Acordei com a luz entrando suave pela janela. Demorei alguns segundos para lembrar onde estava, ou melhor, com quem. Pisquei devagar, sentindo o espaço ao meu lado vazio.
Virei o rosto, a testa ainda meio pesada de sono e procurei por ele pela cama, por instinto. Só que ele não estava mais ali. Só o amassado do lençol e o calor ainda morno onde ele havia dormido.
Foi quando ouvi o som do chuveiro ligado. Baixo, constante.
Sorri, meio sem querer. O som dele ainda ali era como um alívio atravessando meu peito.
Fiquei deitado mais um tempo, só ouvindo. Até que a porta do banheiro se abriu com aquele barulhinho abafado do vapor escapando. Ele apareceu logo depois, com o cabelo todo molhado caindo sobre os olhos, uma camiseta minha e um short de moletom cinza que eu nem sabia que estava aqui.
Fiquei olhando, confuso. Ele percebeu e deu um meio sorriso, coçando a nuca como se tivesse sido pego em flagrante.
— Eu... tomei a liberdade — disse. — Ontem eu vim correndo, acabei suando. Precisei de um banho e roubei suas roupas.
Assenti devagar, ainda processando tudo. A visão dele ali, com minhas roupas e o cabelo pingando, me dava um nó no estômago. Um bom nó. Um daqueles que a gente não sabe se é saudade ou vontade de puxar de volta para a cama.
Antes que eu dissesse qualquer coisa, a porta do quarto se abriu de repente.
— Ji-hoon, eu consegui o apartamento, fica a vinte minutos do estu...
Minji parou. Ficou congelada. Os olhos bateram primeiro em Choi, depois no cabelo dele molhado, depois nas minhas roupas no corpo dele... e então em mim. Deitado na cama, com o rosto meio amassado pelo travesseiro.
Ela soltou um grito.
— MEU DEUS!
Choi arregalou os olhos e eu sentei num pulo.
— NÃO! — dissemos os dois ao mesmo tempo.
— NÃO É NADA DISSO! — completei, quase tropeçando nas palavras.
— EU SÓ DORMI AQUI! — Choi levantou as mãos, como se isso tornasse tudo menos suspeito.
Minji arregalou os olhos de novo, agora tentando processar com um pouco mais de calma. Só que a porta ainda estava aberta. Ela olhou rápido para os lados do corredor, depois entrou e fechou a porta num estalo.
Ficamos os três em silêncio por um segundo tenso.
Ela cruzou os braços, o olhar em cima da gente como se fosse uma diretora de escola que tinha acabado de pegar os dois piores alunos fazendo algo proibido.
— Vocês dois...? — ela perguntou, com a voz mais baixa, cautelosa, como quem não sabe se quer mesmo saber a resposta.
— NÃO. — repeti, rápido demais. — Não. A gente só... dormiu. Literalmente.
— Eu tomei banho porque estava suado da noite anterior! — Choi disse, parecendo desesperado pra justificar.
— Suado de quê?
— Não, Minji! — levantei da cama.
Minji nos encarou mais um tempo. Claramente não sabia se acreditava ou não.
Ela abriu a boca para dar um sermão — eu vi. Os ombros dela já estavam indo para frente, como se fosse disparar uma bronca. Mas aí, de repente, ela fechou a boca de novo.
Suspirou, largou os braços ao lado do corpo e balançou a cabeça.
— Eu não tenho energia para isso. — murmurou. — Não agora. Só... se arrumem. Temos que sair daqui ainda hoje.
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Fora do Script
FanfictionNos bastidores de uma das séries mais comentadas da Coréia, dois atores com carreiras em ascensão tentam manter os pés no chão enquanto tudo ao redor parece prestes a desmoronar. Ji-hoon e Hyun-wook interpretaram personagens inesquecíveis e a químic...
