09 de outubro - Rins para o Stein

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Hoje eu acordei e me deparei logo cedo com um guarda na grade da minha cela. O guarda se aproximou e disse que o diretor geral do presídio estava me chamando na sala dele,o assunto era o menino de olhos azuis. Eu então rapidamente me levantei e fui sendo conduzido algemado por um guarda até a sala do chefe do presídio.

Chegando na sala do diretor o guarda puxou a cadeira e pediu que eu me sentasse e médicos com um jaleco branco e um uniforme laranja entraram logo atrás. O diretor estava com um rosto sério,e sem muito papo colocou vários documentos sobre a mesa. Os documentos eram referentes ao estado de saúde de Stein,mas eu confesso que não entendi nada que estava escrito,então perguntei a um dos médicos:

-Me desculpe a pergunta senhor,mas por que eu estou aqui nesta sala? O que eu tenho a ver com a saúde do Stein?

O diretor então levantou e me deu um tapa na cara e depois disse em alto tom:

- Caso você queira falar, você fala comigo,somente comigo! Agora peça desculpas aos médicos e destine as perguntas a mim.

Eu então abaixei a cabeça e me desculpei com os médicos e logo em seguida perguntei com educação ao diretor:

-Senhor diretor? Por favor,o senhor poderia me explicar o que está havendo?.

O diretor então chamou um dos médicos e pediu que ele explicasse o estado de saúde de Stein,e logo depois pediu que eu me acalmasse. Segundo os médicos, a infecção havia piorado e com isso um dos órgãos mais importantes dele estava ficando muito fraco e com isso ele precisaria entrar para lista de transplante. Mas segundo os médicos eu era compatível e para o bem do presídio e do Stein,eu deveria doar um dos meus rins. Eu nem esperei eles terminarem,peguei a caneta e perguntei aonde eu poderia assinar. O diretor então pegou o documento e me entregou com um sorriso no rosto,o sorriso de um homem que não iria precisar pagar pela morte de um dos seus prisioneiros. Os papeis então foram entregues e os guardas me levaram de volta para a cela.

Sabe? Eu estava tão feliz,porém tão nervoso, uma verdadeira salada mista de emoções. O Stein precisava de mim e eu era compatível? Eu poderia ajudar? Como assim? Que coincidência é essa? O meu peito não parava de gritar de alegria e um suor frio descia sobre as minhas costas. Eu passei a tarde todinha treinando como eu iria falar com o Stein, na minha cabeça ele estaria sentado na cama e eu já chegaria dizendo:

-Eai Stein, sabe quem veio te salvar?

Aí ele perguntaria:

-Me salvar? Quem?

E eu responderia:

-O super Toomas!

Minha cabeça não tirava da cabeça essa cena, eu sei que a situação era séria e que o estado do Stein estava delicado, mas eu não pude conter a alegria por ver ele denovo. Meu corpo estava em êxtase, eu não conseguia sentir outra coisa a não ser uma ansiedade que me consumia e que me fazia querer ver o mais rápido possível o estranho de olhos azuis.

Pela noite eu deitei na cama e fiquei pensando sobre tudo que eu precisava perguntar para o Stein, eu tinha que saber algumas coisas, nunca se sabe quando carcereiros vão invadir sua cela e vão mutilar você até a morte, então é melhor eu realizar essas perguntas antes que isso ocorra né? Espero que o Stein esteja bem.

Diário de um injustiçado Where stories live. Discover now