6ª parte - Capítulo VI

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Olá, Olá! 😉 Prontos para descobrir se as fadas podem dar a juventude ao Príncipe?

Dedicado a uma fada escondida do Príncipe 😉: Kafthy_Anne
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- Recuperar a minha juventude.
A minha madrinha e as fadas de Olisipo ficaram boquiabertas. Foram apanhadas de surpresa e esperavam qualquer resposta, menos aquela. Até eu me surpreendi a mim próprio! Em 80 anos enclausurado, nunca me passou pela cabeça em recuperar a juventude, porque aparentava ser algo impossível. Mas quando vi a minha bela Aurora, o meu coração não resistiu em ficar novamente separado dela e a minha cabeça não aceita impossíveis.

O silêncio instalou-se na sala. Era necessário conversarmos e esclarecermos este assunto.

- Prometi à Aurora que voltaria a recuperar a juventude!

- Como assim? – perguntaram as fadas de Olisipo, em coro.

- Mas o Príncipe só esteve com a Aurora antes da maldição acabar – recordou Fabiola.

- E foi exactamente antes de ela acordar e antes de vocês entrarem no quarto que eu fiz essa promessa.

- Oh, meu querido Príncipe! – exclamou Dulce, enternecida.

Mirei-as e pelas expressões do rosto das fadas de Olisipo persenti que não tinham boas notícias para me dar.

- Estou a contar com a vossa ajuda!

- Meu Príncipe, infelizmente não conhecêssemos nenhum feitiço que possa devolver a juventude – esclareceu Lucy.

- Acredite, seria um prazer ajuda-lo! – acrescentou Dulce.

- Lamentamos muito, Príncipe Filipe! – disse Fabiola.

Olhei esperançoso para a minha madrinha.

- Filipe... - começou ela, pausadamente.

Ela estava a pensar. Os segundos ou minutos que esperava por um sim, pareciam-me uma eternidade. O ritmo do meu coração acelerou. Estava a ficar a nervoso.

- Se recuperar a juventude fosse um feitiço conhecido ou existisse, vários reis, rainhas e príncipes teriam rejuvenescido com a ajuda das fadas do seu reino. Se fosse possível, os reis governariam para sempre.

Fiquei desiludido, perdido e sem saber o rumo que deveria dar aos restos dos meus dias. Baixei a cabeça como tivesse perdido a batalha e fixei o olhar nas minhas mãos. Elas eram as primeiras a relembrarem-me que estava velho, pois a pele estava engelhada e manchadas com alguns sinais. Surgiram umas mãos novas com a pele lisa e branca que embrulharam as minhas com carinho. Eram da minha madrinha, reconheci-as desde miúdo!

- Percebeste o que eu quis dizer, Filipe?

- Sim – respondo com desânimo. – É impossível recuperar a juventude.

- Lamento, de verdade, Filipe!

- Mas eu não aceito! – exclamei, desprendendo-me do calor das mãos dela. – Eu não aceito! – bati com o punho na mesa para soltar a revolta que estava a sentir. – Eu preciso recuperar a minha juventude.

- Tem alguma ideia, Príncipe? – perguntou Lucy, para me acalmar.

- Não. Eu não percebo nada de magia, por isso é que preciso da vossa ajuda.

- Meu querido, como te explicamos não conhecemos nenhum feitiço que tenha tal poder – disse a minha madrinha.

- Todas as fadas praticam magia de modo igual? – perguntei-lhe.

- Hum... Não. As fadas são ensinadas pela fada mais velha do reino. A magia pode variar de reino para reino.

- E as varinhas não são todas iguais – comentou Fabiola.

Franzi o sobrolho à espera que ela me esclarecesse a parte das varinhas.

- As varinhas nascem com as fadas, como o Príncipe deve saber. O nosso nascimento é um mistério como o aparecimento das nossas varinhas. Algumas são mais poderosas do que outras, mas não há explicação lógica para isto.

O bastão da Bruxa deveria ser poderosíssimo, com certeza! Mas não haveria uma fada com uma varinha mais poderosa que a dela?

- Príncipe Filipe – chamou Lucy a minha atenção -, os feitiços, as maldições, as poções, resumindo, a magia, são registados em diários que estão numa biblioteca secreta do reino. Se descobrirmos um feitiço, uma poção, o que seja novo, deve ser registado para que no futuro as novas fadas possam aprende-lo. Com a maldição que recaiu sobre a Aurora, estudamos esses diários para encontrarmos uma solução. Quando o reino adormeceu, os primeiros anos foram dedicados à sua leitura. Recordamos cada fada que nasceu em Olisipo, porque nenhum diário foi deixado para trás!

A cada nova explicação, sentia que me queriam roubar algo que tinha ganho à poucas horas: a esperança.

- Madrinha, existem diários de fadas ou algo semelhante no nosso reino? – perguntei.

- Sim.

Pedi à sorte, ao destino, ou ao que fosse que existisse, para que me privilegia-se ou abençoasse.

- E então? – perguntei, receoso. – Leste os diários todos?

- Foi-me impossível, Filipe – respondeu ela, com tristeza.

Oh Deus, era o que eu mais queria ouvir!

- Sou a única fada de Aragão e sozinha era-me impossível ler tantos diários, planear várias vezes o teu resgate e guardar Aragão de ser roubado ou conquistado – explicou ela.

- Não estou a recriminar-te por não teres lidos os diários todos, madrinha. Essa é a melhor notícia que me podias ter dado. Traz-me esperança! Nalgum desses diários, pode estar uma resposta, um feitiço, uma poção ou uma maldição para mim.

- Por Deus, Filipe! Uma maldição? – indignou-se a minha madrinha.

- Se for esse preço para ter a minha juventude de volta, que seja!

- Eu seria incapaz de te lançar uma maldição, Filipe – murmurou ela.

- O importante, agora, é ler esses diários – disse eu.

- Mas agora ainda tenho menos tempo. Aragão voltou à vida, tenho os afazeres do dia-a-dia e com o teu desaparecimento... Nem quero pensar, nos teus pais!

- As madrinhas da Aurora não se vão importar de dar uma ajuda na leitura desses diários – sugeri.

- Seria um gosto, Príncipe. Mas não podemos – esclareceu Fabiola.

- Porquê? – perguntei, com decepção.

- Porque as bibliotecas são secretas e só as fadas desse reino devem conhece-la – respondeu a minha madrinha.

- Oh, não! Não aceito essa regra. Esquece-a, madrinha.

- Não é uma regra é uma lei – atalhou ela.

Continua...

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O nosso Príncipe não anda com muita sorte. O que será que irá acontecer? Poderá o Príncipe contar com a ajuda das fadas de Olisipo?

Não se esqueçam de deixar uma estrelinha 🌟 se estiverem a gostar.

beijinhooooooos 💋💋💋

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