Capítulo 29

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Anahí

Aqueles olhos levemente esverdeados me percorriam como um chamado devasso. Alfonso estava extremamente elegante e atrativo. O seu corpo era viril e com músculos, era fato que qualquer estilo de roupa lhe cairia bem, mas aquela em especial era muito excitante de ver. Senti vontade de voar sobre o seu corpo e despi-lo sem olhar para os lados. Dulce ganharia um belo show, com certeza. Dentro da minha mente uma curta imagem da cena foi idealizada e eu sorri só de imaginar o desespero da minha amiga.

Eles pareciam conversar antes da minha chegada, e obviamente, pararam assim que entrei, fazendo valer as horas dentro do quarto me aprontando para aquele momento. Eu estava muito bem e sabia disso.

Fomos levadas por ele e gentil como sempre, Alfonso cedeu os dois braços para que tanto Dulce quanto eu o agarrasse. Ele estava entre as duas, mas seu olhar era exclusivamente meu e para mim. Não neguei que aquilo me agradou, até porque adorava a forma como ele me olhava sempre que nos víamos. Era uma mistura de sentimentos que nem eu mesma sabia dizer na verdade. Durante o caminho quase não trocamos muitos assuntos além de Dulce tagarelando sobre como estava feliz em me ver sair. Ela fez com que eu parecesse uma mulher caseira e Alfonso riu da ideia.

Quando o carro parou, fui arrebatada pela grande extensão da casa. Era uma construção com toques rústicos, e colunas grandes. Até que chegássemos até a porta tínhamos que andar por um pequeno jardim esverdeado e cercado de rosas. Haviam muitos carros estacionados e aquilo me assustou. Meus clientes eram ricos em sua maioria, quando não, eram seus filhos. A possibilidade de topar com algum daqueles homens me assustava de certa forma e me fez recuar sobre ter aceitado aquilo. Dulce percebeu minha reação, diferente de Alfonso que já estava do lado de fora do carro falando com o homem de preto que estava de pé frente à entrada.

- O que houve? - a voz dela me tirou do transe.

- E se alguém me reconhecer Dulce? - não precisei decifrar o que falei. Ela entendeu.

- Tenha calma. Você está diferente hoje, além disso, a peruca ajuda. Seus cabelos estão naturais.

Soltei o ar e tentei focar nas palavras dela. Realmente esse era o propósito daquela coisa quente e molhada que grudava na minha cabeça todos os dias quando ia dançar ou sair com os clientes.

Alfonso me estendeu sua mão e me convidou a sair. Ele me segurava com posse por entre seu braço, me encarando com o mesmo olhar orgulhoso de alguns minutos atrás. Logo na entrada, assim que a porta se abriu todos nos olharam segurando suas taças de champanhe e vinho. Involuntariamente olhei para os lados buscando algum rosto familiar enquanto Alfonso distribuía cumprimentos com um sorriso estratégico. Dulce parecia tranquila em relação a mim. Seu rosto estava elevado e ela andava devagar, sorridente e discreta. Invejei aquela calma por um segundo, até sentir que algumas pessoas se aproximavam de nós.

- Estão mesmo aqui! - A mulher de certa idade me era familiar. Não estava menos elegante que da ultima vez e com isso, acabei desejando, inconscientemente, chegar naquela idade com toda aquela vitalidade e beleza. A mãe dele era muito bonita e estava acompanhada.

- Mamãe - a reposta de Alfonso foi automática.

- É muito bom vê-la aqui! - aquilo foi dito dentro de um abraço aconchegante lançado sobre mim - Você é mais bonita do que me lembro.

- Não fico atrás da senhora.

- Muito gentil da sua parte, mas isso só pode ser genética. Odeio esticar o rosto com essas agulhas impertinentes. Está moça é sua amiga?

- Sim mamãe - interrompeu Alfonso - Esta é Dulce.

Com outro abraço ela agarrou a minha amiga de cabelos negros.

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