Acordei com o sol entrando pelas frestas da cortina, aquecendo devagar o quarto. Pisquei algumas vezes, ainda zonzo, sentindo o corpo inteiro mole, satisfeito.
Virei para o lado e lá estava ele. Espalhado pela cama. O lençol escorregava pelo quadril, cobrindo só o essencial, deixando o resto exposto, bonito, relaxado.
Sorri sozinho.
Choi parecia em paz, a boca entreaberta, o cabelo bagunçado grudando na testa, o peito subindo e descendo lento. Levei a mão até o rosto dele e acariciei a bochecha, macia, grande, perfeita para apertar ou amassar. Passei o dedo devagar pelos lábios, pelo nariz, pelo queixo. Ele franziu o nariz como se estivesse sentindo cócegas e eu ri baixo, prendendo o som na garganta.
Tive uma ideia.
Me apoiei no cotovelo, cheguei mais perto e comecei a beijar devagar o rosto dele. Um beijo na bochecha. Um nos lábios. Outro na outra bochecha. Um no nariz. E, por fim, encostei minha testa na dele, esperando alguma reação.
Os olhos dele se abriram devagar, ainda perdidos. Piscou algumas vezes, tentando entender onde estava. Quando me viu, um sorriso preguiçoso nasceu no canto da boca e ele me puxou de uma vez, forte, colando nossos corpos.
Soltei um risinho enquanto meus braços escorregavam pelas costas dele, sentindo o calor da pele, o peso do corpo ainda meio sonolento.
— Isso é assédio — ele murmurou, a voz rouca, amassada de sono.
— Hum... mas seu sonho não era acordar sendo chupado? — inventei.
Os olhos dele se arregalaram um pouco.
— Como você sabe disso?
Agora foi minha vez de arregalar os olhos.
— Você está falando sério?
Ele só riu, me apertou mais forte e beijou o topo da minha cabeça e eu fiquei ali, colado nele, com vontade de passar o resto da manhã assim.
Ficamos em silêncio por um tempo, o corpo dele quente contra o meu, o quarto abafado de manhã preguiçosa. Minha mão ainda descansava nas costas dele, subindo e descendo devagar, em um carinho automático.
Foi quando percebi que ele ainda estava completamente nu debaixo do lençol.
Sorri sozinho.
Minha mão escorregou das costas para o quadril, e dali foi descendo mais, devagar, até alcançar onde o lençol não escondia mais nada. Encostei os dedos de leve, só para provocar.
— Ji-hoon... — ele murmurou, num tom de aviso, mas a voz falhou no final.
Continuei, como se não tivesse ouvido, traçando um caminho lento com a ponta dos dedos, sentindo ele estremecer sob meu toque. Choi virou o rosto na fronha e soltou um suspiro baixo, o tipo de som que me deixava com vontade de continuar.
— Para com isso... — disse, mas já não parecia tão decidido. — Você sabe que isso não ajuda...
— Ajudar o quê? — perguntei, fingindo inocência, enquanto minha mão deslizava com mais ousadia, sentindo ele crescer de novo nas minhas mãos. — Estou só acordando você com carinho.
Ele se virou um pouco, o rosto colado no travesseiro e soltou um gemido abafado quando apertei mais firme.
— Isso não é carinho, Ji-hoon...
— Então é o quê?
— É tortura.
Ri baixo, colando meu corpo no dele. A perna dele subiu por cima da minha e a respiração já estava mais pesada.
— Voce não queria realizar um sonho? — sussurrei no ouvido dele, mordendo de leve o lóbulo, só para ver ele arrepiar.
— Porra, Ji-hoon... — ele gemeu de novo e a mão dele veio até minha cintura, me puxando mais para perto, os olhos já meio fechados, o corpo inteiro pedindo mais.
— Só estou sendo um bom namorado — falei, agora com um sorriso safado estampado no rosto, me abaixando para beijar a clavícula dele, e deixando minha mão continuar seu caminho.
A cama rangeu leve, como se concordasse comigo.
─────────────────
A cozinha ainda estava abafada do calor do café recém-passado. Eu estava de costas, focado em preparar as duas xícaras, ainda com os olhos meio inchados de sono, sem camisa, só de cueca.
