|One Shot| parte 1

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— Posso ir para casa?

— Anahí, você sofreu um coma alcoólico, precisa ficar mais algumas horas sob cuidados.

— Mas o meu filho precisa de alguém em casa.

Já resolvi isso — a dura e serena voz de Helena fez a acamada olhá-la, imediatamente, assim que entrou seguida de uma menina também vestindo branco.

Mas a moça não pareçia estar junto com sua sogra, e isso ficou claro assim que ela deu um recado cofindenciado aos ouvidos de Sheila.

— Me deem licença, preciso me ocupar agora — avisou gentil — Anahí, logo voltarei para olhar você. Tenham um bom dia.

Ela baixou a cabeça, e saiu conversando com a moça que lhe trouxe o aviso, até sumir completamente da vista da morena.

Anahí não queria olhar para Helena, muito menos descobrir o motivo da visita dela ao hospital. A mulher estava em viajem a mais ou menos dois meses, e aquela não parecia uma boa recepção para alguém que acabava de retornar.

— Vai continuar silenciosa? — questionou imparcial, andando para o lado do leito de Anahí.

Helena sentou suavemente na cadeia alcochodada, apoiando os cotovelos no encosto e entrelaçando os dedos para pôr o queixo sobre eles.
O olhar fatal dela, fez com que Anahí se sentisse pior do que já estava.

— Envergonhada? — ressaltou ainda sem obter respostas.

Os olhos azuis de Anahí fitaram o teto branco daquele quarto, lembrando o porquê dela estar ali, naquela situação tão incômoda. Então a clareza daquele olhar admitiu um tom avermelhado, denunciando as lágrimas quentes que começaram a escorrerar assim que ela os cerrou com força.

— Você acha cômodo fazer o que fez?— numa última tentativa a mulher disse erguendo a vista.

— Pare com isso! — rebateu Anahí, cobrindo os olhos com as mãos para esconder sua fragilidade.

— Enquanto você chora e se embriaga, a vida segue e a empresa perde mais um dia a sua CEO.

— Sério Helena? Está mesmo exigindo que eu trabalhe?

— Anahí. Você é a mãe do meu neto, foi esposa do meu filho, e agora assume os negócios da minha família. O mínimo que deveria era se preocupar com os seus afazeres em vez de se depreciar por um fato passado.

Indignada com a frieza da mãe de Herrera, Anahí ergueu o corpo e
recostou as costas na cabeceira encarando-a com uma perplexidade sofrida.

— Um fato passado? É dessa forma que vê a morte dele?

Helena curvou a boca em um sorriso amargo, voltando a olhá-la após levanta-se da cadeira.

— Você não ama seu filho? — de contrapartida, a pergunta fez ela responder sem pensar duas vezes.

— Óbvio que sim.

— Eu perdi o meu — enfatizou a mulher com o olhar distante — e ele era incrível.

— Helena, eu...

— Você já deve imaginar a dor de ver um filho ir embora, então não faça essas coisas, porque nada disso vai mudar os fatos. A única verdade é que Davi precisa de alguém.

— Não menosprezei sua dor, apenas não sou como você. Forte.

— Fingiu durante todo esse tempo? Porque para mim, nunca pensei precisar retornar num jato particular, na a madrugada, para socorrê-la de um suicídio.

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