Abri a conversa com ele. A última mensagem era dele.

Respirei fundo e digitei:

"Ei."

Eu queria que ele respondesse agora, não queria mandar todas as mensagem de uma vez.

Fiquei encarando a tela até que ele respondeu.

Choi:
Oi.

Ji-hoon:
Você quer sair?

Choi:
Uau. Park Ji-hoon está me chamando para sair?

Respirei fundo e passei a mão no rosto de vergonha. Como ele complicava tudo, não era mais fácil dizer só sim ou não?

Ji-hoon:
Deixa para a próxima.

Choi:
Eu quero.

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Desci devagar, ajustando o capuz do moletom como se isso fosse esconder o fato de que meu coração estava disparado.

Quando a porta automática do prédio se abriu, dei de cara com ele.

Choi já estava fora do carro, encostado de lado na lataria preta como se tivesse saído de um editorial de moda. Usava um sobretudo preto grande, os ombros largos cobertos por um cachecol escuro enrolado de forma quase descuidada, mas que nele, claro, ficava perfeito. As mãos estavam nos bolsos e o cabelo meio bagunçado parecia milimetricamente calculado.

Engoli em seco.

— Por que você está... assim? — soltei, sem conseguir disfarçar a expressão de surpresa misturada com desespero.

Ele ergueu uma sobrancelha, um meio sorriso surgindo nos lábios.

— Assim como?

Desviei o olhar, praguejando mentalmente. Óbvio que ele sabia do que eu estava falando.

— Para de graça — murmurei, passando por ele e indo direto para a porta do carro.

Mas ele foi atrás, ainda rindo.

— Você ficou nervoso só porque eu apareci bonito? — cutucou, abrindo a porta pra mim como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.

— Eu não fiquei nervoso.

— Ah, ficou sim.

Entrei no carro tentando ignorar o calor que subiu até a minha orelha. Ele deu a volta e entrou no banco do motorista e só quando já estávamos em movimento, acrescentou:

— Se eu soubesse que isso te deixava sem graça, tinha vindo mais arrumado ainda.

Revirei os olhos, mas não consegui esconder o sorriso pequeno no canto da boca.

Choi estava impossível. Mas era o tipo de impossível que fazia eu querer ficar por perto.

O parque era mais afastado do centro, cercado por árvores altas e caminhos de pedras meio tortas. Havia algumas pessoas caminhando com casacos pesados, mas o lugar estava tranquilo, quase vazio, como se tivesse sido escolhido a dedo só para gente.

Andávamos devagar, lado a lado, as mãos escondidas nos bolsos dos casacos. O céu estava escuro, tingido de um laranja frio.

— Estão vendo uma nova manager pra mim — Choi soltou, depois de alguns minutos em silêncio. A voz dele era baixa, como se ainda estivesse pensando naquilo.

Olhei de canto, curioso, mas tentei manter a expressão neutra.

— É mesmo?

— É. Fui até a agência ontem... entrevistaram muitas pessoas. Uma delas me chamou atenção. — Ele deu uma risadinha curta. — Séria, dois anos mais velha que eu, parecia a Minji em versão reboot.

Fora do Script Where stories live. Discover now