Senti Choi se aproximando. Sem aviso, o corpo dele encostou atrás do meu, o volume evidente pressionando contra mim.
— O que é isso? — perguntei sem virar, mas com um sorriso que ele não podia ver.
— Você, assim, fazendo café sem camisa... deixou minha cabeça meio doida — ele murmurou no meu ouvido, as mãos firmes na minha cintura.
— Saímos da cama faz, sei lá... vinte minutos?
— Não ligo.
O dedo dele passou pela bainha da minha cueca, traçando o contorno devagar, descendo com intenção. Eu tentei manter a mão firme no café, mas acabei derramando um pouco na bancada quando ele puxou a cueca para baixo.
— Droga — murmurei, rindo sem força.
Choi riu atrás de mim, como se estivesse se divertindo com cada reação. A boca dele percorreu minhas costas, deixando beijos úmidos e quentes enquanto eu tentava, em vão, manter algum foco. Minhas mãos apoiadas no mármore frio, o contraste arrepiando minha pele.
A xícara caiu no chão. Um estalo seco. Nem olhamos.
Choi empurrou meu tronco contra a bancada, fazendo meu peito se chocar com o mármore frio. Com os pés, ele afastou minhas pernas, abrindo espaço para se encaixar. Senti o toque dele ali, quente e firme, roçando devagar, provocando. Meu corpo respondeu sem hesitar, já entregue.
Senti quando ele roçou de novo em mim, agora mais certo do que faria. Um segundo depois, o gemido grave escapou da garganta dele ao me penetrar de uma vez, sem aviso, me fazendo soltar um suspiro preso que virou um palavrão abafado.
— Merda... — sussurrei, agarrando a borda da bancada, os olhos fechando por reflexo. — Tá maluco?
— Você que começou, andando por aí assim... — ele gemeu, afundando mais, o quadril colado no meu, se movendo devagar no início, como se quisesse sentir cada segundo.
A bancada gelada pressionando meu peito só aumentava o contraste do calor dele atrás de mim, do corpo firme, do jeito como ele segurava minha cintura com tanta força como se eu fosse fugir. Cada estocada vinha mais intensa, mais urgente, mais crua.
A pressão aumentou e ele mordeu meu ombro, o som do impacto dos nossos corpos ecoando pela cozinha. Uma das mãos dele subiu para minha cintura, segurando firme e o ritmo ficou mais rápido, os gemidos misturados agora, abafados, lascivos, impossíveis de conter.
Me entreguei inteiro, os dois ali, sem tempo, sem freio, como se o mundo lá fora tivesse ficado mudo por alguns minutos.
Ficamos ali por um tempo, sem dizer nada. A respiração dele ainda pesava nas minhas costas, o corpo ainda colado no meu, os dois tentando recuperar o fôlego.
Aos poucos, ele foi se afastando, deslizando os dedos pela minha cintura e então me puxou para o chão com ele. Desabamos lado a lado entre os cacos da xícara e o cheiro forte de café recém-passado. Ele riu, jogando o braço por cima do meu peito nu.
— Isso não foi muito higiênico... — murmurei, tentando parecer sério, mas rindo junto.
— Mas foi gostoso — ele respondeu, se virando de lado para me encarar, o cabelo bagunçado e o rosto brilhando de suor. — E você ainda derramou café, vai ter que limpar.
— Vai mesmo me fazer limpar isso depois do que acabou de fazer comigo? — arqueei uma sobrancelha, tentando erguer o braço, mas o corpo todo parecia ter virado gelatina.
— Não. — ele riu, puxando minha mão até os lábios e dando um beijo suave no dorso. — Eu limpo depois. Agora quero só ficar aqui um pouco com você.
YOU ARE READING
Fora do Script
FanfictionNos bastidores de uma das séries mais comentadas da Coréia, dois atores com carreiras em ascensão tentam manter os pés no chão enquanto tudo ao redor parece prestes a desmoronar. Ji-hoon e Hyun-wook interpretaram personagens inesquecíveis e a químic...
