Revirei os olhos, rindo.

— Nossa, você ia desmaiar se fosse. Eu sei onde estou pisando. — soltei um riso. — Então? Você aceitaria namorar comigo oficialmente?

Ji-hoon puxou o ar como se fosse responder algo sarcástico, mas só soltou um sorriso curto pelo nariz e balançou a cabeça.

— Aceitaria sim.

Sorri. Um daqueles sorrisos involuntários, que nem tentei segurar.

Levantei da cadeira devagar, fui até o lado dele e me ajoelhei no chão, fazendo ele se afastar um pouco, surpreso.

— O que você está fazendo? — perguntou, o tom quase rindo, quase nervoso.

Peguei a caixinha da mão dele com calma.

— Relaxa, não é casamento. Só quero fazer isso direito.

Ji-hoon me olhou como se não soubesse se ria ou me empurrava de costas no chão, mas não fez nenhuma das duas coisas. Só ficou ali, quieto, olhando.

Tirei uma das alianças da caixinha, segurei sua mão direita e deslizei no dedo anelar com cuidado. Ficou perfeito ali.

Ele pegou a outra aliança e colocou no meu dedo, parecíamos mesmo estar casando.

— Combina com você — comentei, olhando para ele.

— Porque vale muito? — ele levantou uma sobrancelha, brincando.

— Não, porque brilha mesmo sem precisar fazer esforço.

Ele mordeu o lábio tentando esconder o sorriso e me empurrou leve pelo ombro.

— Você está impossível hoje.

Levantei do chão e sentei de novo, satisfeito.

— Eu já disse que não sou bom em esperar. E quando quero alguma coisa, eu vou atrás.

Ele ainda olhava o anel no dedo. A expressão entre choque e ternura, mas tentando fingir que não era nada demais.

— Tá — disse, ainda olhando para o próprio dedo. — Agora, se você se ajoelhar de novo, eu levanto e vou embora.

— Ok, sem ajoelhar — concordei. — Mas beijo pode?

Ji-hoon rolou os olhos e esticou a mão na direção do meu rosto.

— Rápido. Antes que entre alguém.

Sorri, me inclinei por cima da mesa e encostei a boca na dele num beijo rápido, leve.

─────────────────

Descíamos os degraus largos do restaurante em silêncio. Ji-hoon andava alguns passos à frente, a mão direita descansando solta ao lado do corpo. Meus olhos pararam ali, naquela mão agora com a aliança. Sorri de canto e olhei para a minha. Era estranho como algo tão pequeno podia deixar tudo tão diferente.

O carro chegou, o manobrista entregou as chaves e entramos. Eu no volante, ele ajeitando o cinto.

— E agora, o que você quer fazer? — perguntei, lançando um olhar de lado.

— Por que você está me olhando assim? — ele retrucou, meio desconfiado, meio rindo.

— Nada — falei, dando de ombros. — Então vamos para minha casa.

Ele não respondeu, só virou o rosto para o vidro, mas o sorrisinho dele entregava tudo.

─────────────────

Fora do Script Where stories live. Discover now