Capítulo 57

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Anahí

Depois que entramos e sentamos, deixei Alfonso na cama e fui pegar o envelope que tinha guardado dentro da bolsa.

Quando voltei ele encarou intrigado para o objeto em minhas mãos.

- O que é isso?

- Precisamos conversar sobre uma coisa.

Concordante, ele me cedeu um lugar ao seu lado e eu abri o envelope tirando o papel de dentro. Mas ainda não o abri.

- Quando nós nos separamos da última vez, eu fiquei muito mal e isolada durante esses meses. Descuidei dos meus remédios e não tomei mais nem um.

- Continuo sem entender aonde quer chegar.

- A nossa reconciliação foi na cama.

Alfonso me olhou pasmo, ainda parecia perdido nas minhas alegações.

- O que é isso na sua mão Anahí?

Por um instante temi o resultado. Alfonso no fundo parecia saber, mas eu não podia garantir isso. Ele aceitaria? Acreditaria em mim, ou estaria pronto para o que eu ia mostrar? Fiquei com muito medo do que podia acontecer e me arrependi de ter iniciado aquilo, mas era difícil desviar das palavras de Dulce pairando sobre a minha cabeça. "ele precisa saber Anahí" Mesmo relutante, o som da sua voz me acordou.

- Anahí? - interrompeu tomando a minha atenção novamente - Na sua mão, o que é isso? - repetiu.

- Leia - respondi, vencida, lhe entregando o resultado.

Alfonso foi rápido ao desdobrar a folha. Na hora em que começou a ler seus olhos se abriram mais, encarando o papel com temor. Ele passou a mãos pelos cabelos, pálido e a ponto de ter uma síncope.

- Aqui está positivo - disse ofegante.

- Eu engravidei.

Quando me ouvi dizer aquilo foi o suficiente para enfim cair na realidade. Agora era real o fato de estar grávida mesmo depois de jurar a mim mesma, no passado, que aquele seria o último dos meus planos de vida. Estava longe de ser um sonho, mas depois de Herrera nada mais era como antes.

O silêncio de nós dois me deixou abatida. Ele não parecia feliz, pelo menos não como eu imaginava. Não esperei que pulasse de alegria, mas pelo menos um sorriso, sim, eu esperei.

Depois de alguns minutos contados Alfonso me olhou, largando o que tinha nas mãos para segurar meus ombros, cruzando nosso olhar antes de arrancar um beijo custoso sobre a minha testa. Nós nos afastamos e ele então sorriu. Mostrou o sorriso que tanto esperei ver. Meu peito palpitou doloroso pelo alívio daquela expressão tão simples. Devolvi a alegria e ele então me deu um abraço, apertado, confortável, coberto de elogios e de fascinação. Meu ar foi liberado devagar conforme ele distribuía beijos por todo o meu rosto. Num pequeno sussurro o ouvi dizer "Obrigado Deus. Eu sabia que ia me dar à solução". Mas como sempre, ignorei aquilo lhe apertando cada vez mais. Não me importava saber de que solução ele falava. Alfonso disse aquilo inconscientemente, num pensamento alto.

- Teremos um filho? - perguntou emocionado.

- Sim. Teremos.

Pegando o meu queixo, suas mãos me fizeram ir para frente disponibilizando meus lábios para ele. Fiquei vulnerável e entregue aos seus braços mais uma vez.

Soltando-se dos meus lábios Alfonso admitiu uma expressão longa e eufórica.

- Anahí. Case-se comigo.

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