- Pode sim. Indo até onde eu pedi que fosse.

Com um sorriso aberto e contente ele me confirmou várias vezes, balançando a cabeça, que iria até lá. Passei as mãos sobre os seus cabelos e o garoto saiu correndo com a sacola nas mãos. Flutuando pela sua velocidade empolgada.

Foi tudo no mesmo instante. O garoto saiu e o carro que iria me transportar chegou. Meu entusiasmo foi levado para dentro do Mercedes junto da minha disposição em ir fazer uma visita a alguém.

~~~

- Há quanto tempo não nos vemos.

- Eu sei que devia vir antes. - falei me sentando na cadeira do consultório.

Meu médico sempre fazia questão de trocar mensagens comigo, alertando os meus retornos. Mesmo que sempre eu o ignorasse o homem não desistia de forma alguma. Aquilo devia ser positivo.

- Temos um novo tratamento experimental que esta sendo bem efetivo nos nossos pacientes. Gostaria de sugerir que fizesse.

- Não aguento mais aquele coquetel horrível. - frisei sentindo o gosto ruim do medicamento oferecido mais cedo para mim pela empregada.

- Alfonso, nós o colocamos pela sua insistência em não se medicar por via intravenosa. Não me julgue se o gosto é ruim.

- Quando isso acaba?

- Do jeito que você faz, talvez nunca. - alertou ameaçador. - Precisa seguir as orientações arrisca, caso contrário, tudo irá regredir.

- Tudo bem. - concordei nada feliz, porem temente. - Farei esse tratamento experimental.

- Ótimo! Iniciamos semana que vem.

- Mas já?

- Temos que correr contra o tempo Alfonso. Você sabe muito bem disso.

Finalizada a conversa eu saí disposto a retornar, mesmo que ideia não me agradasse em nada. Era o digno a se fazer depois de mais uma vez alguém me mostrar o quanto eu tinha sorte.

No banco detrás do carro, olhei através da janela e me peguei lembrando a primeira vez em que recebi a pilha de papéis que dizia o quanto eu estava fraco. Aquilo foi logo após eu encontrar com a menininha desconhecida, um dos motivos de eu não reencontrá-la depois para oferece-lhe uma ajuda mais justa. Algo além de um simples cobertor e despesas de hospital pagas. Ela merecia ter uma vida resgatada, esperança, principalmente por ser a responsável do meu interesse em participar da ONG e ajudar tantas outras crianças.

Por 'me' ajudar.

A porta de aço do elevador se abriu e eu entrei na minha cobertura. Adentrei o escritório desabotoando as abotoaduras da camisa, mas foi à única coisa que tive tempo da fazer antes dos meus olhos se cruzarem com os azuis hipnotizantes de Anahí. Ela infligiu a minha lei de manter-se distante. Aquele não era o momento para estresse, eu estava fraco demais para discutir, me magoar ou debater com ela. Vidrado no silêncio ensurdecedor dela, aproveitei para terminar de desabotoar a camisa e a tirei pendurando na parede. Anahí apenas me encarava, séria e sem expressão. Parecia assustada, nervosa. Eu não estava diferente, mas não pude transparecer aquilo. Ao passar pelo seu lado, senti uma leve tontura seguido de uma forte dor de cabeça "ciente dos reais motivos daquilo" sentei na cadeira por trás da mesa para disfarçar, e tentei pronunciar alguma coisa que quebrasse aquela agonia.

- Não me lembro de ter lhe dado chaves daqui.

- Carmen me deixou subir e entrar - aquele era o nome da minha governanta. Fiz uma cara ruim e ela logo rebateu - Por favor, não a culpe, eu fui insistente.

- Estou começando a conhecer esse seu lado insistente.

- Queria falar com você.

- Já falamos o suficiente - rebati e ela ficou desnorteada, mas as palavras de Alice ecoaram na minha cabeça e em reflexo apertei os dedos - Fale.

- Se eu tivesse dito antes, o que você teria feito? - a pergunta me pegou de surpresa. Mordi os lábios segurando um grunhido.

- Eu esclareci que não é do meu feitio ficar com mulheres como você.

- Mas ficou.

- Sem saber Anahí.

- Foi diferente? Será que agora meu beijo, meu toque, meu cheiro são diferentes? Deixei de ser quem você conheceu?

- São muitas perguntas - falei tentando manter a imparcialidade.

- E em nem uma delas tenho respostas - retrucou com a voz tremula, porém contida.

- O que realmente quer de mim? Perdão?

- Não - respondeu convicta - Quero verdades.

- Quais? Seja mais clara comigo.

- Sente falta de nós?

Minha boca salivou sedenta por responder o que ela queria ouvir. Eu sabia a real intenção de tudo aquilo. Era a mesma da minha.

Maldita vontade que tenho de você... Temi que ela ouvisse esse pensamento.

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Olá amoras(a) !

Já disse que: AMO, AMO, AMO a participação assídua de vocês?

Meu coração acelera, minhas pernas tremem, meu sorriso se arreganha 'igual as pernas na Anahí quando vê o Herrera' hahaha >...<

Quero vocês aqui! Até o fim!

Beijos, e hoje tem mais um!!

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