Capítulo 43

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Anahí

Eu sabia que aquela reação estava longe de fazer parte da minha rotina. Mas fiz.

Olhei bem fundo naqueles olhos verdes e indiferentes, fazendo meu semblante cair junto do surgimento de uma ruga no meio da minha testa.

- Ao menos me beije sem pensar no que eu sou ou no que fiz com a minha vida desgraçada.

Alfonso ficou parado onde estava me olhando como se eu fosse uma desconhecida, um monstro coberto de máscaras desfiguradas. Ele parecia sentir medo do que estaria por detrás dos meus olhos ou de mim. Aquela humilhação teria que ter limites ou eu acabaria no fim da rua como uma indigente outra vez.

Baixei a cabeça escondendo a vontade enorme de chorar, já com o sentimento de desistência fazendo parte daquilo. Virei para o lado convencida que tinha sido ignorada mais uma vez. Meu coração estava cansado da desfeita daqueles olhos. Mas fui surpreendida com força das suas mãos sobre os meus braços. Foram acima de uns quatro segundos até ele me virar violentamente sem dizer uma só palavra deixando apenas minha boca ser pega pelos seus lábios ansiosos e grosseiros. Não fomos delicados, pelo contrário, fomos agressivos ao ponto de nos machucar.

Agarrei-me aonde pude para que sua escapatória fosse quase nula e Alfonso permanecesse ao meu lado.

Ele me jogou sobre uma mesa de madeira se esforçando para rasgar minha blusa, eu ri disso, mas logo voltei a me concentrar. Se livrando da peça, aquilo foi quase que um convite pare que eu fizesse o mesmo. Puxei a sua camisa e fiz o mesmo, mas não com ela e sim com a cueca dele. Não sei como arranquei aquela calça, mas eu já estava na peça intima naquele momento. E foi nela que fiz o estrago. Ele nem se importou de ficar totalmente nu, antes de mim. O essencial ali era o que viria depois.

Foi como uma guerra de poder que ninguém queria ganhar, tanto eu como ele apenas quisemos ficar colados e com nossos corpos ligados. Abaixei a saia para facilitar a penetração dele, e Alfonso deu um sorriso mudo ao perceber que eu não usava nada por debaixo. Para quê usar alcinha se eu tinha ido até lá com um único propósito, e isso não incluía ela.

Dei de ombros e puxei sua cintura para ele voltar para cima de mim e depois disso foi como um ímã. Seu membro duro e totalmente ereto entrou pelo minha vagina fazendo ela se molhar ainda mais. Ele me deixava úmida tão fácil que só de pensar naquilo eu podia sentir aquela região se encher cada vez mais. Ele arfou ao perceber o quão receptiva eu estava. Fizemos amor por tudo ali, entre risadas e pancadas. Eu podia jurar que meu corpo ia amanhecer cercado de hematomas por causa dos tropeços que dávamos nos moveis daquele escritório. Me senti privilegiada em bagunçar aquele ambiente tão prezado por ele. Talvez no outro dia ele surtasse em ver como destruímos o lugar. Pensar nisso me arrancou mais uma risada. Era fácil demais rir ao lado dele.

Alfonso só poderia estar percebendo minha desatenção já que deu uma estocada mais firme e profunda seguido de um olhar autoritário. Olhe para mim! Foi como uma ordem. Eu apertei os olhos e o encarei me penetrar seguidamente de forma rítmica por muito tempo enquanto agarrava meus seios admirando cada um deles. Meus olhos não deixaram de encarar as curvas do rosto dele se embriagarem de excitação em me admirar, e aquilo acabava comigo. Jurei ser admirada apenas por ele. Ninguém mais me interessava além de Alfonso. Apenas ele poderia me olhar daquela forma, para sempre.

Quando senti que dentro de mim algo vibrava intensamente, me afastei e ele se contorceu arrasado, mas logo retribui o bem mal feito pondo minha boca no seu pênis. Eu queria devorá-lo completamente, e fiz isso com muita destreza. Ele arqueou a cabeça para trás e segurou meus cabelos com uma das mãos. Puxando eles com força. Eu recebi todo aquele orgasmo inebriante como uma taça de vinho, deixando que escapasse pelos lados da minha boca. Gemendo discreto, Alfonso saiu devagar de dentro da minha boca jogando sua cabeça sobre a minha, antes de se afastar e pegar a sua camisa para limpar meu rosto. Ele me limpava aproveitando para analisar o quão feliz meu semblante transparecia. Fiquei calada, e de forma involuntária mordi o lábio inferior, com isso ele passou seu polegar sobre a minha boca pausando minha ação. O meu senhor esmeralda se levantou me pegando pelas mãos, mas antes que eu quisesse dizer alguma coisa ele me pegou em seus braços e andou comigo pelo corredor levando-me até a sua suíte. Meu corpo foi posto sobre a cama e aos poucos ele começou a acariciar a parte interna das minhas coxas. Segurei aquela sensação apertando os dentes e as mãos na colcha, esperando o que ia suceder.

