntou Henry indignado.
- Infelizmente sim, mas eu queria apenas me vingar dela, descontar a raiva que sentia por ter me deixado. – disse  Cora.
- Não acredito que fui enganado por todos esses anos... – disse Henry.
- Escuta... ela mudou-se a pouco tempo para essa rua e nos encontramos por acaso... – disse Cora.
- E você percebeu que ainda a ama. – disse Henry.
- Ela que começou a me procurar e me lembrar do passado e acabei cedendo. – disse Cora.
- E eu fui traído de novo. – disse Henry.
- Desculpe Henry, você é um homem bom e não merece o que eu fiz... mas eu ainda te amo! – disse Cora.
- Você está muito confusa, diz que me ama mas também diz que ama Ingrid, é melhor nos separamos... – disse Henry.
- Não, Henry... eu não quero me separar de você... eu amo você, amo Ingrid, não sei se consegue me compreender. – disse Cora.
- Não, eu não compreendo! – disse Henry.
- Por favor, me perdoe? Eu não quero magoá-lo, contei tudo que tinha para contar. – disse Cora.
- Eu não sei, Cora... – disse Henry.
- Pense... – pediu Cora.
- Isso não é fácil de perdoar... – disse Henry.
Emma atirou em direção a Cruella mas ela fugiu. Leroy pegou a arma e rendeu Emma, colocou a arma na cabeça da loira.
- Me deixe sair ou atiro nela! – disse Leroy.
- Abaixe essa arma! – ordenou Regina.
- Vou contar até 3 para me deixar ir ou eu aperto o gatilho! – disse Leroy.
- Sabe que não vai conseguir fugir e que se matar um agente federal será pior para você... – disse Regina.
- Um. – disse Leroy.
- Dois. – disse Leroy destravando a arma.
Emma fechou os olhos. Leroy pressionou a arma na cabeça dela.
- Tr... – disse Leroy sendo interrompido por Regina.
Regina atirou na cabeça de Leroy, espirrou sangue no rosto de Emma e um pouco na roupa de Regina.
Regina correu para abraçar Emma.
- Obrigada, nunca vi a morte tão perto! – disse Emma.
- Eu não permitiria. – disse Regina.
Regina ligou e pediu reforços e um carro de IML. A Polícia adentrou-se na mata para ver se encontrava alguém.
Gold, o diretor geral do FBI foi até o local.
- O que realmente aconteceu aqui, doutora Mills. – perguntou Gold.
- Cruella estava reunida com mais 3 cúmplices e nós conseguimos rastreá-los, viemos para pegá-los... – disse Regina.
- Por que vieram sozinhas? – perguntou Gold.
- Soubemos em cima da hora e não houve tempo de pedir reforços... – disse Regina.
- Quem é ele? – perguntou Gold referindo-se ao corpo de Leroy.
- Leroy, um dos principais comparsas de Cruella. – disse Regina.
- E por que ele está morto? – perguntou Gold.
- Ele rendeu a agente Swan e ameaçou atirar na cabeça dela, eu não tive outra escolha a não ser atirar na cabeça dele. – disse Regina.
- E você o que tem a dizer?  - perguntou Gold.
- Que a doutora atirou para me salvar... – disse Emma.
- Ele estava com a arma em sua cabeça, isso explica o sangue em seu rosto. – disse Gold.
- Exatamente isso! – disse Emma.
- Encontramos essa aqui! – disse um policial.
- Onde estava? – perguntou Regina.
- Escondida atrás de uma árvore próximo daqui. – disse o policial.
- Até agora temos duas cúmplices de Cruella detidas e um deles morto, confere? – perguntou Gold.
- Isso mesmo! – respondeu Regina.
- Confio em você, doutora, mas terá que prestar depoimento sobre o que ocorreu hoje... vocês duas. – disse Gold a Emma e Regina.
- Estou ciente disto. – disse Regina.
