- O que é que pensas acerca da bruxa Margarida? Será que ela sabe mesmo o segredo da juventude? – perguntei.

- A Margarida não deixa transparecer aquilo que é. É um enigma!

- Tudo nela é falso! – opinei, mostrando o meu ressentimento.

- Aparenta ser uma simpatia, mas é má e interesseira! Ninguém com coração tira um filho aos pais. Mas ela deve saber a magia que rodeia a juventude, porque o pagamento que te pediu só poderia ser pago no futuro.

Fiquei irritadíssimo só de pensar na proposta daquela bruxa. Seria capaz de me resignar a viver sem a Aurora, se ela for a minha única hipótese? Obriguei-me a afastar tais pensamentos.

Ouviu-se uma batida urgente na porta e alguém mexeu no fecho.

- Príncipe!

- Entre – autorizei, ao reconhecer a voz do pajem do meu pai.

Ele entrou rapidamente, fez uma vénia e disse:

- Príncipe, o general manda avisar que está lá fora uma bruxa que quer conversar consigo.

- Uma bruxa! Filipe, é uma nova esperança! – exclamou a minha madrinha.

Entreolhámo-nos e vi os olhos da fada ganharem brilho.

- Se ela veio ao meu encontro, alguma coisa terá para mim – pensei, em voz alta e animo-me. – Diz ao general que a traga até mim, esperarei por ela no salão dos tronos.

O pajem abanou a cabeça em modo afirmativo, fez mais uma vénia e saiu todo apressado.

- O teu pai saiu – lembrou-se a minha madrinha. – Ele foi ver uns campos que estão a dar problemas na agricultura.

- Recebo-a eu. Eu sou o mais interessado e já sou bem crescidinho para lidar com bruxas.

- O teu pai iria gostar de estar presente – atalhou ela.

- Não posso esperar... Se há coisa que eu não tenho é tempo, madrinha. Preciso saber o que ela me quer – declarei eu, levantando-me da cadeira.

- Julgo que a ideia de passar a palavra sobre o que procuramos está a dar resultado! – comentou ela, sorridente.

- Se assim for, recompensarei o António. Quem estiver ao meu lado nesta busca sairá recompensado pelos esforços e pela dedicação.

- Queres uma ajuda? – perguntou ela, agitando a varinha e com alegria estampada no rosto. – E não tenho intenções de ser recompensada!

Muito estas criaturas gostavam de enfeitiçar-nos! Era impossível não soltar uma gargalhada, mas dei-lhe um não como resposta. O salão era perto e a bruxa podia esperar uns minutos.

Peguei na bengala, a minha companheira dos últimos tempos, a substituta do Vendaval, e caminhei, caminhei, caminhei... Quando por fim cheguei ao trono da minha mãe, mirei-me para ver se estava bem composto e só depois é que me sentei. Fazia questão, como aconteceu com a visita da bruxa Margarida, de estar majestoso, um verdadeiro príncipe. Ergui a cabeça e tentei estar o mais direito possível para não demonstrar que as minhas costas já faziam marreca.

- O que é que esta bruxa quererá em troca? O meu trono, talvez... - disse eu, ironicamente.

- Pode querer simplesmente os dois baús de moedas de ouro – atalhou a minha madrinha, com um ar confiante.

- Veremos, então. Podes mandar entrar, Violeta.

Ela manteve-se ao meu lado, enfeitiçou as portas e estas abriram-se de par em par. Na soleira, encontrava-se a bruxa rodeada por vários soldados que a escoltaram até mim. Senti a mão da minha madrinha pousar no meu ombro.

Como não podia deixar de ser, observei-a desde a ponta do vestido até à ponta do cabelo. Oh, esta tinha aspecto de bruxa!

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Eu queria dar-vos mais para ler. Queria que soubessem mais um pouco, mas não tive tempo para escrever mais. Mas pretendo no fim de semana conseguir escrever mais e publicar!

Gostaram? O que é que acham desta nova bruxa? Ajudará ou não o Príncipe?

beijos enormes ❤

O AMOR NÃO DORMEWhere stories live. Discover now