Capítulo 1

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Pra começar...

Oooh my God, estou tão feliz por estar de volta! 😍

Mas quero pedir desculpas antecipadas pelo tamanho do capítulo. Se vocês estão com pressa pra estarem em outro lugar ou fazer outra coisa agora, aconselho que deixe pra ler esse capítulo mais tarde, porque vai exigir muito do seu tempo. Me perdoem, eu não consegui resumir 😓

Enfim, vou deixar o resto dos avisos pra depois. Vamos ao que interessa.

Boa leitura, minhas razões! 😍❤

#-#

Angeline narrando:

Escapuli furtivamente pela porta lateral da escola quando o sinal soou mandando os pais e alunos para o auditório onde seria realizado o encontro das famílias. Todo ano existia um no último dia de aula, e aquele era o primeiro na minha vida que eu não sentia vontade de participar.

Me sentei em um dos bancos vazios do pátio externo e observei quase inconscientemente as pessoas se apressarem para dentro a fim de não perderem as apresentações de músicas, danças e teatros criados pelos próprios filhos. Eu criei um teatro, embora todos os alunos da minha classe insistissem pra que eu cantasse uma música. É claro que eu não aceitei, porque no fundo sabia que não iria participar de nada daquilo, então deixei inclusive que meu teatro fosse protagonizado por alunos aleatórios da escola.

Me concentrei em observar pacientemente todos se dispersarem do pátio deixando-o totalmente vazio, exceto por mim, sentada em um dos bancos solitários com minha mochila do lado. E quando eu não tinha mais nada pra fazer além de esperar o tempo passar pra que eu pudesse finalmente ir pra casa, abri a mochila e comecei a procurar algo que pudesse prender minha atenção. Nada a princípio me pareceu interessante o suficiente, até que eu encontrei, esquecido em um dos bolsos internos da mochila, meu diário rosa com cadeado dourado que ganhei no meu aniversário de quinze anos da minha avó.

Eu o olhei por um tempo imaginando se o abria ou não, mas acabei decidindo abrir. Busquei a pequena chave no mesmo bolso onde encontrei o diário e retirei o cadeado fora. Folheei algumas folhas sem importância escritas por uma adolescente entediada de quinze anos e finalmente cheguei no dia que eu queria, 17 de junho. Meu aniversário de dezoito anos.

"17 de junho

Querido diário...

Meus pais se separaram.

É, eu falei de uma vez porque foi assim que descobri também, e, detalhe, exatamente no dia do meu aniversário de 18 anos.

Pois é, hoje é meu aniversário. Mas você deve saber, que venho falando sobre isso nos últimos seis meses, certo? Acontece, diário, que nada saiu como eu planejei. Eu preparei minha festa, chamei meus amigos, minha família... era pra ser um dia feliz, mas agora, enquanto todos estão brincando e se divertindo lá embaixo, eu estou trancada no meu quarto te escrevendo. Claro. Ninguém sequer faz ideia que exatamente 37 minutos atrás minha mãe foi embora discretamente pela porta dos fundos, sem alarde.

Foi o que aconteceu. Percebi a ausência dos meus pais na festa, mas quando comecei a cogitar a ideia de que deveria subir para procurá-los, eles desceram. Minha mãe carregava uma mala (isso mesmo, uma única mala), e disse sem muita sensibilidade nem cerimônia: "Meu amor, nós estamos nos divorciando."

Um plano para nós (PAUSADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora