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O som da senha sendo inserida na porta ecoou no apartamento às 7h12 da manhã.
Minji nem falou nada.
Só apareceu na sala com uma roupa preta, o cabelo preso em um coque e um crachá pendurado no pescoço.
Ela parecia uma agente da CIA.
— Hora de sair — disse, sem nem me olhar.
Me levantei devagar, os ombros curvados.
O coração disparava como se eu fosse para uma guerra.
Ela abriu a porta com cuidado. Antes que eu saísse, colocou o boné na minha cabeça e ajeitou o capuz da jaqueta.
— Não fala com ninguém. Não sorri. Não para. Só entra no carro.
Assenti.
Quando atravessei a porta do prédio, quase tropecei. Havia piorado.
Tinha uma barreira de gente.
Fotógrafos, curiosos, fãs, jornalistas.
Todos gritando ao mesmo tempo. Flashes explodindo de todos os lados. Celulares erguidos. Gritos abafados.
Alguns chamavam meu nome. Outros xingavam.
Quatro seguranças me cercaram dos lados, abrindo caminho até a van preta parada na esquina.
Demorou segundos.
Mas pareceu uma eternidade.
Dentro do carro, respirei fundo, tentando parar de tremer. Minji entrou logo depois, fechando a porta com força.
— Isso foi só o começo — ela disse, séria. — O lugar onde você vai agora... também vai ser assim.
Era para me acalmar?
Chegamos no estúdio pouco depois.
O corredor estava silencioso, mas os olhares diziam tudo. Assistentes, maquiadores, técnicos — todos olhavam.
Ninguém falava.
Mas cochichavam assim que eu passava.
Sorri, por reflexo.
Me arrependi na hora.
Eu precisava respirar.
Cruzei o corredor com o capuz ainda preso na cabeça, mesmo estando dentro do prédio.
Entrei no banheiro, vazio. Lavei o rosto em silêncio, sem nem olhar no espelho. A água fria escorrendo entre os dedos me dava algum tipo de âncora.
Depois fui até a última cabine, fechei a porta e sentei na tampa do vaso, puxando o ar devagar.
Queria ficar ali só dois minutos.
Dois minutos em que ninguém falasse de mim.
Dois minutos sem celular, sem câmera, sem voz.
Mas então a porta do banheiro se abriu com um rangido.
— ...viu a matéria? Tá em tudo agora.
— Que palhaçada, mano. Tipo... não é só o boato. Tem fotos.
— E tipo, ele bêbado nas costas do outro? Tá de sacanagem. Que imagem é essa, velho? Idol fazendo isso?
— E com outro cara ainda por cima. Que nojo.
— Imagina se isso vira normal agora? Qualquer um vai achar que pode.
Segurei a respiração.
O chão do banheiro virou fumaça.
O coração batia no fundo da garganta.
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Fora do Script
FanfictionNos bastidores de uma das séries mais comentadas da Coréia, dois atores com carreiras em ascensão tentam manter os pés no chão enquanto tudo ao redor parece prestes a desmoronar. Ji-hoon e Hyun-wook interpretaram personagens inesquecíveis e a químic...
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