Tinham acabado de retirar os pratos da sobremesa. O garçom agradeceu discretamente, saiu da sala e agora era a minha vez.
Respirei fundo e estiquei o corpo, tentando parecer casual.
— Você viu que linda essa decoração atrás de você? — perguntei, apontando para a parede atrás dele com um gesto breve e muito bem calculado.
Ji-hoon virou-se para olhar, curioso, exatamente como eu esperava. Aproveitei o segundo de distração e puxei a caixinha azul aveludada de dentro da jaqueta. Coloquei bem no centro da mesa, na frente dele.
Quando ele se virou de novo, ainda olhando para trás com um aceno de cabeça, nem percebeu a caixa. Concordou:
— É bonita mesmo.
Eu abri um sorriso tão grande que mal consegui esconder e comecei a rir. Ele franziu as sobrancelhas, desconfiado, se recostando na cadeira.
— O que foi?
E então os olhos dele finalmente caíram na caixinha. Ficou paralisado por um segundo. Talvez dois. Três. O suficiente para me deixar nervoso.
Ergueu o olhar para mim devagar e disse em um tom que tentava não sorrir, mas não conseguia:
— O que é isso?
Cruzei os braços, me inclinando para frente, sorrindo feito um idiota.
— Abre aí e descobre.
Ele me olhou com aquela expressão desconfiada típica dele, mas se aproximou da caixa devagar, como se tivesse medo que ela pulasse. Ainda fez piada:
— Se for um bicho, eu vou ficar bravo.
Soltei uma risada, balançando a cabeça.
— Precisamos trabalhar a sua confiança em mim. Olha o que você pensa de mim.
Ele soltou um sopro de riso e abriu a caixinha.
Duas alianças brilhando ali dentro. Simples, elegantes, como nós.
Ji-hoon encarou por tempo demais. Tão quieto que meu coração começou a bater mais rápido.
— Ei — chamei, em um tom mais baixo. — Não me deixa no vácuo assim...
Foi então que vi. Uma lágrima escapou rápida pela bochecha dele.
— Ah, não. Não faz isso — falei de imediato, me mexendo na cadeira. — Se você chorar, eu também vou.
Ele passou a mão rápido no rosto, desviando o olhar.
— Eu não estou fazendo nada — disse, a voz meio embargada, pegando a caixinha com as duas mãos. — Isso é sério?
Assenti devagar, sem tirar os olhos dele.
— Você achou que eu ia esperar você fazer isso?
Ele piscou algumas vezes e soltou uma risada curta, sem graça.
— É... eu achei, sim.
— Não sou bom em esperar, Ji-hoon.
Ele olhou para mim de novo. E sorriu daquele jeito que só ele tem, aquele que parece que ilumina o lugar inteiro, até uma sala privada de um restaurante caro.
Acho que naquele momento, sem precisar dizer nada, ele já tinha me respondido.
Mas eu queria ouvir mesmo assim.
Ele me olhou de novo. Não sorria tanto quanto antes, mas os olhos diziam tudo. Ficamos em silêncio por uns segundos, até que ele quebrou:
— Então isso aqui é o quê? Um pedido de casamento?
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Fora do Script
FanfictionNos bastidores de uma das séries mais comentadas da Coréia, dois atores com carreiras em ascensão tentam manter os pés no chão enquanto tudo ao redor parece prestes a desmoronar. Ji-hoon e Hyun-wook interpretaram personagens inesquecíveis e a químic...