- Boa noite. – disse Gold dando um aperto de mão em Regina.
- Boa noite. – respondeu Regina.
A Polícia levou Alice presa.
- Precisamos de um banho. – disse Emma.
- Precisamos sim... – disse Regina.
- Você está bem? Parece distante... – disse Emma.
- Só estou pensando no que fiz.. – disse Regina.
- Está preocupada? – perguntou Emma.
- Nesses anos todos de experiência com o FBI eu jamais matei alguém. – disse Regina.
- Sério? – perguntou Emma.
- Sim... foi estranho. – disse Regina.
- Vamos pra casa, eu fico com você hoje. – disse Emma.
- Ótimo. – disse Regina.
Foram para o apartamento de Regina que permaneceu calada por muito tempo.
- Regina... o que está passando em sua cabeça? – perguntou Emma.
- Não sei, estou nervosa com o que aconteceu... – disse Regina.
- Acalme-se, vamos esquecer isso por enquanto e nos preocupar na hora cera. – disse Emma.
- Não sei se consigo, a cena fica se repetindo na minha cabeça... já atirei em muita gente mas não para matar. – disse Regina.
- Vou te dar um remédio pra relaxar e te faço uma massagem... – disse Emma.
- Obrigada... eu sei que faz parte da profissão, vou superar isso logo! -disse Regina.
- Vou te ajudar. – disse Emma.
- Precisamos do  banho. – disse Regina.
- Vou preparar a banheira e você me acompanha? – perguntou Regina.
- Claro... que pergunta. - disse Emma.
Regina preparou a banheira e colocou alguns sais e pétalas de rosas, chamou Emma e despiram-se.
Emma sentou-se primeiro  envolvendo Regina em seus braços.
- Sabe o que significa um banho de rosas? – perguntou Regina.
- Não, o quê? – perguntou Emma.
- Conduz a alma à iniciação do amor, seus atos e todas as magias, fortalece a auto-estima, sedução, beleza e paz. – disse Regina.
- Que intenso... beleza, sedução e amor já temos, precisamos de paz. – disse Emma pegando um pouco de água com a palma da mão e despejando no ombro de Regina.
- É verdade. – disse Regina pegando uma esponja para limpar o rosto de Emma.
Regina passou o sabonete na esponja e retirou todo sangue que estava em Emma, um momento de silêncio, mas único onde seus sentimentos conectavam-se, trocavam olhares e sorrisos. Emma aproveitou  o momento e deu um beijo apaixonado em Regina.
- Obrigada por estar comigo. – disse Regina.
- Eu que tenho sorte. – disse Emma.
Permaneceram na banheira por mais um tempo, sentindo o calor de seus corpos molhados em meio a pétalas de rosas vermelhas, nenhuma das duas queriam desfazer aquele contato tão prazeroso e romântico.
Terminaram o banho e se trocaram, Emma sentou-se na cama para pentear os cachos dourados e Regina usou o secador para secar os cabelos enquanto Emma admirava a beleza da namorada.
- Está mais tranquila? – perguntou Emma.
- Depois desse banho maravilhoso me sinto renovada. – disse Regina.
Regina deitou a cabeça no colo de Emma sem dizer nada. Emma apenas acariciou os cabelos de Regina.
- Mesmo em meio a tantos problemas, tenho tido os melhores dias da minha vida com você. – disse Regina.
Emma sentiu seu coração palpitar e deu sorriso involuntário.
- Só tenho a dizer o mesmo. – disse Emma.
- Tome aqui esse relaxante pra você dormir melhor. – disse Emma.
Emma buscou água para Regina e a fez beber o comprimido.
- Obrigada, você é maravilhosa! – disse Regina.
- Não sei se sou merecedora desse elogio mas... eu só quero te ver bem! – disse Emma.
- Claro que é merecedora. – disse Regina dando um selinho em Emma.
- Te prometi uma massagem, tem algum creme? – perguntou Emma.
