— Talvez eu esteja.
Bufei, mas não consegui puxar a mão de volta. Estava quente ali dentro, confortável. E por mais que minha cabeça gritasse que aquilo era perigoso, meu corpo não queria sair.
Ele olhou para mim de lado, com um sorriso pequeno, sem dizer nada por um tempo. O silêncio caiu de novo, mas agora era outro tipo de silêncio. Não o de quem não tem o que dizer, mas o de quem está sentindo demais pra falar qualquer coisa.
Continuei andando ao lado dele, ainda com a mão presa no bolso do casaco dele, tentando não pensar no quanto aquilo significava.
Foi quando ele parou do nada e olhou em volta.
— Vem cá.
— O quê? — franzi a testa.
Ele me puxou pela mão de novo, saindo do caminho principal do parque e entrando por um cantinho mais escuro, atrás de uma fileira de árvores. Eu hesitei por um segundo, olhei para trás, mas não vi ninguém por perto.
— Choi...
Ele parou só quando encontrou um espaço entre as árvores, onde mal dava para ver as luzes da rua. Um canto escuro, isolado. Eu nem tive tempo de perguntar o que estava fazendo. Em um segundo, ele me encostou no tronco de uma árvore, os braços apoiados de cada lado do meu corpo.
Meus olhos arregalaram um pouco.
— O que você está fazendo?
— Só olhando você — ele disse com a cara mais cínica do mundo, aproximando o rosto. — Não pode?
Tentei disfarçar o nervosismo, mas ele estava perto demais. O cheiro do casaco dele, o cabelo bagunçado, a respiração quente... Tudo me deixava idiota demais.
— A gente está no meio do parque — sussurrei.
— E tem alguém olhando?
— Não sei... — minha voz quase não saiu.
Ele sorriu, inclinando o rosto um pouco mais. O nariz dele roçou de leve no meu e eu virei o rosto na hora, nervoso.
— Você fica muito bonito quando tenta fugir — ele provocou, rindo baixo perto da minha orelha.
— Para com isso — empurrei o ombro dele, mas ele nem se mexeu.
Ficamos alguns segundos em silêncio. Dava pra ouvir só nossas respirações e o barulho bem distante da cidade. E mesmo assim, era como se tudo tivesse parado ali.
Foi ele quem se mexeu primeiro.
Um movimento quase imperceptível, lento, o rosto se aproximando mais do meu até que os lábios dele roçaram nos meus, de leve, só um toque, como se testasse. E mesmo assim, meu coração disparou como se eu tivesse corrido uma maratona.
— Eu vou te beijar, Ji-hoon — ele sussurrou, a voz rouca de frio ou de desejo, eu não sabia mais.
E então fez.
Devagar no começo. Quente. Macio. Um beijo fundo e calmo, como se ele tivesse todo o tempo do mundo pra aquilo. A boca dele se movia com segurança, sem pressa, sem hesitação. Meus olhos fecharam no mesmo instante e eu me deixei levar, esqueci onde estávamos, o frio, o parque, tudo.
Até que ele mordeu meu lábio inferior. De leve.
Soltei um ar curto pela boca, surpreso e ele sorriu contra meus lábios antes de me beijar de novo, agora mais firme. As mãos dele subiram devagar até o meu rosto, dedos gelados tocando minha pele quente. E aquilo só fez tudo parecer mais real, mais intenso.
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Fora do Script
FanfictionNos bastidores de uma das séries mais comentadas da Coréia, dois atores com carreiras em ascensão tentam manter os pés no chão enquanto tudo ao redor parece prestes a desmoronar. Ji-hoon e Hyun-wook interpretaram personagens inesquecíveis e a químic...
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