- Por que me trouxe aqui? - perguntei aguentando um gemido.

- É necessário mais conforto que uma mesa...

Se eu ia fazer mais alguma pergunta ela foi esquecida na hora que ele se pôs no meio das minhas pernas. Meu clitóris endureceu e saltou pelo estimulo ligeiro e macio da língua dele. Minhas pernas tremiam de tal maneira que cheguei a jurar que uma risada ia sair da minha boca. Eu queria sorrir. Aquela vontade era sentida pela enorme satisfação que um orgasmo feminino era capaz de provocar numa mulher.

Eu gozei e não foi uma única vez. Alfonso adorava me ver gemer como uma louca enquanto meu corpo se batia de prazer naquela cama. Ele sabia me saciar de todas as formas.

Deitados, nós ficamos silenciados por certo tempo, apenas trocando carícias e massageando nossos rostos como uma mãe faz com seu recém-nascido nos primeiros minutos de vida. Alfonso queria estar comigo assim como eu queria tê-lo sempre ao meu lado, daquela mesma maneira. Acordar e deitar sentindo que não estaria sozinha. Sabendo que meus pesadelos tinham ganhado o seu tão esperado fim. Os pesadelos...

Eles teriam um significado, sim, tive certeza disso. Inconscientemente eles foram desaparecendo conformo me aproximava mais de Herrera. Ele era a causa e a cura dos meus medos.

O agarrei ainda mais me encolhendo por entre seus braços, deitada sobre seu peito. A cada puxar de ar meu corpo era elevado e a minha plenitude testada.

Se isto for um sonho, por favor, não me acorde. Nunca.

Alfonso parecia cansado, abatido e isso foi a causa do seu sono profundo e imediato. Aproveitando o seu descanso, me debrucei e observei cada linha daquele rosto belo e relaxado, ingênuo perante a minha analise. Era uma feição terna de um homem bom, diferente do que me enfrentava tão duro e frio. Como culpa-lo de me odiar?

Ambos estávamos sofrendo com tudo aquilo, e o fato de estarmos ali, juntos, comprovava ainda mais o caos que era a nossa conexão corporal e sentimental.

Não demorou muito para que eu me juntasse a ele, caindo também no sono.

Quando reabri os olhos, me deparei com a solidão da cama. Como primeira ação, me estiquei e olhei ao redor até achá-lo próximo a janela, com o peito descoberto segurando um copo. Como Alfonso estava de costas para mim, ele não notou o meu despertar. Levantei da cama puxando o lençol para cobrir meu corpo e andei em seu encontro. Passando os braços pela sua cintura, arranquei um olhar lateral, surpreso, seguido de mais silencio.

- Você dormiu bastante - disse dando mais um gole do que percebi ser água.

Aquilo me aliviou. Não queria que fosse nada alcoólico.

- Acabei sendo envolvida pelo seu sono.

Uma das suas mãos foi para cima da minha, acariciando-a, e vagarosamente fazendo o meu abraço se finalizar. Alfonso virou de frente para mim, com o semblante ainda abatido.

- Precisa ir.

Aquilo foi um banho de água fria. Eu me afastei um pouco com certo receio por mais uma vez ser ignorada por ele.

- Nada vai mudar não é?

- Anahí, pra mim também é muito difícil tudo isso. Preciso de mais tempo.

- Tempo - repeti amarga - Eu te esperei há muito tempo. Para ser mais exata, há treze anos!

O olhar confuso dele me deu ainda mais coragem de continuar a falar.

- Do que está falando?

- Era eu Alfonso. A menina do cobertor.

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Amoras (a) !

Perdão :/ não postei antes como prometido porque tive um triste problema ...

aí esta o que devia ter vindo antes.... Vou revisar mais um e postar de noitinha.

beijoos

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