- Está aqui. – disse Regina.
- Emma tirou a blusa de Regina deixando seus seios a mostra, isso até lhe provocou uma certa felicidade.
- O que foi? – perguntou Regina.
- Nada... São muito belos! – disse Emma elogiando os seios de Regina.
Regina apenas sorriu.
- Deite-se. – pediu Emma.
Regina deitou de bruços com as costas desnudas, Emma colocou pouco creme nas mãos e passou devagar nas costas dela. Regina sentia arrepios, era impressionante como  o toque de Emma mexia com as suas emoções e reações corporais. Já havia até esquecido do incidente ocorrido naquela noite. Emma fez uma massagem tão relaxante que com a ajuda do comprido, Regina acabou adormecendo. Emma cobriu Regina com o cobertor e deitou-se do lado abraçando-a.
Regina teve as duas primeiras horas de sono tranquilas, mas começou a ter pesadelos com Leroy. No sonho ele aparecia com a cabeça estourada, cobrando a sua vida e acusando Regina. Ela acabou acordando suada e percebeu que Emma estava dormindo ao seu lado, abraçada em sua cintura. Tranquilizou-se e voltou a dormir.
Flash back on
Ingrid havia aceitado a proposta de Cruella, conseguiu o dinheiro que precisava para o transplante da mãe em questão de dias.
- Vale a pena, não  vale? – perguntou Cruella observando Ingrid contar o dinheiro
- Não sei... isso é muito macabro! – disse Ingrid.
- Não vai continuar? – perguntou Cruella.
- Não quero. – disse Ingrid.
- Pense na vida farta que teremos? Quanto mais gente para fazer o trabalho, melhor! – disse Cruella.
- Eu deixei bem claro que não participo do processo. – disse Ingrid.
- Eu sei, mas ajuda em outras coisas, ganhamos tempo e tempo é dinheiro! – disse Cruella.
- Você é louca! – disse Ingrid.
- Podemos fazer isso sem nos descobrirem e se descobrirem vão demorar... – disse Cruella.
- Eu vou continuar mas da forma que falei, não participo do processo. – disse Ingrid.
- Acha que o fato de não participar do processo a torna menos culpada, Ingrid? – perguntou Cruella.
- De certa forma sim! – disse Ingrid.
- Se é assim que pensa... – disse Cruella tragando o cigarro.
- Vou entregar esse dinheiro ao meu pai. – disse Ingrid.
- Ele vai te questionar como conseguiu tanto dinheiro, o que vai dizer? - perguntou Cruella soltando a fumaça deitada no sofá.
- Vou inventar que você tinha uma tia rica e recebeu uma herança e me emprestou o dinheiro... – disse Ingrid.
Cruella gargalhou.
- Que bela mentirosa... – disse Cruella.
- Eu já vou, tchau. – disse Ingrid despedindo-se com um beijo.
Flash back off
No dia seguinte, Regina levantou-se um pouco mais cedo do que deveria, fez café da manhã e levou para Emma.
- Hum... café da manhã na cama, que mulher perfeita! Assim eu caso. – disse Emma.
- Se eu fosse você não deixaria escapar essa oportunidade. – disse Regina sorrindo.
- Eu não sou nem louca! – disse Emma dando um selinho em Regina.
Tomaram café da manhã juntas e foram trabalhar. Regina foi à noite na casa de Ingrid, quando não tinha ninguém, para tentar encontrar alguma prova. Colocou algumas escutas pela casa. Deveria tê-la confrontando quando viu o seu nome na lista de Cruella, mas preferiu deixá-la pensar que ninguém desconfia de nada, para poder pegar os outros. Seu instinto e a voz da experiência dizia que Ingrid era cabeça grande na “seita” de Cruella.
Foi até a porta para ir embora, percebeu que haviam extratos bancários em cima da mesa e os pegou.
- O que está fazendo em minha casa? – perguntou Ingrid chegando de surpresa.



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