2ª Parte do Capítulo V

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Olá, olá!! É hoje que vamos descobrir se a maldição voltou. Boa leitura e espero que gostem!

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- Príncipe...

- Lucy, o que é que se está a passar? – perguntei, assustado.

- Tenha calma, Príncipe Filipe! Vossas Majestades ordenaram que os convidados adormecessem.

- Porquê, Lucy? O que é que se está a passar?

Comecei a ouvir vozes altas, mas não dava para perceber o que diziam.

- Não há tempo para explicações! Faça de conta que está adormecido. Não se manifeste, Príncipe Filipe! Caso contrário, terei de pô-lo a dormir – disse ela, em voz baixa.

- Não te atrevas, Lucy! – murmurei.

- Chiu! – ordenou ela, levando o dedo ao lábio e agitou a varinha.

Eu não queria acreditar que ela me iria enfeitiçar contra a minha vontade! É por isso que eu não gosto de varinhas nem de bastões. Aqueles objectos eram um perigo, um verdadeiro perigo para o mundo! Mas para minha surpresa apareceu uma cadeira e Lucy apontou para ela com um grande sorriso.

Ah, era esse o feitiço! Senti-me um pouco mal, por pensar mal da Lucy. Ela era uma fada bondosa, tão bondosa que se preocupou no bem-estar e ofereceu-me uma cadeira confortável para eu descansar, enquanto eu fingiria que estava a dormir.

- Depressa, Príncipe! – murmurou a fada.

As vozes cada vez soavam mais altas, deviam estar a chegar ao salão. Apressei-me com a ajuda da bengala, sentei-me, encostei a cabeça às costas da cadeira e fechei os olhos.

- Lucy, o Príncipe Filipe já chegou? – perguntou uma voz grossa, nervosa.

- Não, Vossa Majestade.

- Ainda achas que fiz mal, Carlos,  ao por os meus convidados a dormir?

Era o meu pai e o rei Dinis. A minha ausência já se tinha tornado óbvia.

- Dinis, deve ter acontecido alguma coisa. Ele deve estar atrasado...

Não resisti e abri um olho. Constatei que eles estavam tão concentrados na conversa que não iam reparar em mim. O rei Dinis caminhou até ao trono, sentou-se com uma certa elegância e exclamou, com cara de poucos amigos:

- Por amor de Deus! Ainda acreditas que o teu filho vai chegar? Ele está atrasado há mais de uma hora.

O meu pai permaneceu calado e vi pelo seu semblante que estava pensativo. Meu pobre pai! O silêncio foi rompido pela entrada da rainha de Olisipo, a minha mãe, a minha madrinha, Dulce e Fabiola.

- Há alguma notícia sobre o Filipe? – perguntou a minha mãe, com um ar preocupado.

- Não – respondeu o meu pai, com a voz quase sumida. - Dinis e Helena, neste momento só posso pedir desculpas.

- Deve haver alguma explicação, com certeza – defendeu a minha mãe.

- A explicação é: o Príncipe Filipe acha que minha filha não é digna dele! – exclamou Dinis, zangado.

Ò meu Deus, o rei Dinis pensava o pior de mim! A minha vontade era levantar-me daquela cadeira e contar que eu era o Príncipe. Tudo aquilo era culpa da Bruxa. Maldita!

- Isso são palavras demasiado fortes, não achas Dinis? – atalhou o meu pai, indignado.

- Demasiado forte é o teu filho ter recusado a mão da minha filha à frente de toda a nobreza de Olisipo. Isto é que é demasiado forte, Carlos!

O AMOR NÃO DORMEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora