Logo sua mão levantou sinalizando para um dos funcionário. Ele veio até nós usando um avental marrom com uma frase engraçada estampada no tecido. Assim que terminou de anotar os nossos pedidos ele se foi e eu decidi que íamos continuar a conversar.

- Por que não bebeu nada ainda? - questionei notando que a mesa estava vazia.

- Esperei você chegar. Seria indelicado fazer o pedido antes.

- Confesso que fiquei surpreso com a sua ligação.

- Eu disse que ia ligar, mas não especifiquei quando.

- Concordo.

Ambos demos uma risada discreta, e logo em seguida recebi o cappuccino e ela o seu expresso.

- Porque em um café?

- Preferia outro lugar?

- Não. Apenas achei peculiar. Na verdade imaginei que seria um restaurante ou uma loja de conveniência.

Ela ficou enrubescida com a minha investida em ser engraçado. O clima estava tenso e pretendi ameniza-lo.

- Gosto daqui e venho sempre que posso. O clima dos livros ao redor e o fato de você poder ler enquanto toma café, sem ser na sua casa, torna o lugar mais atraente.

- Então gosta de ler?

- Qualquer coisa que não seja romance.

- Uma mulher que não gosta de romance. Interessante, senhorita... - indaguei esperando ouvi-la dizer seu sobrenome, mas o silêncio foi a minha reposta.

- Não tenho sobrenome importante. Melhor esquecermos esse detalhe.

- Como quiser... Anahí.

Observei suas maçãs corarem ainda mais assim que pronuncie seu nome de forma lenta. Ela reagiu como se aquilo fosse novo. Mas como alguém poderia estranhar seu próprio nome?

- Devo presentear você com que tipo de livro?

- Algo que me deixe curiosa e com medo.

Foi inevitável segurar o riso. Ela era mesmo fora do comum.
Era estranho rir de tudo que ela dizia, ou das conversar aleatórias.

Depois de mais de duas horas, nós fomos para o meu apartamento e ficamos conversando um pouco mais. Anahí me falava muito pouco sobre a sua vida, mas dava para captar ao menos a sua personalidade. Era agradável ter ela sentada no meu sofá, mesmo que servisse sendo punido por minha mente

Herrera, você esta flertando com as duas mulheres!

Eu não considerava a situação como flertar.
Anahí não queria nada sério comigo, era nítido, e mesmo que nos déssemos bem ela deixava claro o fato de se manter sempre cautelosa.

Olhei sem pretenção para a sua taça e vi que estava vazia.

- Quer mais? - Ofereci erguendo a garrafa de vinho tinto.

- Um pouco.

Servi a sua e a minha e nós brindamos pela décima vez. Ela sempre sorria quando eu fazia aquilo, talvez por ninguém ter uma mania parecida com aquela.

Quando emborcamos juntos, ela me observou por cima da taça e nossos olhares se cruzaram como um tsunami na beira de uma praia.
Largamos o que tínhamos nas mãos e lançamos nossos corpos um contra o outro.

Segurei sua nuca com força e enterrei minha  boca na dela sugando o seu lábio inferior. Com isso consegui de brinde um gemido instantâneo e arfante. Anahí não se conteve e logo foi para cima de mim, pondo-me no meio das suas pernas firmes e torneadas. Pude senti-las mesmo por cima da calça jeans. Ela puxava os meus cabelos tentando se manter cada vez mais perto. Eram movimentos rápidos. Queríamos mais que alguns amassos. Exigíamos mais.

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