Capítulo 63

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Alfonso Herrera

Não era um direito meu segui-la e muito menos tentar explicar o que se passava. Anahí tinha motivos de sobra para estar sobrecarregada com a situação e mesmo que eu quisesse ajudar minha esposa, de que forma faria isso?

Foi doloroso ver a pressa em seus passos levando-a para longe de mim. Era como se eu a fosse um veneno para ela.

- Senhor Herrera? - o motorista me encarava intrigado em busca de algum vestígio de razão - Quer que eu vá busca-la?

- Não é necessário - respondi de imediato, recobrando os sentidos. - Me leve para casa.

No transito carregado em horário de rush nos deixou parados por um bom tempo. Eu tinha pressa de chegar em casa, mas resolvi que devia deixar tudo organizado antes de faze-lo. Puxando o celular do bolso disquei o número da minha irmã e a convoquei para um encontro urgente. Maite contestou inicialmente a ideia de ir num restaurante tão longe, mas consegui convence-la de ir.

O motorista mudou o trajeto estacionando a algumas quadras adiante. Assim que me sentei à mesa pedi uma dose de uísque e bebi sem respirar. O liquido quente desceu queimando a minha garganta, tanto que apertei os olhos.

- Não consigo acreditar no quão imprudente você é.

A voz repreensiva de Maite roubou uma atenção que logo ignorei.

- Ainda bem que chegou rápido.

- Não mude de assunto! Você toma remédios, não deve beber.

- Que diferença isso faz.

- Não fale isso.

- Já viu meu novo visual - falei apontando para a minha cabeça desastrosamente quase sem cabelos.

Eu odiava o fato de ser obrigado a corta-los.

- Ficou bonito do mesmo jeito.

- Ah, por favor, não chamei você aqui para isso. Preciso que me faça um favor.

- De que tipo?

- Quando acontecer... - falei contido - quero que faça algumas coisas e comece a trabalhar na empresa. Seja mais presente e ajude Anahí nisso.

A expressão perplexa dela não me fez prever o que aconteceria...

Chorosa, Maite se levantou e esticou o braço, estralando uma tapa no meu rosto. Por sorte o restaurante estava praticamente vazio e a nossa mesa era distante das outras, numa área mais reservada a pedido meu.

Também me levantei logo em seguida para a conversa dar continuidade. Decidi não discutir e sim ouvi-la.

- Você é um idiota! Como se atreve a me convocar pra dizer isso? O que acha que esta acontecendo aqui Alfonso?

- Me desculpe, mas você tem que me ajudar nisso Maite.

- Eu não tenho que fazer nada! - brigou indo para cima de mim - Porque faz isso comigo?

Eu segurei seus pulsos, que antes deferiam golpes no meu peito, para lhe abraçar. Ela pousou a cabeça no meu ombro e me apertou.

- Por quê?

- Porque é assim que deve ser.

- Eu não posso fazer isso.

- Mas precisa fazer.

Tentei acalma-la e lhe pus novamente sentada na cadeira. Peguei de dentro de uma pasta dois envelopes e entreguei nas mãos dela. Minha irmã não quis receber aquilo e mesmo assim eu a obriguei.

Depois de muito tempo de diálogos na tentativa de convencê-la, ela cedeu. Maite entendeu a intenção de tudo depois que expliquei detalhadamente cada processo. Foi trabalhoso, mas compensador.

Eu a acompanhei até o seu carro me certificando de que ela estaria em condições de dirigir. Antes de ela entrar no veiculo acabei sendo fisgado, várias vezes, por abraços.

A noite não demorou a cair. Dentro do escritório, fingi me concentrar no trabalho para dispersar a curiosidade na demora de Anahí em chegar em casa.

Talvez fosse os meus sentidos apurados ou o ambiente era menor do que eu imaginava, mas eu ouvi a hora que passos fortes eram depositados sobre o assoalho. Me levantei deixando de lado o serviço pela metade para recebe-la.

Para minha decepção a mulher que perambulava pelo corredor estava longe de ser quem pensei. A empregada corou com a minha expectativa frustrada.

- Desculpe, fiz muito barulho?

- Não se preocupe, só pensei que seria outra pessoa.

- Se refere à senhora Anahí?

- Sim.

- Não a viu?

- Como assim?

A mulher me olhou confusa e esclareceu pensativa.

- Já faz cerca de uns dez minutos que ela chegou senhor Herrera.

Nem mesmo me preocupei em agradecer a informação, andei direto para o quarto e para a minha alegria ela estava lá. Sentada na cama, com metade do corpo coberto, lendo algum livro qualquer. Vendo a minha entrada repentina, Anahí levantou a vista e se permaneceu sem voz.

Ela não disse nada, apenas pôs o livro sobre o criado mudo aguardou a minha proximidade. Seu semblante parecia acuado, longe da segurança de sempre. Quando estabeleci uma distância agradável entre nós, toquei as suas maças com o dorso da mão e os olhos dela então se fecharam, recebendo o afago.

- Não se chateie comigo.

Seus lábios foram prensados pelos seus dentes superiores, automaticamente fazendo o tecido da calça se tornar mais apertado para o meu membro. Ela me deixou ereto com um simples ato involuntário e impensado. Anahí podia me controlar como quisesse.

- Cale a boca Alfonso. - retrucou com dureza, reabrindo os olhos para me encarar.

- Vou calar.

Ao me ouvir dizer aquilo, Anahí ficou imóvel por uns segundos, até afastar o lençol para que eu pudesse ir para dentro dele, junto dela. Seus olhos e seus lábios estavam inchados denunciando que chorava em silêncio antes da minha chegada. Aquilo a deixava ainda mais atraente para mim. Mordi sua boca devagar pousando um beijo voraz e sedento. Conforme nos beijávamos, o espaço se tornava menor.

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Beijos de luz

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